SINTE
E SECRETÁRIO DA EDUCAÇÃO DE SANTA CATARINA PARTICIPAM DE ENTREVISTA EM UMA
RÁDIO DO MUNICÍPIO DE ARARANGUÁ
Na
manhã dessa terça feira, 31 de março, integrantes do comando de greve do Sinte Araranguá
participaram de uma entrevista em uma rádio do município onde esclareceram
alguns pontos relativos à deflagração da greve da categoria, bem como o índice
de paralisação na região e no estado. Depois de concluída a entrevista, o
Secretário Estadual da Educação, por telefone, procurou dar a sua versão acerca
do pacote de ajustes do governo e a situação do movimento no estado. Para o secretário o índice de paralisação em
Araranguá chega aos 20%, discordando dos números divulgados pelo Sinte que é de
50%. É bom que se diga que no final da tarde do dia 31,
depois de visita feita aos municípios mais ao sul da região, houve maiores adesões
de professores/as nas escolas de Praia Grande, Passo de Torres. Portanto, o
índice superou os 50%.
O
secretário admitiu que em comparação as demais regiões do estado, o Vale do
Araranguá em termos proporcionais apresenta o maior percentual de adesão em
relação às outras regiões. Já em âmbito estadual, o número, para ele, pouco
supera os 10%. Lembram que na semana passada, ele
próprio falou em 2,5% de paralisação, depois 6%, e hoje, já admite, mais de
10%. Nesse sentido, com relação
as escolas que estão totalmente paradas, encaminhou comunicado aos diretores
para que construam calendário de recuperação das aulas. Disse que nessas
escolas os estudantes serão “prejudicados” com as provas do ENEN e dos
vestibulares, além do “impacto negativo” às famílias. Não
fez nenhum comentário em relação a situação depredatória das escolas da região,
cujos efeitos na aprendizagem são inquestionavelmente muito mais negativos. A
greve, não é somente para garantir direitos, é também instrumento para
pressionar o governo que garanta investimentos na recuperação e construção de
escolas.
Sobre
os ACTs, informou que as notícias divulgadas sobre a MP 189, não condiz com a
realidade. Que a mesma visa “melhorar” o processo de gestão desses
profissionais. Atualmente o processo de contratação ocorre seguindo o sistema
de módulos 10, 20, 30 e 40 horas. Por
exemplo, um professor contratado para lecionar quatro aulas, a contratação se
dá através do módulo 10 horas. Esse dispositivo não pode ser mais adotado, pois
o Tribunal de Contas do Estado não permite, além de causar confusão na própria
unidade de ensino. Alguém sabia dessa determinação do
TCE? A MP abre a possibilidade de contratação de professores quando o
número de aulas disponíveis for muito baixo. O exemplo é: havendo, por exemplo,
quatro aulas disponíveis numa unidade de ensino, o professor pode ser contratado
agora com um módulo de “cinco horas”, contendo uma hora cada aula, tendo o
professor direito a “hora atividade”. No entanto, na hipótese de surgir aulas
excedentes, aí sim, se procede a contratação por hora aula. Mas, segundo ele,
somente em caráter “excepcional”. Não explicou como é essa “excepcionalidade”. Continuando
a fola sobre os ACTs, insistiu afirmando que os mesmos são por “natureza”, diferentes dos efetivos. Os efetivos são contratados por
concurso de acesso, enquanto os ACTs, muitas vezes, “por chamada pública”, “sem
necessidade da realização de provas”. É
preciso refletir sobre esses pontos comentados.
Sobre o prêmio assiduidade, afirmou que tal benefício
foi concedido até 2011 aos professores em atividade, sendo excluindo os
aposentados. Sua extinção resultou no aumento de falta às aulas dos
professores. Como forma de estimular sua permanência na escola, evitando
faltas, o atual plano estabelece o “incentivo à sala de aula”. (não é o mesmo que meritocracia?) Ressaltou que os
ajustes pretendidos à educação têm por finalidade a equiparação entre a
remuneração dos ACTs e os profissionais dos níveis
iniciais. O que vai acontecer é a “mudança” da estrutura da carreira,
valorizando mais os professores efetivos, pós-graduados, mestres e doutores, ou
seja, aqueles que estão mais tempo trabalhando, que totalizam 36 mil no estado.
Os ACts, nível médio e aposentados de nível médio, 25 mil, já tiveram aumentos significativos.
Sobre
a Regência de Classe, o objetivo do plano é fazer uma “correção” seguindo o que
diz a Lei Nacional do Piso, que determina sua aplicação no “vencimento”. Isso
que dizer, segundo o secretário, que não pode haver “nada” fora do salário, ou
seja, a regência de classe se caracteriza como um benefício extra, externo, sem
qualquer garantia legal. Sua inclusão na carreira permite sua permanência no
momento da aposentadoria. Mas hoje, todos/as os/as que
se aposentam, também não tem direito a regência de classe? Como afirmar que só agora
com o novo plano todos/as terão permanência da regência no vencimento? Não há aí uma estratégia de enganação? Disse o secretário, que 98% dos professores
recebem a regência ou algum equivalente a isso, que é só incorporar.
Enfatizou
que a intenção do governo é transformar essa gratificação em “vencimento
permanente”. Fora da carreira, as gratificações, os bônus ou premiações, não terão
inclusão na aposentadoria. Com isso, garantiu que o salário vai “aumentar” para
além desse valor. Quanto às negociações, falou que estavam avançadas, que tinha
sido apresentado um cronograma, e que alguns pontos da proposta já tinham sido
modificadas, como a “paridade” entre ativos e aposentados e a manutenção do “nível
médio” como parâmetro para o reajuste do piso. Que está tudo pronto, que agora
a proposta será transformada em projeto de lei e será encaminhada a assembléia.
Prof. Jairo Cezar
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