terça-feira, 30 de julho de 2019


UM PRESIDENTE QUE ESTÁ PAVIMENTANDO O CAMINHA DE SUA POSSÍVEL QUEDA

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Talvez sem querer querendo, o presidente Bolsonaro, nitidamente cegado pelo poder, reacendeu a memória de um dos momentos mais conturbados da história recente do Brasil, a ditadura. Irritado quando interpelado pelo presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, respondeu em tom agressivo que daria explicações sobre o modo como o seu pai desapareceu durante o regime militar. Bolsonaro quer provar que o pai de Felipe foi morto por dissidentes do movimento que integrava e não como alegam que foram por militares sim que o mataram.
Conforme atestado de óbito apresentado à família de Felipe, o documento confirma que Fernando foi morto de forma não natural, ou seja, de modo violente e pelo Estado. Ainda há versões contrárias acerca do local onde foi assassinado. Uma das versões confirma que foi morto nos fornos de uma usina de açúcar no município de Campos dos Goitacás, no norte do estado do Rio de Janeiro. A outra versão ressalta que a morte ocorreu na cidade de São Paulo e seu corpo enterrado no cemitério de Perus.
Se há provas comprobatórias da morte do pai do presidente da OAB por integrantes da ditadura, como um presidente da república ousa se opor a tal prova que também é referendada pelo próprio ministério dos direitos humanos. Toda essa celeuma criada pelo presidente reabriu as feridas de um período trágico na nossa história não cicatrizada que insiste e querer se repetir.
Se o presidente afirma que sabe como morreu o pai de Felipe, por que não falou quando foi criada a comissão da verdade para esclarecer os fatos.   Não há dívida que o presidente deve ter muita informação para repassar sobre os desaparecidos nos porões da ditadura, cujas famílias reivindicam os corpos para um sepultamento digno.
Todos devem ter na memória o fatídico discurso proferido por Bolsonaro quando deputado federal durante a votação do impeachment de Dilma, enaltecendo o coronel Carlos Brilhante Ustra, responsabilizado por torturas, dente as vítimas a própria ex-presidente Dilma Rousseff.  Quem possuía dúvidas sobre como seria o governo Bolsonaro, seis meses no cargo foram suficientes para acreditar que estamos sim sob o domínio de um déspota desqualificado e desequilibrado, que toda vez que abre a boca para expressar algo, deixa a população atônita com suas frases sínicas e ameaçadoras.
Três décadas foi o tempo necessário para começar no Brasil a reconstrução dos princípios do republicanismo solapados pela ditadura. Não há dúvidas que nos governos Sarney, Itamar, Collor, Lula, Dilma e até mesmo Temer, pouco avançamos em termos sociais e econômicos. Entretanto, nenhuma desses governos fez qualquer apologia ao regime militar. Contrário aos governos anteriores, Bolsonaro, tendo oportunidade, não se sente retraído em enaltecer figuras polêmicas como de torturadores que atuaram nos porões do DOE CODE.
É de ficar estupefato alguém que se diz religioso, acreditar em deus, cometer tanta perversidade em tão pouco tempo ao meio ambiente, aos indígenas, à educação e a própria soberania nacional. O modo como o governo Bolonaro vem agindo não deixa o mínimo de dúvida que estamos às portas de uma ditadura acobertada pelo manto da fictícia democracia, pois o presidente foi eleito “democraticamente”. Os jovens e outros milhares de brasileiros que votaram em Bolsonaro talvez não tiveram oportunidade de saber o que foi realmente o regime militar.
Nem mesmo uma guerra se mostra tão perversa e avassaladora quanto uma ditadura.   Num conflito mundial existem códigos ou tratados que os países beligerantes devem respeitar. Torturar e matar prisioneiros são classificados como crimes de guerra. Os envolvidos são julgados e sentenciados em um tribunal especial. Já numa ditadura nada disso ocorre. O torturador comete todos os absurdos e humilhações possíveis ao oponente. Depois de torturados, muitos são mortos e enterrados sem qualquer identificação.
Voltando a proposta asquerosa de Bolsonaro de abrir as porteiras da Amazônia para a exploração mineral, a manobra de tentar indicar seu filho, Eduardo Bolsonaro, para assumir a embaixada brasileira nos EUA é uma estratégia com o governo Trump para concretizar essa idéia. O que é estapafúrdio é saber que a proposta tem o apoio irrestrito de parcela significativa do senado federal, que vislumbram para a região uma espécie de corrida ao ouro, ou seja, um novo eldorado a exemplo do ocorrido no oeste dos Estados Unidos, onde milhares de indígenas foram dizimados pelos invasores financiados pelo Estado.
Sem oficializar a entrega dessa rica região às poderosas corporações transnacionais do setor, o garimpo irregular já ocorre sem limites em áreas protegidas e reservas indígenas. Além de índios, lideres de movimentos que lutam em defesa das florestas e culturas tradicionais são assassinados quase todos os dias. O que é pior é que o Estado brasileiro é conivente com tudo isso. A tendência, portanto, se não houver ações mais contundentes de organismos nacionais e internacionais é o agravamento da barbárie que levará ao genocídio do pouco do que restou de indígenas da invasão européia do século XVI. 
PROF. JAIRO CEZAR 

segunda-feira, 29 de julho de 2019



CRISE HÍDRICA E A CAPACIDADE DE RESERVAÇÃO DE ÁGUA NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO ARARANGUÁ E AFLUENTES DO MAMPITUBA, LADO CATARINENSE
FOTO - FRANCINE FERREIRA

Apaziguar conflitos e Promover a sensibilização sobre o uso racional dos recursos hídricos são alguns dos muitos desafios do comitê da bacia hidrográfica do rio Araranguá em seus vinte anos de existência. Durante esse tempo as coordenações executivas e os delegados que representam os diversos seguimentos da sociedade atuaram e atuam em várias frentes no comitê, desde a elaboração de planos estratégicos de gestão hídrica, a ações mais incisivas como a mediação de conflitos em períodos de maior escassez de água. Na região onde o comitê atua, a rizicultura e a agroindústria respondem por mais da oitenta por cento da demanda de água ofertada.
A cada ano o volume hídrico disponível na bacia vem reduzindo significativamente, forçando o setor produtivo e entidades pesquisadoras como a EPAGRI a buscarem alternativas com a introdução de variedades que requerem menor incidência de água. Em 2014 o Comitê de Araranguá concluiu o plano de gestão de recursos hídricos, documento ao qual define diretriz e prazos para que o poder público e a iniciativa privada executem suas políticas de recuperação dos passivos ambientais, bem como campanhas de conscientização sobre o uso eficiente desse recurso.

FOTO - FRANCINE FERREIRA

Em 2017 os afluentes da bacia do Mampituba, lado catarinense, foram integrados ao comitê principal do Araranguá. Com a inclusão dessa importante área territorial do extremo sul de Santa Catarina, o número de municípios agora atendidos pelo comitê Ararangua, pulou de 16 para 25. Os desafios do comitê se intensificaram a partir de agora exigindo dos membros participantes e dos novos, maior compreensão da problemática hídrica dessa região do estado.
Embora as regiões banhadas pelas duas bacias já enfrentam conflitos no uso da água nos períodos de maior estiagem, que coincide com o momento de maior demanda por água, o comitê vem ano após ano assumindo desafios mais complexos. Quem imaginava que impasses ou disputas por água fosse uma realidade ainda distante na região da bacia do Araranguá, se equivocou.
A região, entre 2012 e 2013, passou por um dos momentos mais tensos da sua história, devido a longa estiagem que assolou o estado. Foi nesse momento que o comitê mais atuou na solução de impasses. O restabelecimento do fluxo hídrico na região pós estiagem não significou que os problemas nas duas bacias se encerraram. Muito pelo contrário, os problemas continuam se repetindo e se agravando a cada novo ciclo agrícola. O que se percebe é a pouca compreensão da sociedade acerca do seu papel na proteção dos mananciais hídricos.
Além do problema da mineração que continua contaminando os afluentes do Araranguá, a extração de seixos, desmatamento e a contaminação por agrotóxicos e esgotamentos domésticos e industriais, torna a bacia do rio Araranguá uma das mais comprometidas do estado de santa Catarina. Conforme relatórios sobre os índices pluviométricos, a região da bacia do Araranguá possui um dos maiores índices de precipitação do país. Entretanto, todo esse volume não é suficiente para atender a demanda de água necessária.
O fato é que a extensão entre as nascentes e a foz da bacia não é longa, aproximadamente cinqüenta quilômetros. Toda a chuva que precipita sobre as encostas da serra geral, em curto tempo é escoada para o oceano. Como solucionar problema que está comprometendo o abastecimento de quase trezentas mil pessoas na região? Nos dias 18 e 19 de julho de 2019 o comitê realizou dois eventos importantes cumprindo metas do plano de bacia. O primeiro encontro foram palestras e oficinas abordando o motivo de participar do comitê de bacias hidrográficas.

FOTO - FRANCINE FERREIRA

No final desse evento, os participantes foram distribuídos em grupos conforme categoria que representam: poder público, usuários de água e população da bacia. Três questões foram encaminhadas ao grupo, dentre elas o que cada membro do comitê vem fazendo para que as demandas aprovadas cheguem ao publico do qual está representando e quais ferramentas são utilizadas para informá-los. As respostas foram quase que unânimes entre os três seguimentos, as dificuldades de socialização das decisões do comitê.
Como proposta, aqueles que representam entidades maiores como o SINTE, irá propor reunião com as coordenações da entidade, Araranguá e Criciúma, com vistas a fazer um histórico da participação do seu representante nos quase dez anos de comitê. Posterior a essa etapa, será enviado convite a cada escola da rede estadual de ensino das duas bacias hidrográficas, onde será escolhido um membro da unidade de ensino para participar de um seminário ou reunião que tratará o tema bacia hidrográfica.
No dia 19 de julho, sexta feira, o segundo encontro tratou o tema reservação hídrica nas bacias do rio Araranguá e afluente do Mampituba. A escolha do tema se deve as crises cíclicas por oferta de água entre os vários atores que mais demandam por água nas duas bacias, agricultores e agroindústrias. Para evitar ou amenizar conflitos principalmente nos períodos de menor oferta do recurso hídrico, três integrantes de entidades, ADISI, CASAN e EPAGRI, durante o encontro no CETRAR, abordaram experiências e proposições para garantir água em quantidade e qualidade para o futuro. 

FOTO - FRANCINE FERREIRA
   A ADISI discorreu sobre experiência bem sucedida entre produtores com o uso racional da água na cultura de arroz; a CASAN ressaltou o histórico das barragens, como a do rio São Bento e o complexo monitoramento feito para garantir o abastecimento seguro à população. A EPAGRI discorreu sobre os vários projetos de reservação hídrica já executada para o armazenamento da água. Revelou que a região da bacia do rio Araranguá essa prática ainda é um tanto tênue, diferente do Rio Grande do Sul, onde a quantidade de açudes ou pequenos barramentos são uma realidade há mais tempo.
Nas apresentações algumas observações e questionamentos foram levantados com destaque aos barramentos a exemplo da futura barragem do rio do salto devido aos eventuais riscos de acidentes. Um dos presentes no encontro citou exemplo da enxurrada de 1995 que provocou avalanche de rochas e arvores causando a morte de pessoas no município onde será construída a barragem. Respondeu o palestrante que o fenômeno climático extremo foi um acontecimento atípico, que os sistemas de barramentos projetados como o que foi construído no rio São Bento são resistentes suportando grandes pressões.
O que deve ser enaltecido quanto às edificações de barramentos hídricos e outros projetados similares, que tais empreendimentos tendem exclusivamente minimizar impactos resultantes de atos irresponsáveis de governos e de setores produtivos que atuaram de modo inconsequente na gestão dos recursos hídricos nas últimas décadas. Os desmatamentos, a contaminação por rejeitos piritosos, agrotóxicos, esgotamentos sanitários, entre outros, são exemplos de agressões que há décadas vem tornando a bacia do rio Araranguá uma das mais degradas do estado e do Brasil.
É necessário urgentemente executar dispositivos do código florestal brasileiro sancionado em 2012 que impõe aos proprietários de áreas agrícolas e o poder público a recuperação do passivo ambiental das APPs das margens dos cursos d’água (rios, lagos, lagoas, etc). Sem o cumprimento desse e de outros artigos do código ficaremos a mercê de ações paliativas como a construção de barragens, que além de dispendiosas aos cofres públicos, trazem riscos sociais e ambientais irreversíveis, e exemplos são os que não faltam.
Prof. Jairo Cezar  

  





      

quarta-feira, 17 de julho de 2019


A DESTRUIÇÃO DAS INSTITUIÇÕES REPUBLICANAS SE AGRAVA NO GOVERNO BOLSONARO

O pouco do que ainda resta de direitos dos trabalhadores brasileiros foram solapados na última semana com a votação do texto base da reforma da previdência. Desde o início da sua tramitação, as justificativas apresentadas pela mídia entreguista e seus asseclas neoliberais era de que seria necessária para reativar a economia em crise. No entanto esse discurso nada convincente se repetiu outras tantas vezes nos últimos quatro a cinco anos, sempre insistindo o mesmo bordão, “recuperar a confiança do Brasil”.
O impeachment de Dilma em 2016; o teto de gastos públicos de 2016; a reforma trabalhista de Temer de 2017, e as eleições, também em 2018, são alguns exemplos de justificativas mal intencionadas coordenadas pelos representantes das poderosas elites locais e internacionais. O sucesso de cada uma dessas empreitadas não seria possível sem o apoio condicional das poderosas agências noticiosas nacionais que habilmente conseguem manipular milhões de brasileiros submetidos a graus de miserabilidade econômica e cultural assustados.
Concluída a reforma da previdência, é claro que não haverá efeitos concretos relativos à melhoria das condições de vida da população, pois se realmente fossa essa a intenção, a partir do golpe de 2016 e a lei do teto de gastos públicos de 2017, o Brasil já estaria em uma condição econômica melhor que a atual. Todos devem lembrar-se da propaganda em defesa da reforma trabalhista de Temer, argumentando que o desemprego aviltante no memento da tramitação do projeto se devia as benesses que a legislação trabalhista concedia aos trabalhadores. Tudo mentira.
Dois anos depois de sua promulgação o índice de desemprego saltou de nove, dez milhões para quase vinte milhões de desocupadas e outras quarenta ou cinquenta milhões que vivem na informalidade.  Nos últimos dias da tramitação da reforma da previdência era possível ouvir de apoiadores do governo federal e do próprio congresso opiniões admitindo que a reforma somente ela não era suficiente para reverter à crise. Outros ajustes fiscais teriam que ser aplicados, mais uma vez o alvo seria a classe dos trabalhadores assalariados.  
Não é segredo para os mais sóbrios que nenhuma dessas reformas executadas e outras pretendidas não se traduziriam em benefícios aos trabalhadores, pois essa não é a pretensão do capital. O capital, porém, sobrevive das desigualdades e contradições produzidas na relação capital e trabalho. Nas últimas eleições os discursos mais comuns ouvidos dos representantes do capital era a necessidade urgente de renovação política, isso se daria elegendo congressistas desprendidos dos vícios tradicionais do toma lá da cá, que denigre a imagem da política brasileira. Não é mesmo?
Para assegurar a vitória do governo na aprovação do texto base da reforma entrou em ação a tradicional prática viciada do toma lá da cá. Foram quase três bilhões de reais liberados pelo governo em emendas parlamentares, valores que garantiram 379 votos de parlamentares ao projeto. Foram 131 votos contrários ao texto. O que é irônico nisso é quase cem por cento dos congressistas que votaram a favor da reforma foram eleitos com os votos daqueles que serão os mais prejudicados, ou seja, os pobres desassistidos. O argumento do governo de que a não aprovação da reforma quebraria o Brasil é uma mentira deslavada.
O fato é que se a previdência é deficitária se deve aos bilhões de reais que a instituição não está recebendo de empresas, pessoas físicas e grandes corporações, que somada a outros bilhões em sonegação e isenções fiscais gerou o rombo assustador. As estratégias bem sucedidas da direita e extrema direita brasileira estão dando certo com o desmonte das instituições republicanas ainda não consolidadas.
Para um país como o Brasil onde cerca de dez famílias concentram metade de toda a riqueza, as eleições de governos ultra liberal como de Bolsonaro e o enfraquecimento das instituições republicanas se caracterizam como um retrocesso histórico, um retorno aos duros anos do século XIX. Nas sociedades onde as instituições ou os poderes são bem sedimentados há um nítido respeito aos fundamentos republicanos mesmo em períodos cíclicos de instabilidade social.
Os princípios do republicanismo são respeitados principalmente pelas classes mais abastadas. É obvio que nesses países há um elevado grau de confiança depositado às instituições. Os poderes constituídos, legislativo, executivo e judiciário, raramente ultrapassam as fronteiras de atuação conforme estabelecido na constituição. No caso brasileiro, o republicanismo instituído a mais de cem anos está em vias de ser solapado definitivamente pela fragilidade dos preceitos éticos e morais de seus representantes.
O que dizer de um presidente que vai a um encontro de evangélicos e se manifesta favorável a indicação de um ministro terrivelmente evangélico para o Supremo Tribunal Federal? Esse discurso inconsequente já é uma prova cabal do golpe que está sendo desferido a republica, que por sua natureza tenderia a ser laica. Qual a tendência de governos com esse perfil para o futuro do Brasil. Muitos críticos e pesquisadores afirmam que estamos trilhando o caminho de um regime totalitário.
A maneira como se sucedeu a eleição de Bolsonaro e a grande presença de militares no seu governo chama atenção e põe uma interrogação nos sistema republicano. A aproximação com camadas ultraconservadoras como grupos religiosos neopetenconstais, o fortalecimento de milícias, a exaltação da virilidade, da força, da violência, é compreendido como pré-requisito ao surgimento de um pré fascismo como foi na Europa do começo do século XX, que conseguiu convergir para seu entorno parte expressiva da massa popular.
Prof. Jairo Cezar                       

sexta-feira, 12 de julho de 2019


 ESTUDANTE DO CURSO DE ENGENHARIA DE ENERGIA DA UFSC/ARARANGUÁ DESENVOLVE  PESQUISA SOBRE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMA DE ILUMINAÇÃO NA EEB-ARARANGUÁ 

BIBLIOTECA



Em 2018, a acadêmica do curso de Engenharia de Energia da UFSC, Cláudia Dewes, depois de conhecer o projeto Escola Sustentável da EEBA, decidiu escolher a própria escola como objeto investigativo para a sua pesquisa. Já que a proposta original do projeto iniciado há três anos era trabalhar a contenção dos desperdícios de energia elétrica na EEBA,  que em 2017 foi acrescentado o tema água e a inclusão da professora de geografia Maria de Fátima Maccarini na coordenação, a acadêmica se propôs desenvolver projeto de TCC para analisar a eficiência energética em sistema de iluminação na EEBA. A proposta da acadêmica foi elaborar projeto luminotécnico via software para os ambientes do futuro prédio  da escola  cujo início da  construção está programado para o segundo semestre de 2019.



Foram inúmeras visitas feitas pela acadêmica na EEBA, com a tarefa de promover medições nos corredores, salas de aula e demais ambientes, observando a quantidade, tipo e potência das lâmpadas distribuídas em cada espaço. A participação do grupo de estudantes que integra o projeto sustentabilidade da escola foi importante na primeira etapa de sua pesquisa, onde prestaram assessoria nas medições. O trabalho investigativo continuou por mais alguns meses, sendo encerrando no mês de maio de 2019, quando foram realizadas novas conferências das lâmpadas disponíveis por cada ambiente, quantas funcionavam, queimadas, potência, fluxo luminoso, etc.



Desde os primeiros encontros com os estudantes e efetuada as análises das condições de luminância   dos cômodos, a pesquisadora se mostrava assustada com a iluminância dos ambientes disponíveis, muito aquém do padrão mínimo indicado pela NBR.[1] A proposta na qual inspirou a pesquisadora era fazer com que os dados de iluminância simulados no software fossem inseridos ao projeto do novo prédio da EEBA, programada para iniciar no segundo semestre de 2019. É importante destacar que todo o processo de simulação de iluminância executado foi utilizado como instrumento de mediação a planta baixa do projeto disponibilizada pela ADR (Agência de Desenvolvimento Regional).


   
Concluída todas as etapas da pesquisa, chegou o momento de apresentá-la à banca examinadora, constituída pelo Prof. Orientador, Luciano Lopes Pfitcher, o mestrando de engenharia de energia da UFSC, Douglas de Matos Magnos e o professor adjunto de engenharia de energia, César Cataldo Sharlau, ambos reunidos nas dependências do campus da UFSC/Araranguá em 09 de julho de 2019. Por cerca duas horas o tema em questão foi abordado com desenvoltura pela acadêmica, onde confessou que nas suas investigações bibliográficas não identificou outro trabalho similar ao seu,  ao tratar de projeto lumionotécnico  para todas as dependências  de  uma escola pública.
No começo de sua defesa afirmou que os índices recomendáveis de iluminância para todos os ambientes públicos e particulares são regulados por normativas brasileiras, mas que a NR-17 (Norma Reguladora 17), estipula que todos os locais de trabalho devem possuir uma condição de iluminação adequada as atividades ali desempenhada. A pesquisa desenvolvida na EEBA, em 24  ambientes no primeiro piso e 19 no superior, teve por objetivo avaliar a quantidade de lâmpadas disponíveis, as condições das mesmas e se ambas apresentavam índices de iluminância  compatíveis as normas legais. Esclareceu que no campo investigativo, o primeiro passo foi a realização de medições em cada espaço, com a indicação de pontos fixados no piso, conforme metodologia aplicada.


Para saber as condições de iluminância de cada ambiente, se ambos estavam em conformidade com as normativas em vigor, a pesquisadora se utilizou de um luxímetro. Os levantamentos foram realizados nos três turnos, sendo que o período noturno a deficiência de luz foi superior aos demais turnos.  Um dos graves problemas identificados pela pesquisadora durante sua abordagem foi o elevado número de lâmpadas queimadas, que tornavam todos os espaços incompatíveis ao satisfatório desempenho das atividades pretendidas.


Citou o exemplo da sala dos professores, que possuía 16 lâmpadas com 640w de potência ao todo, sendo que 6 delas, 240w,  estavam queimadas. Subtraindo o valor total de potência das lâmpadas com as inutilizadas, a quantidade de potência real ficou reduzida para 400w,  sendo que esses 400w de lâmpadas em funcionamento apresentam um valor muito baixo de fluxo luminoso, deixando esse ambiente com uma quantidade de iluminância inferior  ao que as normativas indicam. Destacou também que no piso superior todos os ambientes apresentaram alguma deficiência de luminosidade, pois foram contabilizadas cinqüenta lâmpadas queimadas ao todo.
Na simulação que fez usando um software, constatou que serão necessárias no andar térreo 110 lâmpadas e não as atuais 171 para assegurar um fluxo luminoso satisfatório aos ambientes. No andar superior das 177 lâmpadas existentes a quantidade seria também reduzida para 111, todas do tipo LED. Um aspecto relevante nos dados relatados foi a constatação de o andar inferior da escola apresentar um déficit de 63% de fluxo luminoso, enquanto que no segundo piso esse déficit é de 53%. A conclusão que chegou a pesquisadora é que a redução no número de lâmpadas instaladas por cada piso não irá comprometer a luminosidade dos ambientes.  Tal certeza está fundamentada na experiência do uso da tecnologia LED, cujas lâmpadas oferecem elevado fluxo luminoso sem afetar significativamente o consumo de energia.

Nas arguições dos professores que compunham a banca ambos foram unânimes em afirmar que a o trabalho realizado pela acadêmica era de grande relevância no campo da sustentabilidade e eficiência energética. Além do mais enfatizaram que o mesmo deve ser aplicado no campo prático. A pesquisadora respondeu que a intenção da pesquisa é torná-la prática, fazendo com que o Estado se sensibilize, adequando-a ao novo prédio da EEBA.


O professor Jairo, que coordena o projeto junto com a professora Maria de Fátima, fez uma breve exposição do projeto sustentabilidade da escola e que inspirou a acadêmica, afirmando que o TCC em questão poderá se transformar no divisor de água entre dois momentos distintos no seguimento de  energia elétrica nas escolas públicas do Estado, a tradicional baseada no desperdício, e a futura, fundamentada na sustentabilidade, no uso   eficiente e de baixo custo financeiro aos cofres do  Estado.
Na fala do professor orientador da acadêmica o mesmo deixou explícito que desenvolvendo algumas ações práticas a exemplo das medições que o fez em alguns ambientes da escola em 2017, onde lâmpadas convencionais foram substituídas por outras mais eficientes, os valores na conta de luz da EEBA foram reduzidos significativamente. Esses exemplos de pequenas adaptações em sistemas de iluminação no ambiente escolar somada as precariedades enfrentadas por essa e outras escolas nesse setor, foi o que motivou a acadêmica Cláudia Dewer a desenvolver sua pesquisa cujo título é: “Análise de Eficiência Energética em Sistema de Iluminação: Um Estudo de Caso na Escola de Educação Básica de Araranguá.

Tendo como premissa da pesquisa a sua implementação em unidades de ensino da rede pública estadual de ensino, a exemplo da EEB-Araranguá, o acordo firmado entre a pesquisadora e a coordenação do projeto sustentabilidade era de que concluído o trabalho, o mesmo fosse apresentado na escola. Por sua relevância ambiental e econômica, serão encaminhados convites à acompanharem a apresentação do projeto ao Gerente Regional da Gered/Araranguá; ao Secretário Regional de Infraestrutura da ADR/Araranguá; ao responsável da empresa vencedora da licitação à reforma da EEBA e ao Secretário de Infraestrutura do Estado de Santa Catarina.


A intenção do encontro com a pesquisadora é mostrar ao público o impacto positivo do projeto sustentabilidade em andamento na escola, as parcerias realizadas e seus desdobramentos. Informar que as ações já executadas proporcionaram mudanças significativas de hábitos comportamentais e em economia de energia elétrica e água na escola e residência dos estudantes. No final da exposição, se tentará costurar acordo com o governo para que os resultados da pesquisa sobre eficiência energética sejam adaptados ao projeto de iluminação do prédio novo da escola. 
Prof. Jairo Cezar     




[1] https://betaeducacao.com.br

SIMULAÇÃO EM SOFTWERE  DA LUMINOSIDADE DOS AMBIENTES DA EEBA, CONFORME NORMAS DA ABNT

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sábado, 6 de julho de 2019


MERCOSUL/UNIÃO EUROPÉIA: O CAMINHO PARA RECOLONIZAÇÃO DO BRASIL E DOS PAÍSES VIZINHOS

Dois ou três dias depois de referendada a tratativa do maior acordo econômico do planeta envolvendo o MERCOSUL e UNIÃO EUROPÉIA tratei de pesquisar em vários sites de jornais relevantes possíveis críticas ao mega plano, pois desconfiava haver interesses econômicos obscuros e não divulgados, que poderão tornar os países do MERCOSUL mais submissos ainda ao bloco europeu. Todas as tentativas de buscas foram em vão, o que encontrei foram manchetes ou enormes reportagens de puro entusiasmo, exaltação aos mentores, evidenciando o fato como o acontecimento do milênio, a redenção de séculos de atraso estrutural sobre milhões de sul americanos.
O que permeou no imaginário dos que sempre desconfiam de eventuais promessas de milagres econômicos como ditos pelos lideres governamentais do cone sul e a imprensa entreguista, é que havia algo sinistro nesse acordo que deveria ser evidenciado. Não há dúvida que tais peripécias foram articuladas pelos porta vozes do ultraconservadorismo neoliberal periférico, Maurício Macri e Bolsonaro, para evidenciá-los num momento conjuntural tenso de queda vertiginosa de popularidade. O que se revelou estranho na homologação do acordo foi o presidente Bolsonaro ter mudado suas convicções diante do posicionamento negativo do super ministro Guedes, tempos atrás, que declarou que todos deveriam esquecer o MERCOSUL.
No caso da vizinha Argentina, o presidente Macri, em pouco mais de um ano como presidente do país conseguiu a proeza de catapultar milhões de cidadãos argentinos num abismo de miseráveis sem precedentes na história recente daquele país. Diante de um cenário econômico confuso e incerto, para as eleições gerais marcadas para outubro de 2019 na Argentina, as pesquisas colocam em destaque o bloco partidário oposicionista da ex-presidente Cristina Kirchner, que se lançará como candidata a vice presidente e com reais possibilidades vencer o pleito. 
Para o capitalismo ultraliberal periférico, uma virtual derrota de Macri no pleito de outubro poderá comprometer o bloco do MERCOSUL e as tratativas do acordo com a União Européia.  Portanto, aí estão um dos fatores da aproximação estratégica entre Bolsonaro e Macri, representantes diretos dos interesses do capitalismo globalizado na região, conquistar a simpatia da opinião pública. O acordo de livre comércio tenderia a melhorar o grau de popularidade dessas duas lideranças, alimentando expectativas positivas das elites regionais à continuidade das políticas reformistas de cunho neoliberal.   
O segredo dos grandes jornais e emissoras de TV de terem discretamente evidenciado pontos negativos da integração, está no futuro processo institucional do MERCOSUL, ou seja, neutralizar a todo custo uma possível ascensão de forças esquerdista no comando dessas nações. Uma região cujo PIB vem apresentando baixo crescimento ano após ano, uma manchete na capa de um dos jornais com a descrição MERCOSUL-União “Européia assinaram o Maior acordo da história e que poderá render 100 bilhões ao Brasil”, soou como música aos ouvidos da elite.
Esse fato faz lembrar outro episódio semelhante ocorrido há pouco tempo, a descoberta do pré-sal cujos jornais não pouparam páginas para enaltecer o feito. Na argentina os jornais conservadores também não pouparam apoio ao plano de integração, visto como essencial à guinada econômica da região. O resultado do pré sal todos sabemos que fim teve.
Conhecendo um pouco da história dos países que congregam o bloco do MERCOSUL, a partir da ocupação territorial pelos impiedosos solados das metrópoles espanhola e portuguesa, milhares de toneladas de ouro, prata, entre outras riquezas foram pilhadas e enviadas à Europa. Um continente decadente e atrasado até então, de repente, se transformaria numa das regiões mais poderosas do planeta. Cinco séculos depois do domínio e exploração imperial ibérica sobre a América Latina, como estão hoje os povos remanescentes habitantes do Peru, México, Brasil, Bolívia, etc?  
Em nenhum momento, tanto Espanha, Portugal, Holanda, França, Inglaterra, entre outros, que se construíram a partir dos escambos e pilhagens nas Américas, África, Ásia, tiveram a humildade de reavaliar o passado e reconhecer dívidas históricas com essas regiões.  A avassaladora entrada clandestina de milhares de imigrantes africanos e asiáticos no território europeu através do mar mediterrâneo, sem dúvida é um ato inconsciente de ajustamento de contas da histórica colonização européia em seus territórios por décadas.
A formação de blocos econômicos como a zona do euro, o NAFTA e o MERCOSUL, se constituiu como projetos de proteção aos mercados locais. Entretanto, diante do gigantesco descompasso tecnológico entre o bloco do MERCOSUL e europeu, jamais o primeiro adquiriu status de soberania econômica, permanecendo subjugado às potências industrializadas. O argumento contrário de parcela significativa do parlamento argentino e demais setores produtivos do MERCOSUL ao acordo é que a iniciativa favorecerá a forte indústria européia, beneficiadas por fortes investimentos públicos e protecionismo tecnológico.
Em tempo de elevação de barreiras protecionistas a exemplo dos Estados e China que se digladiam elevando taxas de seus produtos como forma de proteger suas indústrias e produtores, de repente, o União Européia, vista também como protecionista, se mostra cordial abrindo seus mercados as “nações amigas” do sul. O que os lideres das potências européias vêem no horizonte com o acordo com o MERCOSUL é a oportunidade de minimizar perdas das quais terão com as disputas comerciais entre EUA e China, que são hoje mercados importantes à exportação de manufaturas.
Desde que Bolsonaro assumiu a presidência vinha assumindo posições contrárias à permanência do Brasil no acordo de Paris sobre o Clima. Discordava da postura de pesquisadores e organizações renomadas distribuídas pelo mundo das quais comungavam opiniões comuns afirmando que o planeta está sim aquecendo e comprometendo a própria existência humana. Foi no encontro do G20, no Japão, no final de junho de 2019, que o presidente brasileiro voltou atrás na decisão, prometendo continuar no acordo do clima.
Esse recuo se deveu as condicionantes impostas pelos principais líderes das potências européias à integração com o MERCOSUL. Entre as dezenas de proposições elencadas aos países do MERCOSUL à entrada no acordo, uma delas, vista como mais importante, é o combate ao desmatamento na Amazônia. Esse ponto é o que mais preocupa nações como França, Alemanha, Noruega, etc. Na ocasião o próprio ministro das relações exteriores do Brasil tentou convencer os governos protagonistas europeus do acordo, que o governo brasileiro está tendo total compromisso com a floreta amazônica.
Alguns dias depois do lançamento da minuta do acordo de integração comercial, o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) lançou relatório sobre o desmatamento na Amazônia, que bateu recorde no mês de junho de 2019. A área desmatada é 88% superior a do mesmo período em 2018. O relatório mostrou que somente num único final de semana foi devastado mais de cem quilômetros quadrados de floresta. Esses números absurdos podem colocar fim definitivo aos bilionários recursos do fundo amazônico repassado pelos governos da Noruega e Alemanha, que totalizaram mais de quatro bilhões de reais.
O impasse do governo brasileiro com os financiadores do fundo se agravou no instante que Bolsonaro se manifestou contrário ao modo como os recursos estavam sendo geridos. Propôs a supressão de dois conselhos do fundo e destinação de parcela do dinheiro ao pagamento de indenização de proprietários de áreas transformadas em Unidades de Conservação. Essa decisão causou irritação aos doadores dos recursos que ameaçam cancelar futuros repasses.
A idéia da criação do acordo comercial entre Europa e América do Sul é antiga e vem se arrastando há mais de três décadas. Por ser amplamente complexo, é muito difícil chegar a um consenso por envolverem realidades culturais e econômicas tão distintas. O que pegou todos de surpresa foi, de repente, num curto prazo de seis meses de governo Bolsonaro, as negociações do acordo de livre comércio parece ter sido resolvido como um passe de mágica.
Não há dúvida que o segredo dessa “façanha” está no modo como os articulistas brasileiros e argentinos vêm se posicionando politicamente frente a alguns líderes de potências mundiais como os EUA, de total subserviência. É obvio que o empresariado europeu, setor agrícola em especial, não irá abrir mão dos pomposos subsídios públicos que tornam seus produtos competitivos no mercado globalizado. Diferente da MERCOSUL onde os subsídios públicos são discretos. O resultado disso é o custo elevado e pouco competitivo do produto final.
Para entender o atual cenário é importante voltar um pouco no tempo e entender como a América Latina foi forjada.  No século XVIII, sem exceção, o comércio mundial era controlado pelo poderoso império britânico. Os países que antes eram colônias ibéricas no continente americano, depois do rompimento administrativo com suas metrópoles foram tomados por uma avalanche de produtos e dinheiro da grande potência industrial britânica.
Esse domínio permaneceu até o final do século XIX, quando outra potência assumiu o lugar, os Estados Unidos. Desde a época colônia e domínio imperial britânico e americano, esses países se especializaram na exportação de produtos primários de pouco valor agregado. Em contra partida, nos tornando consumidores vorazes de produtos manufaturado de elevado valor agregado.
A desindustrialização crescente e os pífios investimentos em educação e tecnologia contribuíram e contribuirá ainda mais para a perpetuação dessa relação desigual e de subordinação. As tratativas de selar o acordo definitivo de integração se efetivarão num futuro próximo, como acreditam os integrantes diretos dos dois governos do cone sul. No caso brasileiro, os críticos do plano acreditam que tenderá intensificar a primarização da economia, seguindo o mesmo modelo mercantilista exportador do passado.
Se a idéia é se especializar em commodities, mineração e produção agrícola, o caminho já está sendo trilhado com parcos investimentos em educação e pesquisa científica. Não se torna em vão, portanto, o sádico ataque do atual governo contras as universidades públicas, com o corte significativo de verbas voltadas ao financiamento de pesquisas, entre outros fins.    
A fragilização das relações trabalhistas que se concretizou a partir da reforma trabalhista foi outra ação que atende diretamente aos interesses a elite burguesa nacional e internacional. Usaram como pretexto à reforma trabalhista o restabelecimento do emprego. Pouco mais de um ano depois da reforma, o Brasil vem batendo recorde em fechamento de postos de trabalho. Hoje são quase vinte milhões de brasileiros sem trabalho ou que vivem de bico para sobreviver.
  O que está em curso agora é a reforma da previdência, cuja justificativa é a mesma da reforma trabalhista, recuperar a confiança dos investidores para que o país cresça e promova emprego e renda. O mesmo discurso, não é mesmo? Depois de concluída a previdência, qual será o argumento para justificar a crise do emprego que permanecerá? A resposta poderá estar no tamanho do Estado, que deverá ser reduzido ainda mais.  Educação, Saneamento Básico e o que ainda resta de setores estratégicos como mineração, energia elétrica, etc, poderão estar nas futuras pautas de negociações com o grande capital.   
Quanto menor o Estado ou estado mínimo, mais fragilizadas as relações trabalho e capital. Todo esse desmonte estrutural dará ampla vantagem a União Européia sobre o MERCOSUL numa possível concretização do plano de integração. O escritor Uruguaio Eduardo Galeano expôs com brilhantismo no livro “As Veias Abertas da América Latina” o resultado de séculos de ocupação colonial nas Américas. Até hoje o segue que escorreu das veias de milhões de mexicanos, peruanos, bolivianos, chilenos, paraguaios, argentinos, brasileiros, venezuelanos, colombianos, entre tantos outros, jamais foram estancados. 

Prof. Jairo Cezar