Posturas
Autoritárias de Gestores/as ainda se mantém em muitas das escolas públicas
estaduais. Escola Estadual do Pinheiro do Meio, Jacinto Machado, um modelo de gestão a ser repudiado.
O comando de greve do Sinte Regional de
Araranguá em visita a uma escola estadual do interior de Jacinto Machado se
deparou com uma situação um tanto quanto embaraçosa no qual vem se tornando
corriqueiro nas unidades de ensino estaduais, a postura autoritária de diretores
e outros profissionais que atuam em cargos comissionados. Como professor e
pesquisador da história política e educacional do estado e da região de
Araranguá, o episódio vivenciado me fez admitir que tais práticas antes comuns
nas administrações municipais, continuam vivas, presentes, nas escolas das
áreas urbanas e do interior. Nas pequenas vilas os sacerdotes/padres e diretores/as
de escolas, mantinham e ainda mantém certo grau de respeitabilidade e autoridade
sobre os/as demais cidadãos/ãs, motivada como se bem sabe pela pouca presença
do Estado, Municipal, Estadual e Federal, na execução de serviços essenciais à
comunidade.
Os/as
diretores/as que gerenciam tais escolas suas indicações que tiveram e ainda tem
como um dos critérios a vinculação política partidária com o arco de alianças
que garante sustentação ao governo estadual. Qualquer outro critério como
competência ou habilidade em gestão educacional são pouco considerados no
momento da indicação. O que pesa mesmo na seleção é a quantidade de votos
obtidos para o/a candidato/a vereador/a ou deputado/a estadual, que depois de
eleitos/as são eles/as que definirão quem ocuparão as respectivas vagas
loteadas disponíveis nas escolas.
O
resultando, portanto, é o que se vê, ou seja, verdadeiros/as déspotas,
opressores/as, administrando escolas, ameaçando ou assediado moralmente trabalhadores/as
da educação. Isso se torna mais corriqueiro nos momentos de paralisações como
agora, onde o/a “gestor/a” seguindo as determinações de seus comandantes munem-se
de todas as artimanhas possíveis para dificultar ou inviabilizar possíveis
contatos com os pais/responsáveis, professores/as, com integrantes do comando
de greve.
Na
sexta feira, 17 de abril, pela manha, quando em visita a uma escola na
comunidade de Pinheirinho do Meio, cuja reunião estava agendada para iniciar às
10 horas, foram criados todo tipo de dificuldades possíveis para que o ato não
ocorresse ou que fosse o mais rápido em um curto espaço de tempo. Além da
atitude nada amistosa do diretor para com os/as professores/as visitantes,
manteve-os/as esperando por cerca de uma hora e meia, tempo este que utilizou
para conversar com os pais/responsáveis e professores/as da escola, a portas
fechadas, uma clara intenção de esvaziamento, que não surtiu resultado, pois
mesmo com o avanço das horas, já próximo do meio dia, ambos/as permaneceram no
recinto possibilitando o debate.


Transformar
a escola em espaço de debate político, propostas inovadores, entre outras
ações, somente se concretizará por meio da luta, da resistência dos/as
trabalhadores/as em educação. A tarefa dos/as gestores/as, na sua maioria, é
atuar de tal modo que os problemas pertinentes no interior da escola e da
comunidade sejam negligenciados. Sua exposição revelaria a fragilidade e a omissão
de todo um sistema público viciado, cuja população se mantém refém. Um exemplo,
no caso do Pinheiro do Meio, é o Ginásio de esportes cuja construção somente foi
possível, graças a doação de um terreno ao Estado. Depois de concluída a obra,
um temporal destruiu o telhado, permanecendo interditado por dois anos. Depois
de reformado, há cerca de cinco meses aproximadamente, atualmente o que não
faltam são goteiras que inundam a quadra recém pintada.
Para
poder promover reparos no telhado do ginásio os recursos estão sendo alocados
através de doações da própria comunidade, não do governo estadual, que seria o
órgão gestor. Deveria o gestor da escola, sim, mobilizar a comunidade e pressionar
o governo para que cumprisse com sua obrigação constitucional, e não coagir e
reprimir professores/as que estão em greve e agir com desrespeito
professores/as grevistas que lutam por direitos no qual também será
beneficiado.
Além
dos problemas estruturais externos visíveis, a escola também carece de
condições básicas como uma simples biblioteca que atenda confortavelmente
estudantes e a comunidade, bem como de um laboratório de informática, que
segundo o discurso do governo do estado todas as escolas públicas já estão
munidas desses equipamentos. Nessa escola, realmente não há, nem mesmo um
computador para os/as professores/as desenvolverem seus trabalhos pedagógicos.
Portanto, no quesito gestão escolar, as expectativas de que ocorram transformações
significativas a curto e médio prazo são tênues, mesmo quando se sabe do
decreto lançado pelo governo em 2013 que permite eleições para diretores a
partir do segundo semestre de 2015. O sindicado da categoria se posicionou
contrário a tal decreto, por não ser uma lei, por restringir o processo, com
clara intenção de perpetuar o controle sobre o processo de gestão das escolas.

Prof. Jairo Cezar
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