quinta-feira, 30 de junho de 2022

 

O FIM DO MUNDO UNIPOLAR

O final da segunda guerra mundial foi responsável por uma nova configuração geopolítica planetária. Tantos os Estados Unidos quanto à Rússia reivindicavam sua supremacia por protagonizarem o término do conflito que durou quinze anos. O resultando, portanto, dessa disputa pela hegemonia foi a Guerra Fria, na qual colocou ambos em lados opostos do tabuleiro geopolítico. A construção do Muro de Berlin foi o ato que sacramentou definitivamente essa separação, que permaneceu incólume até 1989 com o fim da União Soviética.

O mundo bipolar de repente se esvai se sobressaindo o ocidente capitalista liderado pelos EUA. Muitos até ousavam em afirmar que a queda do muro resultaria no fim da história, pelo fato de prevalecer apenas uma única força política ideológica. Não foi o que aconteceu de fato, jamais o mundo enfrentou tanta guerra, tanta violência com essa nova configuração planetária. Claro que novos inimigos foram forjados para manter ativo o poderio econômico das corporações ligadas ao segmento armamentício.

Guerra no Kuwait, ocupação do Iraque, do Afeganistão, entre outros tantos acontecimentos sangrentos, sempre estiveram por trás a poderosa força militar americana, cuja justificativa das ações era proteger o mundo livre dos “terroristas” muçulmanos. O caso dos ataques as World Trade Center em Nova York em 11 de setembro de 200, por integrantes da AL Qaeda foi o divisor de água de um novo momento que estava se inaugurando no mundo, a chamada “guerra ao terror” financiada pelos Estados Unidos.

Com a desarticulação d União Soviética, a Rússia viveu um momento especial na sua política geoeconômica. A inserção das políticas neoliberais reduziu abruptamente o tamanho do Estado Russo. A privatização de estatais entregues às corporações transnacionais trouxe ao país o crescimento gradativo das desigualdades e da inflação que corria o Rublo dia após dia.  Envolvida em crises econômicas devastadoras, o orgulho Russo foi atingindo em cheio principalmente a partir de cenas grotescas, ridículas, protagonizadas por presidentes, como de Boris Welsen, que foi flagrado discursando bêbado em encontro ocorrido com o presidente Americano Bill Clinton na década de 1990.  

A ascensão de um ex-integrante da KGB Soviética, Vladimir Putin, abriu uma nova  fresta de esperança ao restabelecimento da soberania e da grandeza russa. Na expectativa de uma Rússia grande e ameaçadora aos interesses ocidentais, a OTAN, criada após a segunda guerra mundial, cada vez mais procurou avançar suas bases militares em direção leste da Europa, fronteiras com a Rússia, mostrando ser uma clara ameaça à sua soberania territorial.

O fato é que o século XXI se despontou como um período de crises econômicas de convulsões sociais generalizadas no mundo inteiro, dando sinais de que a unipolaridade econômica e militar, liderado pelos estados Unidos, estava com os dias contados. A ascensão da China como potência econômica e o estreitamento das relações comerciais com seus vizinhos e a principalmente a Rússia, passou a aterrorizar os magnatas estadunidenses e seus súditos europeus, ameaçados com a perda de mercado.

Foi exatamente com a partir da invasão russa no território ucraniano, começo de 2022, que escancarou literalmente o curto tempo de vida do poderio do dólar como moeda internacional. Uma guerra que se pensava durar alguns dias já adentrou no quarto mês com milhares de vidas ceifadas e destruição incalculável da estrutura material da Ucrânia. Na realidade uma guerra forjada pelas potências ocidentais tendo como articuladores o presidente dos Estados Unidos John Biden e ucraniano Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia.  

O que é verdadeiro é o fato do conflito ser explicitamente favorável às indústrias bélicas americanas que estão faturando bilhões de dólares com o prosseguimento da guerra. As inúmeras sansões impostas pelo ocidente à Rússia para fragilizar sua economia, aparentemente pouco efeito está tendo. Primeiro porque a Rússia é um dos principais exportadores de gás natural aos países europeus, dentre eles a Alemanha.

O fechamento dos dutos que transportam gás à Europa é a própria ruína do continente.  Para enfrentar a escassez de produtos e a redução de moeda internacional para girar a economia, cada vez mais a Rússia está se expandindo ao leste asiático, abrindo novos comércios bilaterais com a Índia, Irã, Japão, China, etc. A China por sua vez com a abertura de novas rotas comerciais importantes na África, Ásia e na América Latina está se despontando a real substituta dos Estados Unidos em termos de liderança mundial. Para os EUA o que sobrará será o seu quintal histórico, a América latina. Para isso fará o que sempre fez durante toda a sua historia, influenciar nos resultados eleitorais desses países, ajudando a eleger governos complacentes as suas políticas imperialistas.

Prof. Jairo Cesa              

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