O
FIM DO MUNDO UNIPOLAR
O
final da segunda guerra mundial foi responsável por uma nova configuração
geopolítica planetária. Tantos os Estados Unidos quanto à Rússia reivindicavam
sua supremacia por protagonizarem o término do conflito que durou quinze anos.
O resultando, portanto, dessa disputa pela hegemonia foi a Guerra Fria, na qual
colocou ambos em lados opostos do tabuleiro geopolítico. A construção do Muro
de Berlin foi o ato que sacramentou definitivamente essa separação, que
permaneceu incólume até 1989 com o fim da União Soviética.
O
mundo bipolar de repente se esvai se sobressaindo o ocidente capitalista
liderado pelos EUA. Muitos até ousavam em afirmar que a queda do muro
resultaria no fim da história, pelo fato de prevalecer apenas uma única força
política ideológica. Não foi o que aconteceu de fato, jamais o mundo enfrentou
tanta guerra, tanta violência com essa nova configuração planetária. Claro que
novos inimigos foram forjados para manter ativo o poderio econômico das
corporações ligadas ao segmento armamentício.
Guerra
no Kuwait, ocupação do Iraque, do Afeganistão, entre outros tantos
acontecimentos sangrentos, sempre estiveram por trás a poderosa força militar
americana, cuja justificativa das ações era proteger o mundo livre dos “terroristas”
muçulmanos. O caso dos ataques as World Trade Center em Nova York em 11 de
setembro de 200, por integrantes da AL Qaeda foi o divisor de água de um novo
momento que estava se inaugurando no mundo, a chamada “guerra ao terror”
financiada pelos Estados Unidos.
Com
a desarticulação d União Soviética, a Rússia viveu um momento especial na sua
política geoeconômica. A inserção das políticas neoliberais reduziu
abruptamente o tamanho do Estado Russo. A privatização de estatais entregues às
corporações transnacionais trouxe ao país o crescimento gradativo das
desigualdades e da inflação que corria o Rublo dia após dia. Envolvida em crises econômicas devastadoras, o
orgulho Russo foi atingindo em cheio principalmente a partir de cenas
grotescas, ridículas, protagonizadas por presidentes, como de Boris Welsen, que
foi flagrado discursando bêbado em encontro ocorrido com o presidente Americano
Bill Clinton na década de 1990.
A
ascensão de um ex-integrante da KGB Soviética, Vladimir Putin, abriu uma nova fresta de esperança ao restabelecimento da
soberania e da grandeza russa. Na expectativa de uma Rússia grande e ameaçadora
aos interesses ocidentais, a OTAN, criada após a segunda guerra mundial, cada
vez mais procurou avançar suas bases militares em direção leste da Europa,
fronteiras com a Rússia, mostrando ser uma clara ameaça à sua soberania
territorial.
O
fato é que o século XXI se despontou como um período de crises econômicas de
convulsões sociais generalizadas no mundo inteiro, dando sinais de que a unipolaridade
econômica e militar, liderado pelos estados Unidos, estava com os dias contados.
A ascensão da China como potência econômica e o estreitamento das relações
comerciais com seus vizinhos e a principalmente a Rússia, passou a aterrorizar
os magnatas estadunidenses e seus súditos europeus, ameaçados com a perda de
mercado.
Foi
exatamente com a partir da invasão russa no território ucraniano, começo de
2022, que escancarou literalmente o curto tempo de vida do poderio do dólar
como moeda internacional. Uma guerra que se pensava durar alguns dias já adentrou
no quarto mês com milhares de vidas ceifadas e destruição incalculável da
estrutura material da Ucrânia. Na realidade uma guerra forjada pelas potências
ocidentais tendo como articuladores o presidente dos Estados Unidos John Biden
e ucraniano Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia.
O
que é verdadeiro é o fato do conflito ser explicitamente favorável às
indústrias bélicas americanas que estão faturando bilhões de dólares com o
prosseguimento da guerra. As inúmeras sansões impostas pelo ocidente à Rússia
para fragilizar sua economia, aparentemente pouco efeito está tendo. Primeiro
porque a Rússia é um dos principais exportadores de gás natural aos países
europeus, dentre eles a Alemanha.
O
fechamento dos dutos que transportam gás à Europa é a própria ruína do
continente. Para enfrentar a escassez de
produtos e a redução de moeda internacional para girar a economia, cada vez
mais a Rússia está se expandindo ao leste asiático, abrindo novos comércios
bilaterais com a Índia, Irã, Japão, China, etc. A China por sua vez com a
abertura de novas rotas comerciais importantes na África, Ásia e na América
Latina está se despontando a real substituta dos Estados Unidos em termos de
liderança mundial. Para os EUA o que sobrará será o seu quintal histórico, a
América latina. Para isso fará o que sempre fez durante toda a sua historia,
influenciar nos resultados eleitorais desses países, ajudando a eleger governos
complacentes as suas políticas imperialistas.
Prof.
Jairo Cesa
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