“VAMPIRO”
E A SAGA ELEITOREIRA COM DINHEIRO SEQUESTRADO DOS SERVIDORES APOSENTADOS DO SERVIÇO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA
A
vinda do deputado, ex-secretário da educação, vampiro, ao sul do estado para
despejar dinheiro para obras de infraestrutura em escolas municipais, faltando
quatro meses para as eleições, tem um gosto amargo para os professores da rede
pública estadual de santa Catarina. O primeiro aspecto a ser desconsiderado
dessa incursão politiqueira do deputado é quando afirmou ser o atual governo o
primeiro a destinar verbas públicas à construção de escolas municipais. O importante ressaltar aqui que se há recursos
de sobra disponíveis se deve a uma economia milionária do estado durante os
três anos de pandemia, quando todas as mais de mil escolas públicas ficaram bem
dizer desativas, sem aulas presenciais.
Somando
as economias com gastos com água, energia elétrica, merenda escolar, manutenção
das escolas e a não contratação de professores act, o Estado teve um aporte
expressivo de recursos economizados que estão sendo gastos agora para azeitar a
eleição do deputado/ex-secretário, do governador e de muitos outros parlamentares
que integram o grupo de apoio do executivo. Muitos/as devem ter notado a
avalanche de verbas repassadas aos municípios por meio de emendas
parlamentares, muitas das quais aplicadas na construção de postos de saúde,
pavimentação de ruas, etc, etc.
Lembram
do fundo eleitoral de quase cinco bilhões aprovados pelo congresso nacional
destinados aos partidos para financiar o próximo pleito eleitoral em outubro. Então
é desse modo que funciona o sistema eleitoral brasileiro. Os municípios ficam
quase quatro anos penando para sobreviver com parcos recursos e, de repente,
faltando poucos meses para um novo pleito eleitoral, candidatos a deputados,
governadores, senadores, etc, aparecem aos montes com recursos de emendas.
É
tanto dinheiro sobrando no caixa que o próprio Estado está destinando a
pavimentação de rodovias federais no estado, a exemplo do trecho da Serra da Rocinha,
no Timbé do Sul, pertencente a Br. 285. Claro que muito do dinheiro do Estado
que está chegando aos municípios catarinenses vêm dos servidores públicos estaduais
aposentados, que tiveram 15% dos seus proventos sequestrados com a aprovação da
reforma da previdência estadual em agosto de 2021. Na época centenas de
servidores públicos foram impelidos de adentrarem as galerias da Assembleia
para acompanhar as votações e pressionar os parlamentares para que não
cometessem tal barbaridade com os servidores estaduais.
Como
acontece em regimes ditatoriais, durante o processo de votação da reforma na
ALESC, o governo do estado de SC acionou a força policial para repelir os
servidores presentes na entrada da Assembleia. Bombas de gás de efeito moral, spray
de pimenta foram lançados contra professores, na sua maioria aposentados/as que
dedicaram suas vidas servindo o estado e cuja resposta do Estado, são
cassetetes, gás de pimenta, etc. Na época foi prometido que todos os/as
parlamentares que votaram contra os servidores seria realizada campanha em todo
o estado para inviabilizar sua reeleição em outubro de 2022, dentre eles o
próprio ex-secretário da educação, Vampiro.
Outra
obra assinada para ser edificada em uma escola municipal de Sombrio será a construção
de uma piscina semiolímpica que atenderá a comunidade escolar. Segundo a
opinião do deputando, o esporte é para transformar vidas. Acrescentou também afirmando
que como
secretário teve a oportunidade de fazer isso, desde os alunos até os
professores, com mudanças inéditas e jamais imaginadas no salário dos
professores, valorizando aqueles que realmente precisam ser bem pagos.
É obvio que ninguém é
contra que escolas municipais sejam bem estruturadas, até mesmo tendo piscinas
olímpicas, que é um direito, sim, da população, pois o dinheiro vem dela por
meio de impostos. O fato é que muitas vezes algumas obras não sejam tão
prioritárias, pois requer muito investimento durante a edificação e sempre.
como e o caso de uma piscina olímpica. Como já é cultural no Brasil, muitas
obras caras construídas por certa gestão geralmente na gestão seguinte é
deixada de lado sofrendo todo o tipo de depredação. E exemplo tem aos montes. Os
caíques, as academias ao ar livre, são algumas obras construídas no passado e
jogadas as traças.
O
deputado usa e abusa da mesma estratégia do presidente Bolsonaro, que é mentir
escancaradamente. A aprovação da reforma da previdência dos servidores
estaduais em agosto de 2021, que também foi favorável, alterou o teto de
cobrança da alíquota de 14% que antes isentava aqueles que recebiam até o teto
da previdência de 6.4 reais. A nova lei determinou a cobrança a partir de quem
recebia o salário mínimo, ou seja, 1.200 reais.
Milhares de professoras aposentados ganham salários muitos baixos, onde
parcela desse montante está comprometida para a compra de remédios. Isso mesmo,
muitos/as professores/as quando encerram a carreira docente já apresentam inúmeras
patologias, sendo que a depressão é um das doenças mais diagnosticadas, em
decorrência do stress das pressões e dificuldades enfrentadas no dia a dia da
sala de aula.
No
ano passado o governo estadual usou e abusou do dispositivo fake para
engambelar a população afirmando que nenhum professor com ensino superior e
quarenta horas de trabalho semanais ganharia menos de cinco mil reais mensais. Esse
valor de cinco mil reais é concedido a uma pequena fração dos professores do
estado, sendo a grande maioria, ACT, por exemplo, ainda percebem valores que de
longe atingem os cinco mil reais mensais. Para atingir esse montante,
geralmente trabalham em duas ou três escolas, com carga horária que vai de 50 a
60 horas semanal.
Acreditam
que todos devem lembrar a forte publicidade patrocinada pelo governo durante a
divulgação da concessão dos cinco mil reais. Na realidade foi uma estratégia
que o governo adotou para desviar a atenção da sociedade sobre outro assunto
que beneficiaria todos/as os/as professores/as, o cumprimento da lei do piso
nacional. No estado são 2.385
professores que não recebem nem mesmo o piso salarial nos seus rendimentos.
Prof.
Jairo Cesa
https://sinte-sc.org.br/Noticia/19739/pesquisasaudedocente
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