segunda-feira, 27 de junho de 2022

 

O AUMENTO DOS COMBUSTÍVEIS IMPACTA A VIDA DE MILHÕES DE BRASILEIROS

Um ou dois dias depois do congresso aprovar o projeto que define equiparar a cobrança de no Máximo 17% de ICMS para todos os estados como forma de baixar os preços dos combustíveis, a Petrobrás promoveu outro aumento, elevando em 14% o preço do óleo diesel nas refinarias. Em menos de um ano a Petrobrás já elevou o preço do diesel em mais de 67% É a primeira vez que esse combustível supera o da gasolina e valor cobrado nos postos. O que é mais incrível foi como a sociedade assimilou essa aberração promovida pela Petrobras e com o respaldo do governo federal.

A categoria dos caminhoneiros e outros profissionais que dependem desse combustível para trabalhar se imaginava que no dia seguinte aos aumentos haveria uma grande mobilização nacional. Alguns noticiários até divulgaram que setores dos caminhoneiros estavam se organizando para pressionar o governo a rever os aumentos. Nada aconteceu e tudo continuou funcionando normalmente. O governo federal frente aos constantes aumentos coloca a culpa na direção da estatal. Mais uma vez confunde a população afirmando ser isento de responsabilidade ao que acontece na Petrobras.

Com fez em outras oportunidades, demitiu o presidente da estatal jogando nele e nos conselheiros toda a responsabilidade. Não explicou para a população que qualquer decisão de aumento dos combustíveis tomada passa obrigatoriamente pelo conselho consultivo, onde cinco ou seis membros são de sua indicação. Portanto, onde está o erro? A explicação está nas políticas de paridade de preços internos aos cobrados internacionalmente, política essa criada no governo de Michel Temer.

Embora o Brasil hoje seja quase que autosuficiente na exploração de petróleo, devido ao pré-sal, parte dessa produção é controlada por companias privadas. As mesmas impõem que o Brasil o cumprimento de regras internacionais.  Como funciona essa matemática? O Brasil importa 30% do petróleo do petróleo que consome, pagando em dólar. Se compra em dólar, os 70% do montante extraído aqui e refinado, com custo bem baixo, também é distribuído aos postos como se tivesse sido importado.

Então como explicar a postura do congresso nacional em reduzir a cobrança de ICMS dos estados em 17% como forma de fazer baixar os preços dos combustíveis. Mais uma vez entra em cena o guardiães do neolibelarismo, que é atacar em cheio o setor público, educação e saúde, por exemplo. Os estados, obrigatoriamente, têm de repassar parte de sua arrecadação, 25%, por exemplo, para a educação, 12% para a saúde e outros 25% para os municípios, dinheiro esse vindo do ICMS.

Muitos estados quase 70% de toda a arrecadação vêm do ICMS. Outro dado desesperador para os Estados. O valor do ICMS está congelado há mais de um ano, diferente dos combustíveis que já tiveram elevação acima de 50% no geral em 2022. Na PL da redução dos ICMS no congresso define que os nos seis primeiros meses após sansão da lei, os Estados serão recompensados com repasses compensatórios pelo governo federal. E depois, como fica? A resposta, certamente, será o caos generalizado sobre os estados e municípios.

O impacto dessa lei sobre o ICMS aprovada pelo congresso aos municípios será em torno de 100 bilhões de reais. Como resolver isso? Ficou mais escancarado ainda que temos um congresso voltado explicitamente para a destruição do Estado, dos serviços mais essenciais à garantia mínima à dignidade dos trabalhadores, à saúde e à educação publica com qualidade. Seguindo esse cenário e se não houver uma ruptura do processo político em outubro o quadro econômico tende a piorar ainda mais.

Em um país onde 88% das cargas são transportadas em rodovias o impacto da elevação do diesel em 14% é devastador para a vida de milhões de brasileiros. Basta ir ao supermercado e ver com os próprios olhos o tamanho do impacto desses aumentos. Um litro de leite que custava há pouco tempo 2 a 3 reais é vendido hoje a quase 7 reais. O mais avassalador são os mais de 40 milhões de brasileiros, sem trabalho, que vivem sem renda, que dependem exclusivamente do auxílio Brasil.

Prof. Jairo Cesa

    

https://www.cnnbrasil.com.br/business/aumento-dos-combustiveis-nao-tem-a-ver-com-o-icms-diz-presidente-do-comsefaz/

 

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