MANIFESTO
EM DEFESA AO FRÁGIL ECOSSISTEMA NO BALN. MORRO DOS CONVENTOS
O
que é mais revoltante é quando se sabe que o motivo de toda essa celeuma no
balneário, que ataca em cheio os interesses das elites predatórias do município,
se deve ao Projeto Orla, plano esse desenvolvimento para a região durante a
gestão do ex-prefeito Sandro Maciel, do Partido dos Trabalhadores. De fato, sem
sombra de dúvida, o plano do Projeto Orla deve ser considerado como um dos
grandes legados administrativos de todos os tempos para o município e toda a
região.
Quem
vive o dia a dia no balneário sabe que com o fim da gestão Sandro Maciel, os
gestores que adentraram no passo municipal tentaram e tentam paulatinamente
dilapidar o plano. Diante das pressões do segmento imobiliário, empresarial,
parte do legislativo e chancelado pelas mídias bolsonaristas, integrantes da
OSCIP e o próprio MPF vem sendo responsabilizados, criminalizados e culpados
pelos embargos ocorridos no Balneário. Outro aspecto importante a considerar é
que a presença do MPF no balneário e em toda a faixa costeira do sul de Santa
Catarina não se dá por intermédio exclusivo de denúncias. As presenças
frequentes dos procuradores e dos técnicos do ministério fazem parte do protocolo
dessa instituição.
É preciso entender que o argumento defendido
por alguns segmentos de que o balneário, parte baixa, já e área consolidada e,
portanto, passiva de empreendimentos, não condiz com a realidade. O Projeto Orla
propõe novos encaminhamentos a serem executados pelo poder público e o órgão
ambiental para a concessão de novos licenciamentos. Dentre as considerações,
podemos destacar algumas como: definição de áreas de risco; áreas
ambientalmente importantes que precisam ser recuperadas; contrapartidas
ambientais para a continuidade do desenvolvimento; tratamento dos influentes
domésticos, etc. São mais de 200 demandas elencadas no projeto orla que
resultou no PGI (Plano de Gestão Integrada). Alem dessas demandas, foram elaborados
inúmeros mapas que trazem definições precisas de todas as Zonas de Interesses,
mostrando o que pode, onde pode e de que modo pode ser tais ocupações.
Também
não se pode esquecer que toda a faixa costeira do município, do paiquerê à
comunidade da Barra Velha está integra a uma APA (Área de Proteção Ambiental),
criada por decreto em dezembro de 2016. Além da APA também foram criadas por
decreto um MONA-UC (Monumento Natural – Unidade de Conservação, e uma RESEX
(Reserva Extrativista, da foz do rio Araranguá até a futura ponte ligando Morro
dos Conventos/Hercílio Luz. Ambas as unidades devem ser consideradas em
qualquer projeto de infraestrutura em toda a faixa costeira do município, que
de fato não está acontecendo.
Diante
do exposto solicitamos ao Partido dos Trabalhadores, na pessoa do presidente,
do vereador e de outros membros da executiva municipal, que se manifestem repudiando
os ataques e as ameaças que vem sendo desferidos contra membros da OSCIP
PRESERV’AÇÃO. Não aceitamos, de modo algum, que algum membro do legislativo
municipal ou qualquer outra pessoa venha participar de uma reunião como a da
última sexta feira, na sede do SAMAE, e use a palavras ameaçadores como a que
expressou o vereador Luciano Pires: “são
quatro ecochatos no Morro dos Conventos que vem lavando o terror. Esses quatro
temos que atropelar eles, pelo bem da cidade, pelo bem da região”. Afinal
quem são esses quatro, citados pelo respectivo vereador, que deverão ser
atropelados? O que seria realmente atropelar, passar um caminhão por cima? Mais
uma vez reitero que o partido dos trabalhadores encaminhe moção de protesto
contra o respectivo vereador, por estar incitando a população a atos violentos
contra cidadãos/as no Morro dos Conventos.
Prof. Jairo Cesa
Nenhum comentário:
Postar um comentário