PEC
DOS COMBUSTÍVEIS E A QUEBRADEIRA DOS ESTADOS E MUNICIPIOS COM A REDUÇÃO DAS
ALIQUOTAS DE ICMS
É
possível que muita gente deva ter ficado extremamente satisfeita quando soube que
os preços cobrados pelo litro da gasolina na região havia sido sensivelmente reduzido.
De 6.99, valor cobrado pelos postos no último reajuste da Petrobras, foi
reduzido para 6.50 a 6.70 na região da AMESC/AMREC. Essa baixa tem relação sim
com a PLP 18/2022, dos combustíveis, votada no congresso nacional que limita a
cobrança de ICMS sobre produtos de serviços essenciais à alíquota mínima de 17%
a 18% em cada estado.
Mais
uma vez o governo federal e o congresso isentaram de responsabilidade à
Petrobras à guinada homicida de aumento dos combustíveis. Para proteger os
acionistas da empresa assegurando-os ganhos exorbitantes frente à política de paridade
de preços ao mercado internacional, foi mais tranquilo ao congresso e ao
governo transferir o prejuízo aos estados e aos municípios. Aproveitaram também
o bombardeio lançado nos últimos meses aos entes federados afirmando
categoricamente que somente com a redução das alíquotas de ICMS é que se
poderia garantir preço menor pelo litro da gasolina, diesel, energia e outros
serviços
Embora
todo o barulho e revolta dos governadores e prefeitos à aprovação da PLP, menos
de uma semana depois do ensejo não se ouvia mais ninguém tocar no assunto. O
estranho nisso é que houve apenas redução no preço da gasolina, permanecendo o
diesel com o preço reajustado, quase um real a mais ao da gasolina. Se alguma lei complementar tivesse que ser
realmente aprovada deveria ser em favor do diesel, isso porque mais de 80% dos
produtos e serviços transportados no Brasil ocorrem via rodoviário, por meio de
caminhões.
Na
região sul de Santa Catarina mais de 80% das grandes empresas tem o gás natural
como fonte de energia. Residências, condomínios, automóveis também são
abastecidos por gás natural, cujos reajustes dos preços vêm ocorrendo seguindo
o mesmo ritmo dos demais combustíveis. Quem
ingressou no gás natural há alguns anos atraídos pelos preços módicos pagos,
bem mais compensadores que os demais combustíveis, no último dia 20 de junho de
2022, jornais da região trouxeram estampados nas suas capas a seguinte
manchete: gás natural ficará 41% mais caro para a indústria a partir do dia 02
de julho de 2022.
Frente
a tais aumentos as respostas mais ouvidas, principalmente do segmento da indústria,
é que o reajuste será catastrófico para o setor. Em nenhum momento
responsabilizaram o governo federal e a Petrobras pelos preços elevados que
estão condicionados as políticas de paridades aos cobrados internacionalizados.
Alegaram que a culpa da elevação se deve ao monopólio da estatal, que a solução
para se ter preços menores seria a quebra do monopólio, pois traria mais
competitividade.
Outro
dado importante e pouco divulgado pelas mídias tradicionais e digitais é o
tamanho do impacto da PLP 18 para os estados e municípios diante da redução da
alíquota de ICMS em 17 e 18. Em três anos, a partir de 2022, a região da AMREC,
por exemplo, constituída por 12 municípios deixará de arrecadar cerca de cem
milhões de reais de ICMS. Dinheiro que faltará para manter em funcionamento
UPAS, Creches e outros serviços de extrema necessidade para a população.
Prof.
Jairo Cesa
Nenhum comentário:
Postar um comentário