O
OVO DA SERPENTE DO NEOFASCISMO PRESTES A ECLODIR!?
Essa
não é a primeira vez que escrevo algo enaltecendo a história como disciplina
obrigatória para evitar que episódios maléficos à humanidade jamais se repitam.
O nazismo/fascismo, por exemplo, foram acontecimentos trágicos que resultaram
na morte de milhões de pessoas só pelo fato de lideres embebidos pela loucura
de acreditarem na possibilidade de gerar uma raça pura. Mas parece que muita
gente, lideranças políticas, por exemplo, talvez por ignorância ou incapacidade
cognitiva, jamais compreenderam a fundo a construção ideológica dessas
doutrinas nefastas.
São
inúmeras as bibliografias, documentários, séries, filmes, etc., a disposição
que comprovam que o nazifascismo teve a sua genealogia decorrente das crises
econômicas quase crônicas do capitalismo, onde fez eclodir figuras míticas,
lunáticas, doentias e uma legião de seguidores fanáticos, alucinados pelo poder.
A exaltação de símbolos nacionais como bandeiras e hinos, por grupos ou partidos
políticos, sempre foram preâmbulos que sinalizaram a existência de um covil de
perigosas serpentes chocando os seus ovos.
O
Brasil embora sendo uma república federativa constitucional a mais de cem anos,
chama a atenção o fato de estar hoje sob ataques de grupos ultradireitistas e
chancelado pelo próprio presidente da república. As constantes investidas do atual governo e de
seus fanáticos seguidores ao STF, por exemplo, são sinais perigosos à democracia
e a integridade do Estado Nacional. Situações semelhantes à atual já ocorreram em
outras oportunidades, como o golpe político de Getulio Vargas em 1937, e de
1964, quando militares tomaram o poder de João Goulart e que permaneceram por
mais de vinte anos.
Parece
que vivemos atualmente cenários parecidos aos dois acontecimentos anteriores. A
construção de narrativas imaginárias e preconceituosas como tachar de
comunistas quem critica o sistema é motivo de preocupação. Se não bastasse tal
aberração sociológica, o que dizer então do uso de expressões sacras do tipo “deus
acima de tudo” e “Deus, Pátria e Família” como mantras de um irracionalismo
caquético.
Lembro
de obras historiográficas relevantes como do historiador Louis Althusser, a
exemplo do livro Aparelhos Ideológicos do Estado, que cita Deus, Pátria e Família
como sendo partes do complexo aparelho ideológico do Estado, forjados para
controlar e manipular as massas alienadas. A proliferação sem fim de igrejas
neopentecostais e a forte presença de evangélicos no congresso e nas estruturas
de decisão do governo federal dão uma dimensão do grande perigo que ronda os
bastidores do Estado Laico brasileiro.
O
que diferencia o atual governo neofacista brasileiro dos signatários nazistas e
fascistas na Alemanha e Itália é que aqui o processo de extermínio vem se dando
de maneira aparentemente não institucionalizada, ou seja, não ha listas de
nomes ou grupos étnicos específicos identificados e levados para campos de
extermínios. O comportamento negacionista ao vírus do Covid-19 e a todas as
medidas preventivas, que resultaram a morte de mais de seiscentos e cinqüenta
mil pessoas pode ser comparado a campos de extermínios? Parcela significativa
dos mortos pelo vírus foi de pessoas de baixo poder aquisitivo, brancos e negros,
que vivem em ambientes precários e sem condições mínimas de bancar tratamentos
em clínicas particulares.
A
invasão de territórios indígenas e de grupos tradicionais por grileiros,
madeireiros, garimpeiros, que destroem seus rios e os meios de subsistência são
também formas de extermínios velados. A violência nas grandes cidades,
principalmente em áreas pobres, que diariamente dezenas, centenas de pessoas
são mortas ou por ação policial ou por disputas de pontos tráficos são reflexos
de um Estado decadente, dominado por elites arcaicas e pela corrupção.
Prof.
Jairo Cesa
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