domingo, 2 de abril de 2017

OS REFUGIADOS DA FUMAÇA NA CHINA E OS REFUGIADOS DA ÁGUA NO BRASIL

No final de 2016 milhares de cidadãos/ãs moradores de Pequin, China, viram-se afetados por uma espessa névoa que cobriu a cidade por vários dias. A neblina não era nenhum fenômeno natural como acontecem em determinadas estações do ano motivadas pela inversão térmica, ou seja, choques de temperaturas. Nada disso, o que ocorreu em Pequin foi resultante da intensa poluição proveniente das centenas de fábricas e automóveis que lançam diariamente milhões de toneladas de partículas de Co2 à atmosfera e que tornam o ar irrespirável.
Para as pessoas mais abastadas economicamente o jeito foi comprar passagens de avião ou outro meio de transporte e fugir para o interior em busca de ar um pouco mais respirável. O fato é que embora haja programas, protocolos de acordos multilaterais para limitação dos níveis de emissão de gases poluentes à atmosfera, a cada novo encontro, reuniões como as COPs (Conferências das Partes) já na edição 21, onde são gastos milhões de dólares só para a organização, os relatórios apresentados com os resultados são sempre decepcionantes.
O que está acontecendo com o ar da China é o prelúdio de um planeta terra possivelmente irrespirável e também inabitável para algumas espécies vivas nos próximos séculos, quem sabe muito ante do que se imagina. O que é mais espantoso é que o ser humano está inserido entre as espécies ameaçadas de desaparecer.
Se na china o problema já é a escassez de oxigênio, em outros países como o Brasil, que concentra 20% de toda água doce do planeta, esse recurso em muitos municípios é considerado artigo de luxo. Quem tiver alguma dúvida acerca do problema da escassez de água basta assistir os noticiários dos telejornais. Tem regiões ou municípios nordestinos que não chove há anos. O problema da falta de água não está associado apenas à estiagem. A região Amazônica que concentra o maior número de rios de água doce do planeta, também é a que apresenta a maior degradação pela fragilidade no sistema de saneamento básico.
Quase todos os rios e aqüíferos brasileiros já são de alguma maneira afetados por certos tipos de poluentes, isso porque somente uma ínfima parcela dos resíduos orgânicos lançados são coletados e tratados adequadamente. Se na China já existem os refugiados da fumaça, no Brasil, bem mais cedo do que imagina estará se formando os refugiados da água. Essa catástrofe não afetará  exclusividade a população do semi-árido nordestino, mas todas as regiões. A Amazônia, pasmem, é a região mais ameaçada, não por falta d’água, mas por estar imprópria para o consumo devido a contaminação.

Prof. Jairo Cezar  

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