sexta-feira, 14 de abril de 2017

ÉTICA DO ROUBO COMO PRATICA NATURALIZADA NO BRASIL

Desde que nascemos nossos pais e depois, professores, entre outros, procuram sempre transmitir valores e atitudes de honestidade e respeito um com o outro e com a coisa pública. Com o dia a dia tais práticas vão se naturalizando, transformando em códigos de conduta ou ética, que nos guiará por toda nossa existência. Quando saiu a lista de Fachin, das dezenas, centenas de políticos citados nas delações premiadas por envolvimento em atos de corrupção, é de se imaginar que milhões de pessoas devam ter ficado atônitas com tantos nomes conhecidos, que possivelmente devam até ter ajudado a Elegê-los com o seu voto acreditando nas promessas de campanha.
Mais do que nunca o debate sobre o que ética deve fazer parte do dia das nossas casas e escolas. Nossas crianças, nosso jovens, precisam ser esclarecidas de que tais condutas não condizem com a verdadeira ética. Com base nessa terrível conjuntura, fica muito claro agora entender por que da necessidade da supressão das disciplinas sociologia e filosofia dos currículos das escolas. Se ética é a reprodução ou consciência natural do que se pensa e faz diariamente, o roubo, a corrupção, a fraude, a propina, ambas são práticas que se naturalizaram e que deliberadamente vem sendo praticadas por quase todos os partidos e políticos.
Porém, sociologicamente, muito dos políticos que nos representam seu comportamento é um retrato fiel do modo como a sociedade age. Ficou muito claro diante das revelações dos delatores o motivo pelo qual da violenta crise recessiva que o Brasil enfrenta. Quase todos os delatados, as cifras recebidas ultrapassam os milhões. É muito dinheiro. Isso explica o por que do caos na saúde pública e educação, com escolas interditadas e outras tantas aos frangalhos com goteiras e riscos de desabamento.
O pior de tudo é que quem será punido por toda essa roubalheira é o próprio povo, casos as reformas trabalhistas e previdenciárias prossigam. A guerra contra os pobres não se dá somente por parte do congresso, o próprio judiciário também tem responsabilidade. Quando Joaquim Barbosa era presidente do Supremo, afirmou categoricamente que não existem direitos adquiridos. O que isso significa? Um explícito apoio as reformas inconstitucionais iniciadas por Dilma e continuadas por Temer.
Com que moral terá o congresso, com 71 parlamentares citados nas delações, em dar continuidade com as reformas. Pesquisas apresentadas recentemente revelam que mais de 70% da população são contra a reforma trabalhista e previdenciária.  A única saída para todo esse imbróglio político seria a imediata intervenção do Ministério Público e da própria OAB. É bem provável que todos os citados tentarão, de alguma maneira, criar um plano para inviabilizar o prosseguimento dos processos. Se esse cenário conturbado se manter, muitos dos políticos indiciados terão abortadas suas perspectivas de reeleição. A não ser, utilizar o próprio congresso para salvá-los. A lista fechada é uma das possibilidades.
Se esse novo golpe político não se configurar no congresso, o povo terá a oportunidade de promover a maior limpeza política de sua história em 2018, quando elegerão uma nova leva de políticos verdadeiramente comprometidos com o social. Porém, esse processo não será tão simples assim. Isso porque historicamente as elites dominantes sempre tiveram sucesso nas empreitadas contrárias à ascensão das forças populares no poder. O golpe de 1964 foi um deles. Para 2018, que tipo de golpe estaria sendo planejado?

Prof. Jairo Cezar

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