quarta-feira, 22 de junho de 2011





IMIGRANTES EUROPEUS NO GRANDE ARARANGUÁ -  A “SAGA” EXPANSIONISTA
                                                                                                                          Frof. Jairo Cezar  

A construção e expansão do território, conhecido até a primeira metade do século XX como o Grande Araranguá, que abrangia na época os atuais municípios de Criciúma, ao norte, incluindo Urussanga, Nova Veneza, Forquilhinha; e ao sul, Praia Grande e Passo de Torres, teve sua origem no começo do século XVIII, com a criação do Caminho dos Conventos.
Foi a partir do século XIX, que a região do Grande Araranguá passou a ser ocupada, em direção oeste, cujas terras foram adquiridas por companhias particulares e revendidas a imigrantes italianos, alemães e poloneses que lá se instalaram, enfrentando todas as dificuldades que uma terra poderia oferecer.
Embora a região do Grande Araranguá, atualmente, seja considerada uma das mais atrasadas sócio economicamente do estado de Santa Catarina, a história nos revela que no passado a realidade foi diferente. É importante ressaltar que Araranguá, até a metade do século XIX, a maioria da população estava concentrada próxima ao litoral e cuja economia estava baseada na agricultura, na produção de farinha de mandioca e cana de açúcar.
Foi através dessa atividade que Araranguá adquiriu notoriedade regional, estadual e federal, por ser uma região exportadora. Inicialmente, para transportar os produtos, eram utilizados carros ou carretas puxadas a bois; mais tarde, utilizou-se o hidroviário, aproveitando o rio que cortava o município. Já no século XX, foi estendida a linha férrea até a Barranca, com a ampliação do fluxo tanto de pessoas como de produtos que tinham como destino o porto de Imbituba.
Com a chegada dos Imigrantes europeus que passaram a ocupar as terras a oeste, o grande Araranguá, paulatinamente, vai adquirindo outra configuração, cada vez mais fragmentado em decorrência dos processos de emancipação dos distritos que estavam anexados ao Grande Araranguá.  
Afinal, como se sucedeu o processo de ocupação do Grande Araranguá pelos imigrantes europeus, entre a metade do século XIX e início do XX. Quais as dificuldades enfrentadas pelos mesmos, tanto em relação a floresta densa como também em relação aos indígenas e posseiros que habitavam as terras adquiridas pelos colonos.
São esses aspectos que o presente artigo procurará abordar, criando novas possibilidades de reflexão acerca da região que se constituiu a partir da integração de diferentes etnias, porém, com exceção de Criciúma e região, se caracteriza como uma das micro-regiões com  pior nível de desenvolvimento sócio-econômico do estado.   

A Construção do Espaço Econômico Correspondente a região do Grande Araranguá

A vasta área litorânea que abrangia o sul do Brasil atingindo o território Uruguaio era formada por extensos campos abertos, cujo gado pastava livremente. Foi com a presença desses animais que surgiram as primeiras invernadas[1]começando em Laguna passando por Araranguá e se deslocando para o sul abrangendo o interior do Rio Grande do Sul. Além da pecuária bovina, na região de Araranguá, era expressivo a presença de engenhos cujas instalações eram possíveis a fabricação de açúcar e aguardente. Segundo Faria, quando a referência a mecanismos de beneficiamento, conclui-se que os equipamentos para a produção do açúcar, da cachaça e da farinha de mandioca estavam anexados nas residências, principalmente as mais pobres, confundindo a transformação do produto agrícola com outras atividades domésticas[2].
O açúcar, produzindo na região, era acondicionado em caixas de madeira e a cachaça, em pipas, que eram comercializadas em três mercados: a maior parte, transportada por embarcações, chegando ao porto de Laguna, exportada para outras províncias, outra parcela destinava-se, via tropeiros, ao comércio com a região serrana e a menor parte, rumava ao sul, em especial para o suprimento das tropas militares destacadas no litoral do Rio Grande do Sul.  Era através dessa produção que ocorria o aquecimento na economia local, com redirecionamento dos lucros para a aquisição de terras, escravos, peças para os engenhos. Enquanto a farinha de mandioca, o açúcar e a cachaça tornavam-se produtos de dupla finalidade, abastecendo o mercado interno e externo, o milho, o feijão e o peixe estavam disponíveis ao consumo local.
Quando nos referimos a economia baseada na farinha de mandioca, é importante ressaltar que entre os séculos XVIII e XIX Santa Catarina reservava nessa atividade sua principal base de exportação, competindo, em pé de igualdade com as províncias do Rio Grande do Sul, Espírito Santo e Bahia.
Em Santa Catarina, o principal pólo econômico no qual se efetuava o comércio da farinha de mandioca era Desterro, atual Florianópolis. Enquanto que mais ao sul, o destaque era dado a Laguna, cujos comerciantes impunham preços irrisórios ao pequeno produtor da região de Araranguá. O motivo que contribuía para o baixo preço pago aos produtores de farinha da região de Araranguá era em decorrência da carência de meios de transportes por parte dos mesmos para o deslocamento da safra à região de Laguna. Essa situação de dependência tornava os agricultores locais em presa fácil dos negociantes lagunenses  que periodicamente transitavam pela região, realizando  negócios com os habitantes.
Além de seus produtos serem rebaixados ao máximo pelos atravessadores, os colonos, também eram injustiçados quando da aquisição de suprimentos para suas tarefas diárias. Não podendo produzi-los na própria comunidade, os mesmos ficavam submissos aos caprichos dos comerciantes cujos preços cobrados eram exorbitantes.
   Parece-nos claro segundo BELTRÃO[3], que a participação da região do extremo sul de Santa Catarina, no decorrer da ocupação portuguesa e açoriana, foi de produzir excedentes comerciais que serviria para o abastecimento do mercado interno, não obstante as propriedades possuíam um marcante grau de auto-suficiência.  
O desenvolvimento da atividade agrícola em meados do século XIX na Freguesia do Araranguá deixava claro o quanto foi significativo a utilização do escravo como mão-de-obra nas lavouras de mandioca e cana de açúcar.
A instituição da grande propriedade colonial com características mercantilistas foi introduzida no Brasil no início da colonização visando atender as necessidades do mercado internacional. Internamente, o abastecimento do mercado era realizado por pequenas unidades autônomas, baseadas no trabalho familiar e escravo.
A dificuldade para que fosse incrementada a acumulação capitalista na região de Araranguá se deveu ao extraordinário poder que Laguna exercia sobre a mesma, bem como pelas casas comercias de Porto Alegre que adquirissem dos produtores da região, aguardente, acumulando vultosos lucros, impedindo a ocorrência de uma acumulação capaz de solidificar um capitalismo comercial.
Outro acontecimento que dificultaria o desenvolvimento sócio econômico da região litorânea do estado estava vinculada as políticas adotadas pela coroa portuguesa no recrutamento de colonos para atuar no exercito. A conseqüência foi a progressiva redução de braços disponíveis para o trabalho. Além da redução de trabalhadores nas várias atividades dos núcleos populacionais do litoral, o próprio modo como as terras eram distribuídas às pessoas, em forma de herança,  contribuía para a excessiva fragmentação da propriedade tornando-se negativa para a produtividade mercantilista.    
Escasseando a produção, reduziria a possibilidade de acumulação monetária pelo pequeno produtor açoriano. Além da produção dos engenhos, confeccionavam-se roupas com teares próprios, produziam-se móveis, louças de barro, ferramentas e utensílios caseiros dos mais variados. Tais fatores, além de desestimular o comércio, também impossibilitaram que algumas unidades artesanais evoluíssem para uma manufatura de maior porte, visto que não se impunha as condições para uma divisão social/espacial do trabalho, permanecendo o produtor também como artesão, no interior da pequena propriedade[4].


O Tropeirismo e a ocupação Lusitana no Grande Araranguá

As margens do caminho dos conventos ao qual serviam de passagem do gado enviados às áreas mineradoras de Minas Gerais surgiram à necessidade imediata de serem construídas alojamentos que abrigassem os tropeiros e seus pertences. Nesse sentido, nas proximidades do caminho foram erguidas as primeiras casas que disponibilizavam de produtos para o abastecimento dos tropeiros. 
É importante salientar que o tropeirismo  surgiu com das primeiras minas de ouro na região das Minas Gerais por volta de 1694. Anterior a esse período, a economia brasileira se caracterizava pela produção e comercialização da cana de açúcar que abasteciam os mercados europeus.
Com a modernização das técnicas de beneficiamento do açúcar nas Antilhas, os grandes produtores de cana do Brasil que durante dois séculos aproximadamente supriram os mercados internacionais, entraram em crise. A febre do ouro exige da coroa portuguesa a proibição e o cultivo de cana e a criação de animais na faixa litorânea do nordeste brasileiro.
Os escravos que  no ciclo do açúcar se transformaram na principal mão-de-obra disponível, com a atividade aurífera, os mesmos são deslocados para as áreas mineradoras do interior brasileiro. Para o funcionamento desta complexa exigiu-se o emprego de novas ferramentas de trabalho bem como alimentos que suprissem as necessidades básicas tanto da classe proprietária como também dos escravos mineradores. Foi a partir deste cenário que entraram em cena os  tropeiros.
Sabendo-se que a atividade pecuária estava proibida nas áreas próximas das minas, o sul do Brasil tornou-se atrativo, abastecendo as áreas mineradoras com  charque e animais de tração. 
O comércio, principalmente de cavalos e mulas tornou-se tão promissor, que os próprios jesuítas do sul do Brasil participaram do negócio. No principio compravam dos produtores da região de Santa Fé, lado Argentino, revendendo para os tropeiros, do lado brasileiro. Mais tarde, os próprios jesuítas mantiveram suas próprias invernadas, comercializando diretamente com os negociantes da região sudeste.
Exigia-se imediatamente a abertura de novos caminhos que facilitasse o fluxo de animais. Bartolomeu Pais de Abreu, conhecido como sesmeiro dos campos gerais de Curitiba, em negociação com o governo de São Paulo, decidiu coordenar a abertura de uma estrada para o transporte das tropas que viriam do sul. Sua proposta era de que o caminho iniciasse em Laguna. Porém, a população local não via com simpatia tal empreendimento, pois prejudicaria as relações comerciais praticadas na sua área portuária.
Em  11 de fevereiro de 1728, Francisco Souza Faria, com 98 homens brancos e inúmeros índios e negros escravos, abriram o caminho, um trecho  de aproximadamente 100 km, de Laguna a Morro dos Conventos. 
Com a conclusão do caminho dos conventos, Cristóvão Pereira de Abreu, procurou aperfeiçoar a rota, onde, com aproximadamente 60 homens, construiu o equivalente a trezentas pontes, inaugurando outro caminho que iniciaria em Santo Antônio da Patrulha, deslocando-se por São Francisco de Paula, Vacaria até Lages. Foi em 1733, que Cristóvão chegou a Vacaria dos Pinhais com mais ou menos três mil mulas e cavalos, inaugurando deste modo o ciclo do tropeirismo.
Com os novos caminhos abertos pelos tropeiros, uma nova frente comercial foi realizada permitindo a permuta do charque, queijo e o pinhão, da região serrana, com o açúcar, rapadura, aguardente e a farinha de mandioca, produzidas no litoral. Além do mais, foram os tropeiros os responsáveis pela comercialização de animais utilizados pelos colonos e negociadores residentes no litoral do extremo sul de Santa Catarina. 
Os tropeiros, em decorrência da longa e cansativa jornada que tinham a sua frente, ou seja, a difícil e perigosa escalada da Serra do Mar, antes de seguirem viagem, pernoitavam em terras araranguaense. Com o crescimento do fluxo de pessoas que transitavam por esses caminhos, aflorou-se  um pequeno comércio de produtos como café, querosene, tecidos, ferramentas, sal, açúcar, oferecidos em especial aos tropeiros que necessitavam para suas longas jornadas.
Paulatinamente, o fluxo de pessoas que transitavam pelo caminho dos conventos começou a declinar. Outro caminho foi criado no planalto catarinense, para transportar o gado em direção as feiras de São Paulo. Esse fato repercutiu no pequeno povoado conhecido por Capão da Espera habituado ao pequeno comércio. Para subsistir tiveram que se dedicar a outras atividades como a exploração da madeira, agricultura e a pecuária.
Os pequenos produtores mercantis, presentes não somente no Extremo Sul, mas em toda a faixa litorânea catarinense, tinham como incumbência produzir gêneros  não somente para atender os habitantes residentes na área  urbana de Desterro e Laguna, como também o mercado interno regional, havendo excedentes, exportar para países platinos, especialmente os mercados de Montevidéu e Buenos Aires.[5]  Mesmo com a abertura de trilhas para o transporte de animais do sul do Brasil para as regiões mineradoras, as dificuldades segundo Hobold não afugentou os colonizadores lusitanos. Mas, para Hobold, a maior dificuldade encontrada pelos pioneiros na região era a presença da floresta densa e a abundância de animais selvagens que intimidavam os mais corajosos. “Todavia, não eram os animais os mais temidos oponentes dos desbravadores, mas, sim, os índios, que, distribuídos em tribos, constituíam as suas remanescentes barreiras periculosas por longo período”. Portando, subentende-se analisando o trecho acima, que a expansão e o progresso do extremo sul de Santa Catarina estava sendo impedida em decorrência da presença dos índios.  Sendo assim, era necessário “limpar” o terreno, abrindo caminho para a “civilização”. 
Na fase recessiva da economia mundial (1870 a 1896) o Brasil inicia outro ciclo econômico baseado na substituição de importação. Com a crise econômica atingindo os principais centros produtores da Europa, a pequena propriedade mercantil regional ocupa espaços privilegiados no cenário nacional, sendo  responsável pelo abastecimento dos centros urbanos do país. Santa Catarina, por apresentar uma estrutura econômica peculiar, entra no cenário brasileiro como principal área exportadora. Com o aumento da produção nas áreas litorâneas ocorre o incremento do comércio resultante do aumento da população. No sul de Santa Catarina, as áreas ocupadas por imigrantes italianos, alemães, poloneses e russos, a inserção econômica da pequena produção foi mais intensa entre as populações fixadas entre os municípios litorâneos, cuja atividade econômica estava baseada na produção de farinha de mandioca, açúcar demais gêneros para o abastecimento dos centros urbanos do sudeste.[6]  
No final do século XIX era intenso o comércio realizado por via marítimo através do porto de Araranguá. Segundo (HOBOLD), em um espaço de 17 meses registrou-se na barra do Rio Araranguá, 78 entradas e equivalentes saídas de barcos. Como se percebe, as atividades comerciais na região litorânea eram mais intensas em comparação as áreas de colonização européia, visto que, quanto a região, existia toda uma via de circulação já pronta.
Como já era intensa a atividade comercial na região foi possível a efetivação de uma nova divisão social do trabalho onde alguns indivíduos passaram a dedicar-se as atividades artesanais, conserto e fabrico de carros de boi, construção de barcos e lanchas.
Como se vê, a acumulação mercantil, que não tinha ocorrido no litoral sul do estado quando da presença luso-açoriana, passa ocorrer agora, antes mesmo da presença européia.  Embora a região de Araranguá estivesse numa situação privilegiada em relação às colônias de Urussanga e Criciúma, porque o processo de industrialização ocorreu primeiro lá do que Araranguá e Sombrio
A explicação está na descoberta do carvão mineral. No começo do século XX, por consequência da Primeira Guerra Mundial e da recessão econômica internacional, criciúma se despontou no cenário nacional como região estratégica. O interesse pela exploração do carvão apesar de antigo, só se concretizou na conjuntura favorável da Primeira Guerra Mundial, onde grandes armadores do Rio de Janeiro, como Henrique Lage, ficam muito vulneráveis à queda das exportações de carvão-vapor europeu, necessário às caldeiras de seus navios, investindo maciçamente na abertura de minas, iniciando-se em 1917 a produção comercial[7]
O apoio oferecido à região pelos governos da primeira república, somada as técnicas rudimentares adotadas na extração do mineral contribuiu para o incremento de trabalhadores na produção.
Com o deslocamento progressivo de pessoas para a mineração de carvão, os pequenos produtores que décadas atrás levantaram seus negócios graças ao comércio marítimo entre Araranguá e Laguna, possuem agora, com essa nova atividade oportunidades para expandir seus negócios.  
Araranguá e o extremo sul catarinense, por sua vez, passaram para uma posição secundária na economia da região, mantendo-se subordinados em relação ao novo pólo, que se estruturou devido a  produção carbonífera. 
Contudo, a inserção de Araranguá e Sombrio ao moderno modo de produção capitalista, enquanto municípios industriais somente ocorreriam quarenta anos após a consolidação de Criciúma como pólo industrial. A importância do carvão durante a gênese da industrialização brasileira impôs ao extremo sul um papel secundário e de subordinação ao centro regional emergente.
A economia do extremo sul catarinense então, cumprindo o seu papel de economia agrícola, produtora de excedentes, permaneceu em compasso de espera para se inserir como economia industrial, a partir dos anos de 1970


Portugueses, Alemães, Italianos, Poloneses e Índios na construção da identidade do Grande Araranguá

A presença de imigrantes europeus na região do Grande Araranguá ocorreu a partir de 1826 quando chegaram provenientes de Torres\RS, atravessando o Rio Mampituba, 383 cidadãos alemães oriundos de São Leopoldo\RS. O deslocamento das respectivas famílias em direção as terras catarinenses foi motivado, entre outros fatores, pelo descumprimento de promessas feitas pelo Governo Imperial quando chegassem no Brasil.
Entre as famílias alemãs oriundas do sul, Rio Grande do Sul, e que se fixaram nas terras do Grande Araranguá destacam-se os Stuart, Emerich (hoje, Emerim), May, Evaldt, Kreuzberg (hoje Krás Borges), Schaeffes, Raupp, Supp. 
Na segunda metade do século XIX, outro grupo de imigrante alemães, provenientes do norte da freguesia de Araranguá, ou seja, da região de Grão-Pará e Orleãns, ocuparam as terras das quais foram adquiridas através de compra. Dentre as famílias alemãs que chegaram, destacam-se os Hahn, Nagel, Stockler, Becker e Luctemberg. Além da tradição agrícola, trouxeram conhecimentos em atividades manufatureiras como a fabricação de tamancos, de carroças e a construção civil.
O processo de colonização das terras do extremo sul de Santa Catarina, por imigrantes alemães, não apresentou as mesmas características ocorridas na região do Vale do Itajaí, como Blumenau, Pomerode, Taió, e outras, onde as famílias  constituíram núcleos populacionais isolados, 
Admite-se que os prováveis fatores da inexistência de núcleos populacionais isolados na região do Vale do Araranguá, se deu em decorrência das famílias que se fixaram nas terras araranguaenses, advirem das  mesmas províncias de origem e, sendo assim, para obterem melhores resultados teriam que construir núcleos sociais homogêneos.
Dentre as inúmeras familiares alemães que imigraram para o sul do estado e que passaram pelas mesmas dificuldades de adaptação na região do Grande Araranguá, é importante citar a família Hahn, que chegou ao Brasil no final do século XIX.
A Saga dessa família teve inicio no Rio de Janeiro, quando desembarcaram do navio proveniente da Itália. O casal Wilhelm Hahn e Wihelmine Blum Hahn se deslocaram para o sul do Brasil, cujo destino era o porto de Desterro, atual Florianópolis, chegando em 1886. De Desterro, seguiram, através de trem para Orleans. Após um breve período em Orleans, enfrentando muitas dificuldades para sobreviver, decidiram se transferir para a região do Grande Araranguá onde se fixaram definitivamente.
Embora muitas famílias, tanto alemãs como italianas, tivessem ocupado as terras férteis do vale e atuado na agricultura, os Hans trouxeram de sua pátria de origem conhecimentos tecnológicos que auxiliaram no desenvolvimento da região.
É importante salientar que a presença de imigrantes europeus no Brasil, como italianos e alemães foram motivadas pelas sucessivas crises econômicas que assolavam toda Europa,  e que atingiam com maior freqüência os pequenos trabalhadores do campo. Na Alemanha, cuja parcela da população era constituída de camponeses, o Estado majorou os impostos das terras, medida que impossibilitava os pequenos proprietários de honrar seus compromissos.
O que se transcorreu na Europa no século XIX, influenciando os processos migratórios e emigratórios, pode ser comparado com o que ocorreu no  Brasil entre as décadas de 1960 a 1970, quando milhares de pessoas, tanto do norte como do nordeste brasileiro, abandonaram suas terras e se deslocaram para as grandes cidades como São Paulo e Rio de Janeiro.
Na Europa, mais precisamente na Alemanha, não apenas os camponeses foram afetados pelas políticas recessivas da época. Militares de altas patentes que combateram nas revoluções européias  também foram afetados e que resultou na emigração. Citamos como exemplo o depoimento de  Hermann Becker, presente no artigo escrito por Valdemar Hah Júnior.[8]  Becker diz que após seu pai lutar na Guerra Franco-Prussiana (1870-1871), ao voltar para casa o cenário era de desolação, a terra estava “perdida”, assim desta forma, ficaram vagando por diversos lugares, pequenos vilarejos da região onde viviam, até se estabelecerem na aldeia de Bredo, onde  aprendeu novos ofícios, tais como fabricação de tamancos e de pedreiro. Foi através do ofício de pedreiro, que o senhor Hermann Becker, foi o responsável por inúmeras construções na região de Araranguá, Tubarão e Braço do Norte, tais como as antigas Igrejas de Araranguá e Braço do norte.
Os italianos que, com os alemães e poloneses, ocuparam a região do Grande Araranguá, tiveram suas origens nos núcleos coloniais de Urussanga, Criciúma e Nova Veneza.  A fixação dos mesmos nos atuais municípios de Turvo, Meleiro, se procedeu mediante a aquisição de glebas de terras devolutas, estabelecendo-se como pequenos produtores autônomos, dedicando-se não somente à produção de subsistência, mas, sobretudo, à produção de excedentes. Partindo desse princípio, podemos afirmar que no interior desses novos núcleos  populacionais passou  a se desenvolver um sistema de trocas mercantis, ou seja, os excedentes do que produziam eram vendidos, resultando naquilo que Marx definiu como acumulação primitiva.     
A colonização do atual município de Turvo foi protagonizada pela presença de um imigrante Italiano Marcos Rovaris. Através dessa colônia, chamada inicialmente de colônia Rovaris, ocorreu a ocupação das terras de Volta Redonda, atualmente, Jacinto Machado. Novas ocupações no vale continuaram se processando, surgindo nesse ínterim Peroba, Retiro da União, Garuva, Maracanã, Vista Alegre, Tenente, Santa Rosa, Timbopeba e Meleiro.
Os pioneiros, que se aventuraram nas terras do Grande Araranguá são procedentes de províncias italianas como Treviso, Vicenza,  Pádua, Mântua, Verona, etc. A população de ambas, como vinha ocorrendo na Alemanha, estavam sendo assoladas por profundas crises econômicas. Percebendo que as terras ao sul do Brasil estavam quase que desabitadas, o governo imperial necessitava estabelecer um programa de assentamentos ordenados, permitindo que ocorresse a sua ocupação e a produção de alimentos para abastecer as áreas urbanizadas mais ao sudeste. Nesse sentido comenta que ao estimular o assentamento de imigrantes europeus, o governo imperial objetivava o desenvolvimento de núcleos produtores de alimentos para áreas urbanas e abastecedoras das tropas militares. Objetivava, igualmente, promover a transição da produção escrava para aquela baseada no trabalho livre. (WOORTMANN 1995-99) 
No livro Turvo, terra e gente,  Colodel discorre acerca da diferença entre o processo de colonização das regiões de Azambuja, Urussanga e Criciúma em comparação  a Turvo. No que tange as primeiras ocupações, os procedimentos foram de iniciativas públicas, ou seja, coube ao governo imperial criar  meios para trazer e fixá-los nas terras, proporcionando infra-estrutura adequada para que pudessem sobreviver.
 Na região de turvo, a demarcação e a distribuição de terras para os imigrantes foram coordenadas por uma empresa privada, administrada por Marcos Rovaris. A desautorização do Estado brasileiro de financiamento público às políticas imigratórias e a total autonomia concedida às empresas privadas para coordenar as ações de distribuição de terras aos imigrantes teve início em decorrência às pressões dos latifundiários escravistas, quando em 1830, o governo imperial baixou uma lei proibindo qualquer despesa por parte do Estado, com a imigração e colonização de estrangeiros em qualquer das províncias do império[9].
Essas medidas que dificultavam a imigração para o Brasil pressionadas pela elite agrária que se sentiam ameaçadas pelo fim da escravidão, não eram bem vistas por governos liberais como o da Inglaterra, pois seriam os maiores beneficiados com as políticas de imigração, pois aumentariam os fluxos de trabalhadores livres, sendo esses  convertidos em virtuais consumidores.
Não querendo se responsabilizar por essas atribuições, em 1834 o governo imperial sancionou leis garantindo autonomia às províncias para  arcar com os custos do imigrante. A situação das províncias como a de Santa Catarina, do ponto de vista econômico, não eram tão promissoras ao ponto de poder arcar sozinha com as despesas com os que chegavam da Europa. Sendo assim, a medida salutar adotada pelo governo provincial catarinense foi, em 1836, solicitar ao legislativo provincial que elaborasse lei, permitindo que empresas particulares, nacionais ou estrangeiras, coordenassem as políticas de compra e venda de terras aos imigrantes. No entanto, a colonização deixou de ser tarefa específica do governo federal, pois a administração de terras devolutas passava à esfera estadual. Assim, os estados sulinos direcionaram a imigração para novas fronteiras agrícolas, evitando problemas com os latifúndios estabelecidos em áreas de criação de gado. A partir daí, o processo imigratório foi marcado de forma especial pelas companhias particulares de colonização que proliferaram na região no final do século XIX e início do XX.[10]
Na região do grande Araranguá, especialmente o litoral, os latifúndios se proliferaram, se constituindo ao mesmo tempo em uma elite política com forte penetração nas instâncias decisórias municipais e estaduais. 
A partir da segunda metade do século XIX, tanto o poder público como empresas particulares passaram a exercer políticas conjuntas no que tange as novas colônias que estavam sendo criadas. Com o crescimento da demanda por novas terras, a terras devolutas foram sendo integradas às novas colônias, desconsiderando a presença de posseiros,  índios e “caboclos”, que habitavam esses espaços há mais tempo.
Para elucidar o respectivo argumento é importante relatar um fato ocorrido no distrito de Volta Grande, atual Jacinto Machado, no começo do século XX, descrito por José Trevisol, em entrevista concedida a Dall’Alba, em 1986. A área urbana do Jacinto Machado pertencia a Luiz Magi. Antes dele as terras eram de proprietários brasileiros. Havia um único latifúndio, no pinheirinho, que pertencia a Martinho Ghizzo. Era uma região quase toda ocupada por posseiros. A região era ocupada por caboclos que tomaram posse das terras. Amigavelmente era difícil retirar os posseiros. Veio a polícia, retirou as famílias[11]
O que se constata na fala de José Trevisol, em relação ao cidadão  Martinho Ghizzo, foi que o mesmo adquiriu extensas  áreas de terras com respaldo da própria legislação federal. Os próprios governos, federal e estadual, tinham consciência de que as terras adquiridas, tanto por Ghizzo como por outros indivíduos, poderiam se converter em palcos de possíveis conflitos, pois esses espaços  há tempo eram ocupadas por cidadãos, que  na linguagem popular, eram conhecidos por índios ou bugres.
Quando das entrevistas concedidas a  Dall’Alba, especialmente por cidadãos de descendência italiana,  a opinião dos mesmos em relação aos indivíduos luso-brasileiros, nota-se um enorme preconceito quanto a esses indivíduos.  Para Trevisol,  havia muito caboclo bom, mas tinha muito caboclo revoltoso. Eles detestavam muito o italiano, porque italiano fica rico e vive bem, com o dinheiro, capital...e eles não conseguiam, rudimentares que eram[12]. 
Quando o entrevistado relata da existência de caboclos revoltosos, o mesmo omite os verdadeiros motivos que geraram tal comportamento, ou seja, a sua expulsão das terras. Sendo assim, os caboclos não teriam motivos de construírem um relacionamento amistoso com os imigrantes italianos. Se os italianos ficaram ricos e viviam relativamente bem foi porque as terras que ocuparam não os pertenciam, mas sim ao caboclo, que as utilizavam para o cultivo  agrícola para sua subsistência, sem interesses mercantis.
Os imigrantes italianos oriundos de Urussanga e Criciúma, para adquirirem as terras, tiveram que pagar com moeda nacional. A terra como mercadoria foi estabelecido em 1850 através da lei de terras que, segundo WOORTMAN Apud ROCHE, proíbe o acesso gratuito a terras devolutas, instituindo juridicamente a propriedade-mercadoria. Ao mesmo tempo, porém, ela possibilitava as legitimações de complacência que permitiram a apropriação de milhares de hectares.[13]
A ocupação de novas terras foi se sucedendo paulatinamente, principalmente em direção aos contrafortes da serra geral, levando ao  surgimento mais tarde do município de Timbé do Sul. Na opinião de SAVI: espontaneamente  e sem orientação oficial, sem ter que enfrentar barreiras burocráticas, guiados apenas por informantes, já conhecidos desde as colônias oficiais, foram penetrando nos matos, quase sempre palmilhando as tradicionais trilhas dos tropeiros de serra acima.[14]
Como se constata no relato acima, a ocupação dessa região em muito se assemelhou ao ocorrido na região de Turvo, que na época ambos pertenciam ao grande Araranguá. Não havendo uma política pública de distribuição de terras, como ocorrera nas regiões de Urussanga, Azambuja e Criciúma, passou a ser incumbência dos imigrantes italianos desbravarem essas terras, desmatando-as e além do mais enfrentar os índios que habitavam as florestas.
Analisando o relato de uma cidadã de nome Alvina, com a idade de 55 anos, entrevistada pelo Padre DalAlba em 1986, a mesma, perguntada sobre os índios da região, cita  seu avô, um dos primeiros moradores do município de Meleiro. Segundo ela: quando meu avô chegou na região só encontrou a mata virgem com muitos índios. Eles roubavam muito. Eram um perigo para as famílias. Nossa gente não tinha ordem para matar, só de espantar. Logo, meu avô e outros foram desmatando, fazendo barracos, abrindo clareiras. O governo dava armas, espingarda e munição.[15]
Nota-se na fala de Alvina, que embora não houvesse permissão para matar os índios que habitavam as matas da região, o governo fornecia para os recém chegados colonizadores, armas e munições. Para que serviram tais armamentos? Seriam usadas somente para a caça de animais ou tinham outros fins como a “limpeza das terras” ?
Em diversas falas dos entrevistados constata-se que quando se referem aos índios, principalmente nas regiões de Turvo, Timbé do Sul e Meleiro, a descrição que fazem dos mesmos são muito semelhantes, são nômades, caçadores e coletores e que não precisariam das terras, pois não cultivavam.  Analisando os relatos dos entrevistados acerca dos índios que habitavam a região ocupada, os mesmos pertenciam ao tronco lingüístico Jê, que se autodenominavam Xokleng.
Em outra entrevista ocorrida em 1986 com o cidadão João Jerônimo, com idade de 80 anos, residente no município de Meleiro, quando perguntado sobre a presença dos alemães na região, relata as dificuldades encontradas quando aqui  chegaram. Segundo Jerônimo: Nós que fomos buscar na estação de Morretes. Nós trouxemos umas quarenta famílias. Havia entre eles um alemão de origem, seu Arnaldo, que era o quarteirão, que arrumava tudo lá. É ele que pagava. As terras eram do governo. Eram tudo morro e matos. Eles não agüentaram. E foi uma só dó. Não chegou a ficar nem uns dez alemães ali. Foram adoecendo mesmo. Lugar muito quente, cercado de morro.[16]  
No relato é possível observar as dificuldades na quais passaram esses imigrantes em se estabelecer nessa região. As informações que receberam em relação as terras prometidas não se enquadraram com a realidade encontrada. Muitos, quando chegaram, além de enfrentar a mata fechada, tiveram que disputar os espaços com índios. Segundo Marcon, o território deixou de ser um espaço calmo e tranqüilo para se transformar num lugar de conflitos, disputas e tensões.[17]

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A ocupação e a transformação do cenário geopolítico que abrange a região do Grande Araranguá teve início a partir da primeira metade do século XVIII com a construção do Caminho dos Conventos. No entanto, é importante frisar que tal ocupação, tanto a realizada pelos tropeiros como mais tarde pelos imigrantes europeus, não levaram em consideração os povos indígenas que habitavam essas terras há séculos.
Não estando enquadrado dentro das  práticas mercantilistas da época, os índios,  portanto, eram considerados improdutivos, cabendo ao governo federal em parceria com as províncias criar estratégias  para “limpar a área”.
Essas medidas foram colocadas em práticas através das políticas imigratórias, ou seja,  a autorização da entrada no Brasil, principalmente no sul, de colonos europeus, alemães, italianos etc, para ocupar as terras improdutivas e torná-las aptas as novas exigências no capital.
Na região do Grande Araranguá, o processo de ocupação  não foi tão diferente da ocorrida em outras áreas do sul. As dificuldades com a floresta densa, a alta incidência de doenças tropicais e os ataques indígenas foram freqüentes durante o processo de fixação. Muitos indivíduos, principalmente pertencentes as famílias alemãs, não resistindo as dificuldades, retornaram para pátria de origem, enquanto que outros, continuaram resistindo vindo a se tornarem mais tarde grande empreendedores.
Nesse aspecto, quando nos referimos ao processo de imigração da região, as dificuldades encontradas pelos mesmos para sobreviverem a um território ainda “virgem”, é errôneo afirmar que os referidos ocupantes das terras sejam identificados como heróis, termo que aparece no título do artigo cuja denominação é “A saga de um povo”.  Pois, como se constata no artigo, a ação do imigrante (o “herói”) foi, inicialmente, de “limpar a terra”, eliminando todo tipo de entrave que o impossibilitava de ocupá-la. Sendo assim, coube ao imigrante além de desmatar, para a construção de suas moradias, expulsar os índios (“vilões”) utilizando-se além do amparo legal do poder público, também de armamentos sofisticados para a época.
Do outro lado, os nativos, que, para defender seus espaços, enfrentaram bravamente o invasor, utilizando-se de armamentos rudimentares, mas com práticas de guerrilhas que surpreendia o invasor. Porém, como se  verificou nos documentos pesquisados, a ação dos índios em relação aos imigrantes não foi de passividade, enfrentaram bravamente, defendendo seus espaços e sua cultura.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BELTRÃO, Leila Maria Vasquez. A Industrialização em Sombrio/SC: gênese e evolução. Dissertação de Mestrado, UFSC, Florianópolis, 2001.
COLODEL, João. Turvo, terra e gente. Florianópolis: FCC – Turvo: Prefeitura Municipal de Turvo, 1987.
DALL’ALBA. João Leonir. História do Grande Araranguá.  Araranguá: Gráfica Orion Editora,. 1997.
FARIAS, Vilson Francisco de. Sombrio, 85 anos: natureza, história e cultura. Para o ensino fundamental. Ed. do autor, 2000. Sombrio.
HOBOLD, Paulo. A História de Araranguá: reminiscências desde os primórdios até o ano de 1930. Ed. PALMARINCA/EST, 1994.
KLUG, João. As Imigrações no Sul do Brasil. IN. GRINBERG, Keila e SALLES, Ricardo (Org) O Brasil Imperial. Vol III. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009. P 216
MARCON, Telmo. Memória, história e cultura. Chapecó: Argos, 2003.
SAVI, Hilário. Timbé do Sul: um pouco de sua história. Florianópolis: Paralelo 27, 1992.
WORTMANN, Ellen. Herdeiros, Parentes e Compadres: Colonos do Sul e Sitiantes do Nordeste – São Paulo. EDUnB – Hucitec, 1995. P.97-155



[1] Invernada - designação comum a certas pastagens rodeadas de obstáculos, naturais ou artificiais, onde se guardam eqüídeos,    muares e bovinos, para repousarem e recobrarem as forças
[2] FARIAS, Vilson Francisco de. Sombrio, 85 anos: natureza, história e cultura. Para o ensino fundamental. Ed. do autor, 2000. Sombrio.


[3] BELTRÃO, Leila Maria Vasquez. A Industrialização em Sombrio/SC: gênese e evolução. Dissertação de Mestrado, UFSC, Florianópolis, 2001, p-50.

[4] Idem. p. 52
[5] Idem. p. 55
[6] Idem. p 57
[7] Idem. p. 59
[9] KLUG, João. As Imigrações no Sul do Brasil. IN. GRINBERG, Keila e SALLES, Ricardo (Org) O Brasil Imerial. Vol III. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009. P.204
[10] Idem. p. 216

[11] DALL’ALBA. João Leonir. História do Grande Araranguá.  Araranguá: Gráfica Orion Editora,. 1997. P.493

[12] Idem. p 494.
[13] WORTMANN, Ellen. Herdeiros, Parentes e Compadres: Colonos do Sul e Sitiantes do Nordeste – São Paulo. EDUnB – Hucitec, 1995. P.101

[14] SAVI, Hilário. Timbé do Sul: um pouco de sua história. Florianópolis: Paralelo 27, 1992. P.26

[15] DALL’ALBA. João Leonir. História do Grande Araranguá.  Araranguá: Gráfica Orion Editora,. 1997. P.316

[16] DALL’ALBA. João Leonir. História do Grande Araranguá.  Araranguá: Gráfica Orion Editora,. 1997. p.334

[17] MARCON, Telmo. Memória, história e cultura. Chapecó: Argos, 2003. P-55

Um comentário:

  1. Obrigado pelo artigo!!

    As entrevistas para a rádio, onde posso acessá-las?

    Livros da cidade/região, onde posso encontrá-los?

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