CAOS
NA EDUCAÇÃO PÚBLICA COM O NOVO CORTE ORÇAMENTÁRIO PROMOVIDO PELO ATUAL GOVERNO
FEDERAL
Em
período pós pandemia do COVID 19 vem sendo mais conveniente entre os países
desenvolvidos ajustar seus orçamentos públicos priorizando setores que possam
alavancar suas economias. Claro que os maiores aportes financeiros estão sendo
direcionadas em áreas como educação e tecnologias. Se observarmos a atual realidade de países não
alinhados à lógica primeiro mundista como Singapura, China, Taiwan, Coreia do
Sul e até mesmo o Vietnã, seus espantosos saltos econômicos e sociais se devem
aos incríveis aportes de recursos públicos em educação básica.
Nações
dependentes economicamente por décadas se transformaram em grandes “tigres”
exportadores de manufaturados e tecnologias. Na linha oposta estão nações como
o Brasil que desde a sua colonização se mantém subjugada aos desígnios de uma
elite acéfala e do grande capital internacional. O Brasil foi a nação que
contribuiu particularmente para a dinamização das principais nações europeias,
Inglaterra, Holanda, França, etc, por meio das riquezas aqui espoliadas como o
pau Brasil, algodão, cana de açúcar, ouro, prata, café, etc.
Essa
especialidade de alavancar economias moribundas se mantém até hoje como um “Made
in Brasil cromossomático”. Era de se
esperar que como o passar do tempo o povo brasileiro iria acordar e dar um
basta a esse insensato e maléfico ciclo vicioso de dependência e espoliação.
Quem conhece um pouquinho da nossa história e o modo como as elites se
comportam ao longo do tempo já sabiam que dificilmente esse cancro estrutural
social seria sanado. Qualquer ruptura social ou de domínio econômico geralmente
teve como fator desencadeador investimentos pomposos em educação de base.
Não
é o caso do Brasil, cujos montantes destinados nessa área sempre foram muitos,
que mesmo assim jamais chegaram ao seu destino final abocanhados pela corrupção
generalizada. Depois de quase cinco séculos de história, a primeira vez que o
Brasil teve realmente um plano educacional mais consistente foi em 1996, com a
promulgação da LDB, lei n. 9394/96. Entretanto, nesses quase 30 anos de LDB
continuamos amargando as últimas posições em todos os quesitos nessa área. Mesmo
no período quando o PT esteve à frente da administração federal parcos foram os
avanços na área.
Assistimos
atônitos cortes orçamentários expressivos na educação em cumprimento às metas
de ajustes estruturais ditadas pelos sistemas financeiros internacionais. A
ascensão de Michel Temer ao poder por meio de um golpe político arquitetado
pelo grande capital colocou um hiato ainda maior no futuro da educação
brasileira. A reforma do ensino médio, entre outras medidas impopulares deram
início ao grande retrocesso histórico na educação. É difícil imaginar
retrocesso educacional diante de um cenário cujos indicadores sempre
demonstravam que o Brasil estava chegando ao fundo do poço nessa área.
Então
para esculhambar ainda mais o que já era ruim, vivemos a triste realidade de
2018 quando o povo brasileiro, desiludido, decidiu lançar a ultima pá de cal da
desesperança enterrando de vez qualquer expectativa de sairmos do caos na
educação. A eleição do proto-fascista Jair Bolsonaro certamente vai ser sempre
lembrado e relembrado pelas futuras gerações como o marco de uma tragédia
social anunciada. Não deu outra, quase quatro anos de desgoverno e o Brasil retrocedeu
um século em todos os segmentos social. O agravamento do caos foi ainda maior pela
pandemia do COVID 19 que já matou mais de 600 mil brasileiros.
Quando
países afetados pela pandemia refazem seus orçamentos públicos destinando mais
recursos para educação e tecnologias como forma de dinamizar suas economias
devastadas crise pandêmica, o Brasil segue uma linha oposta. Ao mesmo tempo em
que o congresso nacional aprova projeto de lei destinando cinco bilhões de
reais para a campanha eleitoral de 2022, o governo Jair Bolsonaro e sua corja
de ministros entreguistas, negacionistas, promovem cortes substanciais no
orçamento público de 2022.
Adivinhem qual o segmento que recebeu a maior
facada? Não precisamos de bola de cristal para saber qual ou quais áreas mais
atingidas. Claro que são aqueles que impactam em cheio a maior parcela da
população, como assistência social, educação básica, pesquisa cientifica, proteção
ambiental e violência contra a mulher. Somente a educação o corte foi próximo a
dois bilhões de reais. Dinheiro que certamente vai faltar para a reestruturação
de milhares de escolas públicas sem o mínimo de condições de acessibilidade ao
enfrentamento do COVID 19.
É
bem possível que viveremos um problema muito sério no atual ano letivo de 2022,
que terá início na segunda semana de fevereiro. A preocupação é pelo fato das
novas variantes do COVID 19, muito mais contagiosas e letais. Embora a campanha
de vacinação de crianças de 5 a 12 anos tenha começado, a demanda pela vacina vem
se mostrando muito aquém do esperado. Claro
que por trás dessa baixa procura da vacina está a mão do presidente da
republica e seus apoiadores que promovem campanhas assassinas nas redes sociais
desestimulando a imunização dessa faixa etária.
Ninguém
duvida que na segunda ou terceira semana pós início do ano letivo teremos o
aumento substancial de casos de estudantes e profissionais em educação
contaminados pela doença. Isso certamente irá forçar governadores e prefeitos a
fecharem escolas. Depois de seis meses de redução dos casos de mortes pelo COVID,
no dia 03 de fevereiro de 2022, relatório apresentado mostrou crescimento
preocupante de mortes, próximo de mil mortes nas últimas vinte quatro horas.
Parcela
significativa desses óbitos é de pessoas que não se vacinaram ou que não
cumpriram ainda com todas as etapas de imunização. Não é segredo para ninguém que
quanto mais vírus circulando maior a probabilidade de sofrer novas mutações. A
não imunização massiva de crianças e adolescentes colocarão o Brasil no perigoso
cenário de poder desenvolver novas variantes mais resistentes à vacina,
portanto mais letais. Não há dúvida que a baixa imunização de crianças e
adolescentes transformarão escolas em um campo minado à proliferação da doença.
São milhares de professores/as muitos dos quais imunizados que terão que
conviver com filhos e filhas de países fanáticos, que seguem à risca com tudo o
que é dito por quem acreditam ser o messias, o profeta da ignorância, do
atraso.
Prof.
Jairo Cesa
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