domingo, 13 de fevereiro de 2022

 

CAMPANHAS ATIVACINAÇÃO PARA CRIANÇAS DE 5 A 12 ANOS CONTRA O COVID 19 SÃO DISSEMINADAS NAS REDES SOCIAIS

O governo federal desde o início da pandemia procurou insistentemente trabalhar contra a vacina defendendo o contagio de rebanho. A ideia era fazer com que milhões de pessoas fossem contaminadas pelo COVID 19, para que adquirissem imunidade ao vírus. Na realidade foi uma decisão suicida, pois quase de seiscentas e cinqüenta mil pessoas perderam a vida e outros milhões adquiram sequelas severas e irreversíveis desde o início da pandemia. Depois de intensas pressões advindas das comunidades médicas e cientificas, finalmente o governo brasileiro cedeu mesmo contra sua própria vontade, decidiu pela importação da vacina e de insumos para sua produção do Brasil.

Se a imunização tivesse começado mais cedo, seis ou sete meses atrás, o número de mortes teriam sido 50% ou 60% menor, afirma os especialistas. Com hospitais e UTIs lotados de pacientes com crises respiratórias graves, o presidente da república e seu inconseqüente ministério da saúde lançavam campanhas midiáticas defendendo tratamentos paliativos como o Kit ati-covid a base de  Hidroxicloroquina, ivermectina, entre outros. O mais insano nessa decisão foi o fato de tais tratamentos anti-COVID terem sido reprovados pela OMS por não apresentarem resultados positivos no combate ao vírus.

Mesmo após a decisão da OMS reprovando o tratamento paliativo, o governo brasileiro gastou milhões de reais na produção desses medicamentos nos laboratórios do exercito. Com o inicio da vacinação em massa, em poucas semanas o número de casos de pessoas internadas e de óbitos começaram a cair vertiginosamente. Mais uma vez ficou evidente que semelhantes a outras pandemias do passado, somente com vacinas foi possível conter suas disseminações.  Com a certeza de que a vacinação contra o COVID surtiu resultados promissores, mesmo assim milhares de brasileiros se negaram e continuam negando a tomá-la. A maioria dos que negligenciam a vacina são fieis apoiadores do presidente da república.

Com o crescimento vertiginoso de infectados com a Ômicron, uma nova variante da COVID 19 surgida na África do Sul, a OMS recomendou que fosse promovida campanha de vacinação de crianças com idade de 5 a 12 anos. Laboratórios como a Pfizer desenvolveram vacina específica para esse público. Enquanto os Estados Unidos, União Europeia entre outros países correm contra o tempo para imunizar suas crianças, no Brasil, embora o inicie da imunização tenha começado bem mais tarde, o percentual de crianças vacinadas até o momento tem sido está muito aquém do desejado.

O motivo do atraso e do baixo percentual são bem conhecidos, a acirrada campanha contra a vacinação desse público patrocinada pelo presidente da república e o ministério da saúde. Nas redes sociais os seus fieis seguidores vem insistentemente disseminado inverdades com a intenção de desencorajar os pais na imunização de seus filhos. Uma dessas mentiras compartilhadas é de que a vacinação é experimental, ou seja, que crianças estariam servindo de cobaias para os laboratórios. O grau de insanidade do governo Bolsonaro e do ministério da saúde ultrapassou os limites inimagináveis no instante que foi publicado nota recomendando que crianças deveriam apresentar prescrição médica para poderem se vacinar. Jamais tal prescrição fora exigida em campanhas de vacinação como o sarampo, paralisia infantil, entre outras.

São, portanto, tais ações mentirosas, assassinas, os motivos do baixo número de crianças imunizadas. O que causa mais preocupação por parte das entidades médicas é o fato de que milhões de crianças estarão retornando às escolas a partir de fevereiro e março em todo Brasil. Não há dúvida de que na segunda ou terceira semana pós início do ano letivo teremos o aumento de casos de crianças e profissionais em educação diagnosticados com Síndrome Respiratória Grave.

Em sete de fevereiro último, o jornal eletrônico NEXO apresentou o percentual de crianças imunizadas em 16 estados da federação, totalizando 15.33% até aquela data. Somente o estado de São Paulo havia vacinado 47% do público nessa faixa etária. Santa Catarina estava entre os últimos da lista, com 6.78% de imunizados. O estado com menor taxa de vacinação era o Tocantins, com 2.48% de crianças vacinadas. 

Nos municípios que integram a AMREC, exceto um ou dois, os demais não haviam alcançado 25% do público indicado. O único município com percentual melhor de imunizados foi Treviso, com 41,54%. Mesmo Criciúma, considerada cidade pólo da região, dos 18.500 crianças aptas a serem vacinadas, apenas 3.706 ou 20,03% foram imunizadas. Há casos discrepantes como Forquilhinha com 6,37% de crianças que receberam a vacina.

Claro que esses baixos índices de vacinados não são exclusivos da AMREC. A AMESC e a AMUREL, com certeza, compartilha com tais percentuais, quiçá menores ainda. São regiões cujo presidente da república obteve expressiva votação nas últimas eleições. Parcela significativa dessa população ainda hoje permanece fiel as suas posturas homofóbicas, racistas, negacionistas, até mesmo a ponto de acreditar que ser ele o Messias, o enviado de deus.

Em entrevista, o secretário da saúde do estado de Santa Catarina disse da possibilidade de fazer a vacinação de crianças de forma domiciliar, ou seja, ir até a casa delas e imunizá-las. Falou também da necessidade de as cidades fazerem campanhas para estimular esse público a se vacinarem. Sugeriu até mesmo a promoção de atividades lúdicas. É preciso informar o secretário da saúde e ao governo do estado que tais campanhas surtiram pouco efeito enquanto o presidente da república e seus seguidores continuarem entupindo as redes sociais com informações mentirosas sobre a eficácia da vacina contra o COVID 19.

Prof. Jairo Cesa  

https://www.nexojornal.com.br/expresso/2022/02/07/O-que-emperra-a-vacina%C3%A7%C3%A3o-infantil-contra-a-covid-no-Brasil

            

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