quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

 

DESCUMPRIMENTO DAS  REGRAS SANITÁRIAS CONTRA O COVID 19 EM ARARANGUÁ FEZ DISPARAR O NÚMERO DE CASOS POSITIVADOS

A decisão gananciosa das nações ricas de estocar milhões de doses de vacina contra o Covid 19 e não garantir que parcela significativa da população de países pobres fosse imunizada fez surgir novas variantes da doença como a Delta e a Omicron. Essa última surgiu na África do Sul, país, que a exemplo das demais nações do continente tem baixo percentual de vacinados.

O poder de contagio da Omicron é superior as demais variantes conhecidas, onde rapidamente se disseminou alcançando todos os países inclusive o Brasil. O poder de letalidade é considerado baixo pelo fato de parcela considerável da população já ter sido vacinada uma ou duas vezes.  Os casos de óbitos conhecidos são decorrentes daqueles que se recusaram em tomar a vacina ou, se tomaram, possuem alguma comorbidade. Em poucos dias os números de contaminados no Brasil pela variante sul africana atingiram níveis iguais ou até maiores que no começo da Pandemia.

O relaxamento com as medidas de proteção como o uso de máscaras e as festas de final de ano foram fatores preponderantes no aumento absurdo dos casos. Para piorar, muitos governadores e prefeitos embora tenham lançado decretos proibindo ou restringindo pessoas em eventos particulares ou públicos, tais medidas tiveram pouco efeito por falta de fiscalização.

A própria população, grande parcela desconsiderou todas as regras de proteção, ou por acreditar que estando vacinada não haveria riscos de contagio, ou por negar o próprio vírus e a eficácia da vacina. O município de Araranguá como muitos municípios catarinenses, onde a maioria da população apoia o presidente da republica, que sempre se posicionou contrário as medidas de combate a pandemia, o número de testes de pessoas com COVID positivados pulou de um dia para o outro de cem ou cento cinquenta para 500 ou 600.

   Embora não tenha sido realizada a festa de revelion em Araranguá temendo aglomerações, inúmeras atividades, calor intenso e eventos esportivos levaram ao Morro dos Conventos milhares de pessoas durante quase todo o mês de janeiro. Tanto a abertura do campeonato de futebol sete quanto à inauguração de uma arena esportiva no Balneário, regras como o uso de máscara e o distanciamento foram praticamente negligenciadas por ampla maioria dos que estavam lá.

O mais curioso nisso tudo é que o cancelamento das atividades quando da constatação do salto de contaminados foi exclusivamente para eventos públicos. Casas noturnas no balneário permaneceram livres para a realização de baladas, seguindo, é claro, todas as recomendações sanitárias, como o limite mínimo de ocupação, uso de mascara, álcool e gel, distanciamento, etc. Coisas de Brasil, pura hipocrisia. Pois se sabe que nada disso aconteceu de fato. Uma noite dessas, informações advindas de quem passava na frente de uma dessas casas de shows relatou a existência de uma enorme fila para adentrar ao recinto.  

Com dias extremamente quentes como acontece nesse mês de janeiro, as praias do Baln. Morro dos Conventos e Arroio do Silva ficou lotado principalmente aos finais de semana. Raros são os que usavam máscaras, muito menos manter distanciamento mínimo. Esperar que a população se conscientize dos riscos é pura ingenuidade. O que deveria existir mesmo era fiscalização ostensiva, com sansões severos aos infratores. Por que defender tal radicalismo. Parte das 500 ou 600 pessoas que procuraram as unidades de saúde do município para diagnosticar estar contaminado ou não com o COVID certamente negligenciaram todas as medidas de proteção recomendadas. O fato é que todos os protocolos adotados na Unidade de Saúde têm custos e quem paga são todos os cidadãos.

O agravante é que quem negligencia os protocolos contra o COVID colocam em risco todos que procuram seguir à risca as recomendações sanitárias. Se a intenção das autoridades em flexibilizar todas as atividades de lazer, bem como fazer vistas grossas às medidas de proteção era para não atrapalhar a economia, o tiro saiu pela culatra. Tanto nas atividades do serviço público quanto nas particulares, a quantidade de trabalhadores/as sendo dispensadas/os por ter diagnosticado COVID por pouco não gerou um caos em toda estrutura do município.

Embora muitos alegassem que essa nova variante é menos letal que as anteriores, o fato é que o vírus permanece sofrendo mutações. Com o aumento de casos e contágios a tendência é que o vírus sofra novas mutações, podendo se tornar mais agressivo, cujas vacinas se tornam ineficazes. Toda a população deve se sensibilizar que teremos que conviver com esse vírus por muitos e muitos anos, que a vacina é o único meio de proteção e que deveremos estar atentos aos cuidados, independente de decretos ou outras ações governamentais.

Do mesmo modo que fomos educados e educamos nossas crianças a seguirem certos hábitos de higiene diariamente, como escovar os dentes, o uso de máscara, no entanto, fará parte do nosso vestuário todos os dias daqui para frente. A exemplo da AIDS que mudou radicalmente comportamentos relacionados ao sexo, o COVID tem demonstrado forte capacidade de promover rupturas comportamentais criando novos paradigmas de convívio social.

Prof. Jairo Cesa               

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