AS INCRÍVEIS PALEOTOCAS DE TRÊS BARRAS,
MUNICIPIO DE MORRO GRANDE/SC
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Foto - Jairo |
Como
acreditar que depois de quase quarenta anos exercendo a profissão de professor
de história na rede pública estadual, pela primeira vez fui conhecer um dos
lugares mais espetaculares e deslumbrantes da região do extremo sul de Santa Catarina,
as PALEOTOCAS de Morro Grande. É incrível como a região da AMESC é rica e
promissora em atrativos turísticos, porém, tão desamparadas pelas autoridades.
Nos últimos dez anos tive a oportunidade de conhecer mais de vinte países dos
cinco continentes.
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Foto Jairo |
Todos,
sem exceção, o turismo é o segmento que mais recebe atenção e investimentos das
autoridades públicas. Um exemplo é o Camboja, um país do sudeste asiático
devastado por guerras intermináveis, que em 2019 havia recebido quase dez
milhões de turistas. O Brasil com toda a sua extensão e potencialidade, que supera
escandalosamente o pequeno Camboja, não chegou a receber sete milhões de
turistas. É muito pouco. Hoje em dia quando se pergunta a algum cidadão ou
cidadã da região sul de Santa Catarina cidades ou lugares que gostaria de
visitar ou conhecer, a resposta é quase consensual, Rio de Janeiro, Foz do
Iguaçu, São Paulo ou cidades nordestinas. Correto?
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Foto Jairo |
Dificilmente será ouvido de ambos/as, com
raríssimas exceções, respostas como, os Cânyos do Itaimbezinho, as inúmeras
quedas d’água ou, quem sabe, as incomparáveis PALEOTOCAS que guardam
informações importantes da geologia, da vida animal e humana de milhões e
milhares de anos atrás. Tudo esse potencial está aqui bem perto, podendo ser visitado
e apreciado em alguns dias e com o mínimo de gasto. A visita que fizemos as PALEOTOCAS
de Morro Grande deixou explícito o quanto a região do extremo sul vem deixando
de angariar receitas na área do turismo.
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Foto Jairo |
Embora
seja possível observar pequenas melhorias nessa área através do projeto
Geoparque Caminho dos Canyos, tudo ainda é muito rudimentar, poucos são os
planos ou programas integrando sociedade e gestores públicos. Imagine, para
visitar um atrativo turístico importante como a Cachoeira do BIZUNGO, também no
Morro Grande, o interessado terá que ter em primeiro lugar muita sorte para
chegar até o local sem se perder. Não há qualquer placa indicativa que instrua
o turista a chegar ao destino. Duvido quem já não tenha errado o caminho ou
perdido tempo preciso pedido informações sobre o itinerário. Isso também não
deve ser diferente para quem visitou as PALEOTOCAS.
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Foto Jairo |
Acredite,
a única placa visível dando informações sobre o fantástico tesouro está a
algumas dezenas de metros do local. Mais uma vez o visitante que desconhece a
região será forçado a recorrer aos moradores ou muitas vezes a algum transeunte
pelo caminho para solicitar informações.
Talvez para expressiva parcela da população do município anfitrião e
autoridades regionais as PALEOTOCAS nada mais são que buracos feitos nas rochas
por tatus e preguiças gigantes que nada oferecem de atrativos aos turistas. Ainda
pensam quem ousaria vir de tão longe para entrar em cavernas escuras, ladeada
por florestas, morros e riachos?
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O
fato é que tais paleotocas são comparáveis as famosas cavernas turcas que
serviram de abrigos para milhares de pessoas no passado. Hoje muitas dessas
cavidades se transformaram em hotéis ou espaços destinados para eventos
culturais e recreativos, onde atraem milhões de turistas de todos os lugares do
mundo. E importante ressaltar que turistas viajam ao redor do mundo procurando locais
similares ao que temos bem perto de nós. São pessoas ávidas para conhecer novas culturas, peculiaridades
geomorfológicas, arqueológicas, gastronômicas, etc, etc.
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Foto Jairo |
Até
quando continuaremos nos movendo como caranguejo em uma área tão importante,
porém tão desacreditada pelos governos. São comuns hoje em dia, durante as
campanhas eleitorais nos municípios do extremo sul de Santa Catarina, candidatos
defendendo indústrias com chaminés para a geração de empregos. O fato é que são
promessas vazias, jamais cumpridas, pois nossa vocação há muito tempo tem sido
a indústria do turismo, limpa e sustentável.
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Foto Jairo |
Afinal
o que está faltando para que esse segmento deslanche? Não há sombra
de dúvida que um dos motivos desse atraso vem da própria sociedade. Durante os
pleitos eleitorais, em vez de eleger para o executivo e legislativo, pessoas com
competência e sensibilidade, insistem em repetir erros históricos, ajudando a
ocupar os assentos desses poderes figuras desqualificas. É possível que a
resposta ao atraso econômico e social do extremo sul de Santa Catarina esteja
exatamente nesse ponto, a desabilitada e desqualificada força política regional.
Prof. Jairo Cesa
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Foto Jairo |
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