quinta-feira, 30 de agosto de 2018


PROJETO SUSTENTABILIDADE DA EEBA - ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ESGOTO/ARARANGUÁ – UMA DAS DEMANDAS DO PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO.

Foto - acervo - Jairo

Saneamento básico, água tratada, coleta e destinação do lixo, tratamento de esgoto, deveriam ser atualmente demandas emergenciais dos gestores públicos brasileiros. Inúmeras legislações aprovadas no congresso e já sancionadas no executivo estabelecem regras e prazos para que todos/as administradores/as públicos elaborem seus planos de saneamento básico. Dos quase seis mil municípios que compõem o território brasileiro, menos da metade implantaram seus programas, mesmo com prazos prorrogados várias vezes. Aqueles que estão com os planos concluídos, a exemplo de Araranguá, muitas das demandas elencadas continuam ainda no papel, como os programas de coleta seletiva.

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Em Araranguá, todo o lixo é recolhido por uma empresa terceirizada, tem o mesmo destino, um aterro sanitário localizado no município de Içara. Não há qualquer previsão por parte dos gestores o cumprimento integral dessa prerrogativa. Algumas pessoas ou famílias vêm exercendo de forma voluntária ações de separação o lixo seco, porém, no momento da coleta tudo é misturado e encaminhado ao aterro sanitário. Pasmem, não há no município uma única cooperativa de coletores. A única que havia fechou as portas há alguns anos por dificuldades e falta de apoio do poder público.  

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Os poucos trabalhadores que separam e recolhem o lixo agem individualmente. O material recolhido é preparado e transportado para outros municípios, gerando emprego e renda às famílias. Quando o assunto esgotamento sanitário, por décadas o rio que atravessa a cidade do mesmo nome, se transformou no principal depositário de resíduos industriais e domésticos. A conseqüência disso é um rio quase morto. No começo de 2012 um projeto de edificação da primeira usina de tratamento de esgoto foi apresentado ao público.

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Uma obra complexa e cara, cuja execução exigiria certo rigor no momento da escolha do local e da empresa executora. Um ou dois anos depois de começada a obra, avaliações feitas por técnicos no local alertaram que o empreendimento estava literalmente afundando. O local onde se pretendia construir a usina era um banhado. Milhares de reais jogados fora. Outro local foi adquirido nas proximidades do Parque Alvorada, que junto com a usina edificada no perímetro central da cidade, (próxima a câmara de vereadores) ambas compõem o complexo sistema de esgotamento sanitário, capaz de tratar cerca de 40% do esgoto produzido pela população.

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Seguindo o cronograma do Projeto Sustentabilidade da EEBA, depois de visitar as nascentes e a foz do rio Araranguá, as ETAs, a Planta Piloto bioclimática da UFSC, participação de Feiras Científicas Interdisciplinares, o grupo que integra o projeto promoveu palestra com profissionais do SAMAE/ARARANGUÁ, para que estudantes e professores tivessem compreensão do funcionamento do sistema de esgotamento sanitário, sua importância à qualidade de vida da população.  Por cerca de 30 minutos, o público presente no teatro Célia Belizzário, acompanharam atentos as explicações da palestrante Fernanda, formada em química, onde toda sua fala foi direcionada à campanha lançada pela autarquia incentivando as pessoas a ligarem suas residências à de rede de esgoto.

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Começou enfatizando que o SAMAE/Araranguá foi fundado em 1969, que aquele momento vem atuando em oferecer bons serviços no controle da qualidade da água consumida pela população. Que nos extratos das contas distribuídos mensalmente, além do volume consumido e o valor pago, também estão discriminados as substâncias adicionadas para o tratamento. Que os sistemas de tratamento de esgoto construído pelo município fazem parte de uma política nacional, que também inclui coleta seletiva de lixo e limpeza da cidade. A intenção do município, no futuro próximo, é atender 100 % da população com rede de esgotamento tratado.

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Tais iniciativas irão contribuir para proporcionar melhorias na saúde da população, de maneira que erradicarão doenças provenientes da carência desses serviços como Cólera, hepatite A, entre outras tantas.   Ressaltou que 2,5% de toda a água no planeta são doce. Desse total, 05 está disponível para consumo, o restante, 2%, está sob a forma de geleiras. Num futuro muito próximo, a água terá valor equivalente ao petróleo, podendo até se transformar no epicentro das guerras violentas, pelo controle da mesma. O Brasil é o país que possui a maior reserva de água doce do planeta, porém algumas regiões já sofrem a escassez.

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Atividades econômicas como a pecuária, agricultura e indústria são os que mais consomem água na cadeia produtiva. A cada quilo de frango produzido não necessários quatro mil litros de água. Na pecuária a exigência do recurso hídrico é bem maior: um quilo de carne bovina requer cerca de 10 mil litros do líquido. A palestrante explicou que política nacional de saneamento básico, são um conjunto de medidas adotadas relacionadas ao tratamento da água, esgoto, coleta seletiva e limpeza urbana.
 Um dos problemas resultantes do não tratamento do esgoto é a contaminação dos lençóis freáticos e cursos de água, lagoas, rios, oceanos. O esgoto não tratado absorve todo oxigênio da água, cuja eliminação leva à morte de espécies da fauna e flora aquática. O cheiro que é sentido nos córregos ou outros cursos de água como rios são gases resultantes da decomposição da matéria orgânica dos esgotos. No Brasil, somente 42% do esgoto é tratado. Em Araranguá, o percentual é de 40% e a expectativa é atingir a 100% no futuro.

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No entanto, informou a palestrante, que é necessário a população se ligar na rede para que os recursos captados possam subsidiar na extensão da rede para outros bairros. Atualmente somente cinco bairros da área urbana são contemplados com o atendimento: Urussanguinha, Alto Feliz, Coloninha, Vila São José e Centro. O SAMAE dispõe de um mapa onde mostra em cor vermelha a distribuição da rede de esgoto nos respectivos bairros. A população deve, quando quiser conectar-se à rede, entrar em contato com a autarquia e solicitar a presença de um dos 20 profissionais treinados que farão os serviços de infraestrutura. O trabalho não é gratuito e os valores devem ser negociados diretamente com o profissional.
 O SAMAE atualmente não está cobrando taxas de serviço de esgoto àqueles que já estão conectados. Quem define os valores que cada município irá cobrar é a Agência Nacional de Água (ANA). Para o município de Araranguá, desde o mês de março de 2018 a empresa araranguaense está esperando resposta da agência nacional sobre os valores que serão cobrados dos consumidores.  Os dois sistemas de esgotamento no município foram financiados com recursos da Caixa Econômica Federal, cujas parcelas mensais superam os cem mil reais.  Explicou a palestrante que os dois sistemas recebem esgoto industrial e doméstico.

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O doméstico são resíduos cloacais, cozinha, banho, louça, roupas, etc. Informou que não é função da SAMAE fiscalizar possíveis irregularidades no sistema como o lançamento de esgoto nas tubulações fluviais. Todo cidadão, quando constatar algum crime, deverá protocolar denúncia junto à vigilância sanitária do município que se encarregará de promover diligência e tomar as medidas legais aos infratores. Quanto às tubulações fluviais, para a coleta da água da chuva, a água coletada escorre para os córregos que sua vez desemboca no rio. Não se torna necessária sua absorção na usina de tratamento pelo fato da água estar pouco limpa e as bactérias atacarem exclusivamente esgotos.

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O sistema de esgotamento adotado não requer a aplicação de muita substância química. Quando o esgoto chegar à usina é injetado “Lodo Ativado”, que vai consumir as bactérias. Porém antes dessa etapa, é plicado cal para reduzir o PH, que é a quantidade de acidez presente no esgoto. Para retirar o restante das bactérias que permaneceu, a água vai para um tanque decantador, onde uma Lâmpada de UV destrói o restante dos microorganismos. Depois desse estágio, a água é transportada via canal para o rio ou usada na irrigação. O lodo seco resultante desse processo é transportado para o aterro sanitário.

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Enfatizou a palestrante da necessidade de as pessoas se conscientizarem em fazer suas ligações à rede coletora de esgoto. Além do mais, é importante tomar cuidado com o desperdício de água, bem como não jogar lixo no chão. Na usina, explicou a palestrante, há um gradeamento que impede a entrada de partículas. Lançar papel, absorvente, cabelo, nos vasos sanitários, pias, comprometem todo o sistema, entupindo o gradeamento. Quanto mais às pessoas se ligarem à rede de esgoto, mais estarão contribuindo para uma cidade melhor para nós e as futuras gerações.
Todos os estudantes presentes no auditório no dia da palestra receberam folders dos acompanhantes da palestrante com informações e dicas de como os cidadãos devem proceder para se ligar na rede de esgoto do SAMAE. Depois da explicação da palestrante de que o descarte de papel nos vasos sanitários ou no chão causa danos ao sistema e ao ambiente, o que se imagina era que cada estudante iria guardar o papel e levar para casa, entregando-os aos pais.

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No interior do teatro, comecei recolher os papéis espalhados pelos cantos. Por cerca de 30 minutos visitei todas as lixeiras distribuídas pelo pátio e salas de aula. Foram cerca de 150 folders descartados. Uma atitude que demonstra o grande abismo cultural que atinge nossos jovens. Penso que dois anos de projeto sustentabilidade é pouco para sensibilizar uma geração profundamente desacreditada. Cada um dá o que tem como dizia o poeta.

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 O projeto sustentabilidade deve ser abraçado pela escola, adquirindo autônoma. Independente de quem está na coordenação do mesmo, terá luz própria, permeando todos os seguimentos da escola, através do Projeto Político Pedagógico.   Outra função do projeto sustentabilidade é sensibilizar a todos/as de que estamos abordo de uma mesma nave, o planeta terra. Que precisamos cuidá-la bem para que nossos filhos, netos, a recebam em condições ideais para cumprirem a sua jornada.

Prof. Jairo Cezar e Profª Maria de Fátima Maccarini





























  

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