GOVERNO
BRASILEIRO NA CONTRAMÃO DO CONTROLE DA PANDEMIA DO CORONA VÍRUS
Desde
o momento que iniciou a quarentena para barrar o corona vírus, virou regra todos
os dias e finais de semana o presidente da república dar shows de
irresponsabilidade frente a uma doença que já matou mais de dez mil pessoas em
pouco mais de um mês. Enquanto todas as autoridades ligadas à saúde do mundo
inteiro vêm alertando da necessidade urgente da população manter-se confinada
para não haver uma violenta propagação do vírus, o governo brasileiro dá
péssimos exemplos de mau comportamento.
Por
inúmeras vezes lançou opinião desdenhando a gravidade da pandemia, ao ponto de
dizer que o vírus não passava de uma gripezinha, um resfriadinho. Muitos governos
principalmente europeus, no início da pandemia tiveram comportamentos pouco
atentos ao grave problema que ameaçava a população. No entanto, admitiram o
erra cometido no início, e rapidamente adotaram medidas para conter a
proliferação do vírus, embora tenha havido milhares de mortes como na Itália,
Espanha, Reino Unido, França, etc.
A
partir do momento que foi detectado o primeiro caso na China, no começo de
janeiro, sua disseminação no continente europeu e o alerta das autoridades da
saúde do risco de sua propagação para o resto do mundo, principalmente no
Brasil, quase dois meses foi o tempo que autoridades brasileiras tiveram para
criar uma estrutura satisfatória para amenizar ao máximo os efeitos da doença. Um
ponto positivo que deve ser considerado na luta contra a propagação do vírus no
Brasil foi a atitude racional do ministro da saúde que diariamente ocupava as mídias
para alertar a população de que eram necessários cuidados máximos para evitar a
contaminação.
Na
contramão desse discurso estava o seu comandante supremo, o presidente,
dominado por um obcecado e cego desejo de poder, onde não admitia que qualquer
membro do seu governo tivesse os holofotes virados para sim. Confusão em cima
de confusão, foi essa a trajetória desse insensível e incompetente governo frente
ao progressivo aumento das mortes pelo corona vírus no Brasil. É terrível ter
que ouvir notícias diariamente na mídia relatando somente atrapalhadas desse
governo quando deveria estar concentrado na busca de soluções a grave crise de saúde
que se abate sobre a população.
Não
há dúvidas que aqueles países que cumpriram rigidamente as recomendações das
agencias de saúde internacional como a OMS, tiveram baixos índices de
contaminação e mortes. Nova Zelândia, Canadá, Alemanha, Argentina, Chile e até
mesmo o Reino Unido, seus líderes tiveram um elevado crescimento dos índices de
popularidade pelo fato de ter adotado medidas para minimizar ao máximo a
propagação do vírus. A Argentina, cujo governo Fernandes, eleito nas eleições
passadas e tremendamente criticado por Bolsonaro por não estar alinhado a ala
conservadora do continente, mostrou hombridade e lucidez na condição do
problema da pandemia em seu país.
A
Argentina é um dos países do continente com um dos menores índices de
contaminação. O que causa mais indignação e ter que acompanhar todas essas
irresponsabilidades do atual presidente sabendo que nenhuma ação mais
contundente ou represália será encaminhada pelas autoridades, a exemplo do STF.
Na Alemanha, durante a quarentena foi determinado que qualquer aglomeração a
polícia teria a autoridade de encaminhar os responsáveis à delegação. Não importando
quem fosse.
No
Brasil, todos os finais de semana, centenas de pessoas passaram a promover
carreatas e manifestações de apoio ao presidente em Brasília. O que mais
repugnante é quando se observa que muitos atos têm o apoio incondicional do
presidente. Essas aglomerações e com participação do governo, sem qualquer
medida de evitar o contágio, são fatores que contribuem para que as pessoas se
descuidem quanto aos cuidados para evitar o contágio.
Outro
fato que também causa repugnância são os termos de deboche dos quais utiliza
quando perguntado sobre o vírus. Quando o número de mortes havia atingido cinco
mil há pouco mais de uma semana, usou a expressão e daí às mortes ocorridas. No
último sábado, 9 de maio, quando os boletins revelaram quase 11 mil o número de
óbitos pelo corona vírus, o presidente passeava com seu Jet ski, com ar de
felicidade, pelas águas do lago Paranoá, em Brasília. Responde a um apoiador
que o vírus virou uma neurose, que 70% da população vai contrair o vírus.
Quando
um estadista chega o absurdo de expressar tamanha asneira, concordamos, sim,
que o nível de lucidez e racionalidade de um indivíduo requer cuidado de
profissionais de saúde mental. A resposta que todos gostariam de saber é até
quando teremos de conviver com uma pessoa tão despreparada, tão doente, no
principal posto de decisão federal?
A
única esperança que ainda nos conforta é o STF. Porém, acompanhando os
desdobramentos e as posturas duvidosas, com pouca imparcialidade, tomadas pelos
ministros da suprema corte, eleva o sentimento de que temos que conviver com o
atual governo até o fim de seu mandato. As manifestações explícitas de apoio ao
fechamento do congresso e do STF, apoiados por facções do próprio exército, traz
à tona o dia 31 de março de 1964, quando foi deflagrado o golpe militar, que
durou cerca de vinte anos.
Prof.
Jairo Cezar
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