quarta-feira, 13 de março de 2019


MICROPLÁSTICO ESTÁ SE TRANSFORMANDO NO TERROR DOS OCEANOS.

Durante anos entidades não governamentais e instituições de pesquisas no mundo inteiro vem alertando sobre os impactos ao planeta o descarte de lixos plásticos, como sacos, garrafas, copos, canudinhos, etc. Entretanto, pouca gente sabe que há outro vilão tão letal aos ecossistemas que os plásticos acima citados. São os microplásticos. São micropartículas sintéticas presentes nos poliéster e do tipo fleece, que oferece conforto e proteção térmica. O consumo desses tipos de tecidos são difundidos em muitos países do mundo.

O que se sabe é que no momento da lavação as microfibras de plásticos são liberadas escoando para os cursos d’água, principalmente os oceanos. Levantamentos feitos comprovam que todos os anos quinhentas mil toneladas dessa fibra é descartada na natureza, volume equivalente a 50 bilhões de garrafas pet de água. Nos próximos 30 anos, se não houver o empenho das autoridades em impor legislações mais disciplinadoras e restritivas desses sintéticos, mais de 22 milhões de toneladas serão jogadas na natureza. A diferença do poliéster e algodão é que as sintéticas não são biodegradáveis.
Porém essas fibras tóxicas não são identificadas exclusivamente nos tecidos. Também são encontradas em outros produtos como pneus, pastas de dente, tintas e revestimentos marítimos. Levantamento feito pela OMS identificou 259 garrafas de água, de 11 marcas em 9 países diferentes, a presença dessas micropartículas. Pesquisadores constataram que o desprendimento dessas partículas durante as lavações compromete ecossistemas marinhos, prejudicando a capacidade de organismos de se alimentarem, além, é claro, das toxinas que se acumulam nos estômagos e tecidos de espécies marinhas consumidas pelo ser humano.
 Países como os Estados Unidos vem criando leis obrigando que as empresas, com mais de 50% de material sintético, exponham nas etiquetas a presença das fibras alertando acerca dos cuidados que se deve ter no seu manuseio. Diante disso fica o alerta aos governos e universidades para que dediquem recursos em pesquisas para detectar a presença dessas micropartículas na nossa cadeia alimentar. Quanto mais agilidade mais cedo será possível se precaver de danos irreversíveis a já fragilizada biótica marinha.
Prof. Jairo Cezar     

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