sexta-feira, 8 de março de 2019


DESMATAMENTO NA AMAZÔNIA LEGAL CRESCE EM 2019 EM COMPARAÇÃO  AO MESMO PERÍODO DE 2018

Os quase sessenta milhões de eleitores que depositaram os votos no candidato eleito Bolsonaro, de um modo ao outro, são cúmplices pelos elevados índices de desmatamentos ocorridos na Amazônia Legal. Somente no mês de janeiro de 2019, de acordo com o BOLETIM DO IMASON, houve um aumento de 54% da perda da cobertura vegetal em comparação ao mês de janeiro de 2018. Os estados que lideraram os desmatamentos foram o Pará, Mato Grosso, Roraima, Rondônia, Amazonas e Acre. O que mais chocou no levantamento feito foi que os dois municípios da Amazônia que mais desmataram, elegeram o candidato Bolsonaro no primeiro turno.
Já era previsível que isso acontecesse, bastava prestar atenção nos seus discursos de campanha, de suas promessas escrotas relativas ao meio ambiente. Bastou o resultado das urnas e já iniciou especulações relativas à pasta ambiental, uma delas a fusão com o ministério da agricultura. Não precisaria bola de cristal, muito menos de vidente para prever o futuro, somente na área ambiental. Outra mostra da besteira cometida pelos eleitores foi quando anunciou o ministro da pasta, alguém já condenado pela justiça por improbidade administrativa no governo de Geraldo Alckmin, do estado de São Paulo.
Não faltaram ameaças e ataques frontais contra os fiscais do IBAMA e do ICMbio, responsabilizando-os pelo excesso de multas cobradas, das quais comprometia a estabilidade do agronegócio. Foram esses discursos de caráter acusatórios e difamatórios, suficientes para gerar clima de permissibilidade geral. A sensação que permeou no imaginário social era de que se o próprio governo se posicionava flexível no quesito ambiental, era óbvio que isso criaria pretextos generalizados ao aumento dos desmatamentos.
Há outros dados que corroboram com tal argumento. Nos dois meses de governo Bolsonaro houve uma redução significativa de multas cobradas por infrações ambientais, comparadas ao ano anterior. Ao mesmo tempo em que houve a redução do número de infrações ambientais, elevaram-se os índices de desmatamentos no bioma amazônico. As investidas dos criminosos ambientais não pouparam nem mesmo as Unidades de Conservação e áreas indígenas. Isso já era profetizado por ambientalistas e pesquisadores. O veredicto para o desmatamento aconteceu quando foi encaminhado a MP-870 que transferiu para o MAPA (Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento) a responsabilidade para a regulação e novas demarcações de terras indígenas. Antes, essa função era do Ministério da Justiça.
Todos sabem que por trás dessa decisão há interesses escusos, ou seja, favorecer o agronegócio. Por ser o MAPA órgão agora vinculado ao ministério da agricultura, tendo como ministra, Teresa Cristina, uma das principais integrantes da bancada ruralista no congresso, podemos ter certeza que seguindo essa proporção de desmatamento, nos quatro anos de governo Bolsonaro, se chegar ao fim, o Brasil baterá todos os recordes possíveis em desmatamentos e violência no campo.
Prof. Jairo Cezar 
http://www.greenpeace.org

Nenhum comentário:

Postar um comentário