domingo, 24 de março de 2019


AOS MESTRES PROFESSORES/AS DA EEBA, COM CARINHO E RESPEITO

Não é primeira vez que profissionais da EEBA (Escola de Educação Básica de Araranguá) e demais instituições de ensino estão se tornando alvo de difamação, injúria assédio moral, calúnia e outros   incontáveis adjetivos nefastos. São expressões que denigrem ainda mais a reputação de uma categoria tão importante e imprescindível, porém desvalorizada pelos governos e a sociedade num todo.  Foi o tempo quando o/a professor/a ou mestre era recebido/a com festas, flores e até foguetório nas vilas e freguesias dos rincões brasileiros.
O/A professor/a era tão respeitado/a que dividia com o padre, o delegado e o coronel o posto de personalidade honorária  município. Jamais era esquecido/a em eventos e celebrações, sendo assegurado a/ao mestre o acento principal ou central da mesa. Não há registros escritos ou mesmo testemunhos relatando ter sido algum/a professor/a sofrido injúria ou mesmo ameaça no seu “sagrado” ambiente de trabalho. Era desse modo que uma escola ou sala de aula era conhecida na época, templo do saber, de alegria, de danças, festas, de celebrações, etc.
O tempo passou e o/a professor/a foi perdendo sua dignidade e o respeito na sociedade e até mesmo em seu espaço de trabalho. Todas as sociedades que se superaram diante das crises cíclicas tiveram o/a professor/a como agente dinamizador, valorizado com legislações que lhes asseguram direitos à uma vida digna. No Brasil, o exercício da docência é por sua vez um desafio diário, ininterrupto. Primeiro para não ser agredido/a ou achincalhado/a por algum pais e estudantes desequilibrados, vitimas da sociedade. Segundo desafio, constante pressão junto aos governos que, sem exceção, não se cansam de tratar os educadores como classe dispensável e desprezível.
Todos os dias, quando nos deslocamos às nossas escolas, sempre ficamos atentos às notícias na expectativa de saber qual a última ação ou ataque dos governos aos nossos direitos. Nos últimos 30 anos foram infindáveis as investidas na tentativa de solapar conquistas históricas, muitas das quais obtidas de incansáveis lutas como o direito a uma remuneração que nos proporcione o mínimo de dignidade. Uma pena que a sociedade não dê o mesmo valor ao professor como de seu time de futebol predileto. Se tal sentimento de amor e devoção à agremiação fosse na mesma proporção a/ao professor/a e a escola das quais os filhos estudam, não há dúvida que viveríamos num país mais solidário e justo.
Quantos pais ou responsáveis conhecem ou visitam as escolas que seus filhos estudam regularmente? Acredito que são contados nos dedos aqueles que de vez ou outra dão uma passadinha para conversar com as/os diretores/as, professores/as. Uma lástima. Ambos/as não imaginam do incansável desafio diário dos/as mestres de terem de cumprir suas longas e complexas tarefas pedagógicas em ambientes muitas vezes insalubres, sem o mínimo do mínimo de condições à altura de seu profissionalismo.
 Não havendo possibilidades de aplicações de ferramentas inovadoras no ensino, pois muitas escolas não possuem laboratórios de informática, muito menos de ciência, etc, são forçados/as a adotarem planos B, C, D..., para atraírem a atenção e estimularem os/as estudantes nos temas ensinados. Muitos pais e a própria sociedade não se convenceram que escolas públicas de ensino básico também são dignas de elogios. 
A EEBA nos últimos exames do ENEM e vestibulares, o número de estudantes aprovados para cursos superiores em universidades públicas, foi expressivo. Isso tudo se deve a qualidade desses profissionais e o seu compromisso ético à profissão docente. Claro que poderia ser melhor. No entanto quem conhece a estrutura da EEBA, sabe que cada um que ali trabalha deveria ser merecedor/a de todas as honrarias possíveis. 
Os/as professores/as que ingressam aos quadros do magistério público e particular, no seu juramento de colação de grau à profissão docente, ambos/as declaram o seu compromisso à profissão docente a qual escolheram. Quando conclui o curso de licenciatura em história, também fiz tal juramento. No exercício da função docente há 36 anos, quase a totalidade na EEBA, convivi com todo o tipo de situação nessa que é e continua sendo, mesmo com todas as precariedades, em referência de ensino no estado de Santa Catarina.
Muitos/as profissionais que ensinaram ou até mesmo instruíram os avós, pais ou parentes dos nossos atuais estudantes, tiveram uns/as professores/as cuja formação ocorreu na EEBA, antigo Colégio Normal. Somente esse aspecto seria o motivo irrefutável para que cada um desses mestres fossem respeitado, principalmente aqueles que já partiram muitos/as dos/as quais dedicaram à vida lutando em prol do magistério e da sociedade. Em hipótese alguma admitiremos que alguém se utilize de adjetivos espúrios, difamatórios contra essa instituição de ensino e aos profissionais que ali exercem seu papel de educa(dor).
A EEBA não é simplesmente uma escola é uma instituição com quase cem presente na vida de cada cidadão do sul de Santa Catarina. Hoje o município de Araranguá que tem uma população estimada em 60 mil habitantes, é quase impossível não ter uma família onde não tem ou tenha passado algum integrante pelos bancos da Escola David do Amaral, Escola Normal, Colégio Estadual ou EEBA, nomes que engrandeceram e ajudaram a construir um pouquinho da nossa trajetória histórica.
Prof. Jairo Cezar

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