O
DISCURSO RECHEADO DE INVERDADES
PRONUNCIADO PELO PRESIDENTE BOLSONARO
NA ONU
Quem
assistiu ou leu o discurso proferido pelo presidente brasileiro na abertura da
75 Assembleia da ONU no dia 22 de setembro deve ter se sentido envergonhado de ter
como líder alguém tão mau caráter, que procurou em 14 minutos engambelar o mundo
com tanta mentira. No campo ambiental, já se imaginava que o seu esforço era distorcer
os fatos, acreditando desconhecimento da população mundial que os incêndios na Amazônia
e no Pantanal tem o presidente um dos maiores incentivadores.
Em
um de suas falas culpou a imprensa brasileira por estar promovendo campanha de
desinformação acerca dos incêndios na Amazônia e no pantanal. Falar que há desinformação
é uma postura leviana e criminosa diante do extraordinário arcabouço tecnologia
disponível por órgãos como o INPE, capaz rastrear com eficiência todo o
território brasileiro. As imagens captadas pelas lentes de satélites não
mentem, o Brasil está queimando literalmente, e os responsáveis não são “caboclos”
ou “indígenas”, como tentou afirmar o presidente, são fazendeiros, grileiros,
que derrubam a floresta e queimam para dar lugar a pastos e a monocultura.
As
florestas brasileiras são úmidas, portanto não permitem fogo no seu interior. É
exatamente isso o que o presidente falou. Pior é que nem ficou vermelho com
tamanha petulância. O fato é que em primeiro lugar a floresta é
derrubada, depois ateiam fogo. Tudo isso, combinado com as estiagens prolongadas
e temperaturas elevadas, se transformam e potentes combustíveis para a
devastação de tudo que estiver pela frente.
Não falou o presidente, e não falaria mesmo,
que havia promovido o maior desmonte na história de órgãos ligados ao meio ambiente
como o IBAMA e ICMbio. A intenção do
desmonte foi como afirmou o ministro do meio ambiente, Ricardo Salles, “deixar
a boiada passar”, ou seja, flexibilizar, fazer vistas grossas as legislações
que criam obstáculos às ilegalidades.
Deveria ter dito o presidente que foi criado
uma força tarefa, coordenada pelo vice-presidente, Mourão, com o envio para a
amazonas de milhares de militares com o objetivo de combater os desmatamentos e
as queimadas. Que tal iniciativa tem um custo mensal de mais de sessenta milhões
de reais ao mês, valor equivalente ao orçamento anual do IBAMA e ICMBio.
Dizer
que o Brasil é um dos países que mais preserva as florestas é ridículo e um
insulto ao bom senso. Não há dúvida que o discurso tem um público alvo, seus
apoiadores, os mesmos que diariamente estão confinados num Curralinho em frente
ao palácio. Esses e outros 12 a 13 de apoiadores concordam com tudo o que o
presidente diz, até mesmo com a absurda afirmação de que no Brasil vem sendo
praticada a tolerância zero contra o crime ambiental.
Prof.
Jairo Cezar
Nenhum comentário:
Postar um comentário