ESTIAGENS PROLONGADAS E CICLONES EXTRATROPICAIS
SEVEROS ESTÃO ASSOCIADOS AO AQUECIMENTO GLOBAL
Ainda
hoje há pessoas que duvidam que fenômenos climáticos extremos como os fortes
temporais que assolaram quase todo o estado de Santa Catarina, parte do RS e PR,
têm relação direta com os desmatamentos e as queimadas que aumentaram nos últimos anos, se agravando muito mais na gestão Bolsonaro. O Furacão
Catarina, ciclones extratropicais, tornados e estiagens prolongadas
são acontecimentos que comprovam que o clima global esta sofrendo
transformações abruptas e perigosas.
A crescente emissão na atmosfera de CO2 é, com certeza, um dos
principais vilões do aquecimento do planeta. Embora os países industrializados contribuam
em maior proporção com a emissão de gases poluentes, o Brasil tem também
participação importante nessa equação climática negativa, através da combustão
das florestas que armazenam bilhões de toneladas de carbono. É possível que
muitos geógrafos e até mesmo climatologistas não façam qualquer referência ao ciclone "bomba" que se abateu sobre o sul do país ao aquecimento do planeta.
No
entanto, o modo como se processou o fenômeno, a intensidade dos ventos que em
alguns locais atingiu velocidade de furacão categoria dois, merece estudos mais
aprofundados. Outro detalhe importante foi o número de vítimas fatais, maior
até que do furacão Catarina. Consultando vários sites na internet sobre o assunto, foram encontrados um ou dois fazendo alusão do fenômeno extremo ao aquecimento
global. Outro fato que chamou atenção sobre o ciclone extratropical bomba, foram os inúmeros comunicados dos meteorologistas alertando as defesas civis dos três estados e
a população para que se precavessem acerca dos riscos possíveis à
infraestrutura e à vida humana.
O
sul do Brasil, com destaque o estado de Santa Catarina, possui um sofisticado
sistema de radares climáticos, capazes de monitorar pequenas ou severas
mudanças do tempo. Essas informações são repassadas em tempo real à população para a tomada
de ações de proteção. Os vídeos que virilizaram nas redes sociais de cenas apocalípticas do ciclone em algumas cidades, como a de um operário preso em um andaime semi desprendido em um prédio em construção, a sensação era de ter havido total desconhecimento da pessoa ou do proprietário da construção dos
impactos da tempestade.
Mais
cenas postadas com quedas de árvores sobre automóveis, fiações elétricas, etc,
que ceifaram a vida de mais de umas dezenas de pessoas, tem-se a impressão de que a
população desconhecia a ocorrência do fenômeno ou simplesmente negaram os
alertas dos monitores do tempo. Há fortes indícios que a segunda hipótese
tenha mais evidências. Posso até estar equivocado, mas diante do atual cenário
político conturbado, de um governo que despreza a educação, que nega à
ciência, à pesquisa, quem duvida que não houve um comportamento negacionista da
população diante dos alertas dos meteorologistas.
Alguns meteorologistas admitem que há sim
vínculos diretos e indiretos dos freqüentes e severos ciclones extratropicais com o aquecimento global. O aumento paulatino da temperatura das
águas do oceano atlântico está servindo de combustível para a formação de
eventos climáticos extremos, a exemplo do furacão Catarina, ocorrido em 2004.
O
ciclone extratropical bomba teve alguns ingredientes extras que geraram tanta
instabilidade. Os jatos de calor em grandes altitudes vindos da Amazônia, associado
a uma linha de instabilidade ou frente fria que se formou, geraram fortes desequilíbrios na temperatura e pressão atmosférica na região sul. Como já é habitual na
região sul, os ciclones provocam mudanças abruptas nas ondulações do oceano, as
famosas ressacas.
Não
obstante aos estragos provocados pelos violentos ventos no continente, as freqüentes e
severas ressacas estão alterando toda a geografia costeira. Os impactos são
maiores nos municípios cujas faixas costeiras foram tomadas por ocupações à
revelia das legislações ambientais existentes. O que se espera do tempo é a progressiva ocorrência de fenômenos meteorológicos severos como o que foi
registrado entre 30 de junho e primeiro julho de 2020, no sul do Brasil.
Cumprir
com os protocolos assinados nas COPs (Conferência das Partes) como a que ocorreu em Paris,
em 2015, poderá ajudar na redução das emissões de gases do efeito
estufa, que são influenciadores da elevação da temperatura média do planeta. Todos
os cenários observados no Brasil dão qualquer certeza que isso possa ocorrer no atual governo. Uma das metas entre tantas acordadas pelo Brasil nas COPs foi a redução
a nível zero os desmatamentos ilegais na Amazônia. Além do não cumprimento da
meta, o que se vê é o vertiginoso aumento dos desmatamentos e de queimadas,
taxas que estão ajudando na elevação dos índices médios de temperatura global.
Prof.
Jairo Cezar
https://g1.globo.com/politica/eleicoes/2018/eleicao-em-numeros/noticia/2018/10/08/eleicoes-2018-o-peso-de-cada-regiao-do-brasil-na-votacao-para-presidente.ghtmlhttps://www.youtube.com/watch?reload=9&v=iXDDWOxHbp8
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