quinta-feira, 23 de maio de 2019


DIA INTERNACIONAL DA BIODIVERSIDADE SERVE DE ALERTA SOBRE O RISCO DA EXTINÇÃO DA VIDA NO PLANETA

Não sei se o Brasil tem alguma coisa para comemorar ou somente lamentar nesse 22 de maio, data alusiva a biodiversidade do planeta. Nos últimos anos ou dias as notícias que mais ocuparam as manchetes dos jornais e telejornais foram sobre os riscos eminentes de desaparecimento de espécies da fauna e da flora devido as práticas agrícolas inadequadas. Toda a criança em idade escolar sabe que o equilíbrio dos ecossistemas é essencial à sobrevivência do próprio planeta.
O modelo capitalista de produção agrário hoje adotado no mundo e no Brasil é predatório, altamente impactante aos frágeis ecossistemas. Milhares de espécies de plantas só se reproduzem quando insetos como abelhas, entre outros, fizerem a polinização. No Brasil, pesquisas realizadas há poucos dias comprovam que quase um bilhão de abelhas morreu intoxicadas por agrotóxicos. Se abelhas e outros insetos desaparecerem por completo, a população do planeta morreria de fome em pouco tempo, pois plantas como milho, soja, arroz e espécies frutíferas, dependem da polinização para se reproduzirem.
A proteção dos biomas da Amazônia e da mata Atlântica é crucial para o planeta. Neles vivem integradas plantas e organismos ainda desconhecidos da ciência. Esse é o motivo da preocupação de ONGs internacionais sobre o contínuo desmatamento desses dois ecossistemas. Hoje é sabido que muitos medicamentos produzidos e consumidos no mundo foram desenvolvidos a partir de plantas medicinais. A proteção das comunidades tradicionais residentes nas florestas também é uma maneira de salvaguardar o vasto acervo de conhecimentos sobre as florestas.
A fragilidade na pesquisa científica, a pressão do agronegócio e da pirataria sem controle, ambos estão  tirando do Brasil a oportunidade de vir a ser protagonista na produção de medicamentos e vacinas. Quem duvida que junto às centenas de florestas e organismos destruídos todos os dias não estão também espécies que trariam a cura da AIDS e vários tipos de CÂNCER. O que revolta é saber que nada disso é prioridade ou compreensível pelo atual governo e muitos dos seus ministros como do meio ambiente. Basta observar como este vem se comportando frente às demandas emergenciais da pasta. O que dizer do ministro da educação, sem qualquer critério e sensibilidade ousa e lançar tesouradas no orçamento da educação, afetando em cheio a pesquisa.
 No instante em que o alvo dos ataques é a educação, abre-se as portas para uma debandada de cérebros, atraídos por governos e populações mais inteligentes, que se construíram e se tornaram potência respeitada a partir da educação. O que no resta então é a pressão contra a insanidade dos atuais gestores e de uma elite urbana e agrária que se alimentam e se fortalecem da ignorância social em crescimento vertiginoso.  
A prepotente e arrogante elite agrária deveria saber que o modelo produtivo em curso é completamente insustentável e que está afetando a sua própria produtividade. Quanto mais agrotóxico e desmatamento praticarem, mais desgastado e infértil ficará o solo, além do desequilíbrio do ciclo das chuvas que depende das florestas. Mais desmatamento e aditivos químicos, menos microorganismos presentes no solo. A agroecologia vem se mostrando uma alternativa necessária à agricultura convencional. Manejo eficiente do solo, adubação orgânica e sementes não transgênicas tenderá a ocupar mais e mais áreas cultivadas no futuro.
Esse processo de sensibilização ambiental pode ser realizado até mesmo em casa ou apartamentos. Basta recolher as sobras de alimentos e transformá-los em adubo. Essas práticas sustentáveis podem também ser desenvolvidas nas escolas, a partir da compostagem com restos de alimentos. Envolver as crianças menores com tais experiências, estimulando o hábito da reciclagem, da observação do ciclo evolutivo das plantas e da complexa biodiversidade formada nesses espaços, deve ser exercitada durante todo o ano letivo.
As escolas se eximindo dessa tarefa e os governos continuarem insistindo em defender políticas nada sustentáveis aos ecossistemas, nos próximos anos, pesquisadores alertam que no mundo cerca de 500 mil espécies de animais e plantas vão desaparecer. No Brasil os números são assustadores: 2.113 espécies da flora e 1.173 espécies da fauna vão desaparecer.
Prof. Jairo Cezar 

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