domingo, 14 de outubro de 2018

CIENTISTAS ALERTARAM NA CÚPULA DO CLIMA, COREIA DO SUL, QUE FALTAM 12 ANOS PARA SALVAR O PLANETA DE UM POSSÍVEL HECATOMBE CLIMÁTICO


Acredito que muitos devem ter na mente a triste lembrança de nomes como Harvey, Irma, Maria, José, Kátia e Florence, que batizaram poderosas tempestades tropicais, algumas avassaladoras que devastaram ilhas do caribe e a costa leste dos Estados Unidos nos últimos dois anos. Há indícios claros que tais fenômenos climáticos extremos estejam vinculados ao aquecimento do clima global, ou seja, do aumento da temperatura média do planeta por gases poluentes.  
Os Estados Unidos, que possivelmente já devem ter gasto bilhões de dólares na recuperação dos prejuízos dessas tempestades, a primeira ação tomada pelo presidente Donald Trump, depois de eleito, foi romper com o acordo de Paris, de 2015, onde 175 países, incluindo os EUA, se comprometeram em executar medidas emergenciais para conter a elevação da temperatura média da terra acima de 1.5 graus até 2030.  A saída dos Estados Unidos do acordo de Paris trouxe preocupação internacional pelo fato de ser o segundo, depois da China, em níveis de emissão de CO2 à atmosfera.
O futuro do planeta terra tornou-se uma incógnita, pois havia expectativa, com a presença dos Estados Unidos, de os índices de gases poluentes cairiam em 45%, até 2030. Esse percentual teria de ser em relação ao volume liberado em 2010. Havendo o cumprimento dessa etapa, os 175 países assumiriam o desafio de num prazo de 20 anos os níveis de CO2 emitidos reduzissem para 0%.
No dia 08 de setembro de 2018, no encontro em Incheon, Koreia do Sul, cientistas do mundo todo presentes no Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas (IPCC), lançaram relatório contendo 400 páginas sobre o clima global.  O documento é como se fosse um ultimato aos governos para que cumpram o acordo de Paris ou o planeta sofrerá as conseqüências irreversíveis que comprometerá a própria sobrevivência humana. O alerta não é direcionado exclusivamente aos maiores poluidores como China, EUA, Índia, Rússia e Japão, o Brasil também foi alertado, pois concentra no seu território parcela significativa de toda floresta tropical do planeta, que continua sendo dizimada.
Antes do encontro de Paris os relatórios apresentados recomendavam ações um tanto discretas em tecnologias limpas, pois o sinal de alerta do clima permanecia amarelo. O encontro da Koreia, portanto, a luz do clima já se mostrava vermelha, ou seja, o tempo estava se esgotando, que as metas estabelecidas até 2030, deveriam agora ser cumpridas de forma emergencial. Os investimentos em tecnologia limpa, antes pensados anualmente, agora deveriam ser multiplicados por cinco. Desmatamento zero, fontes de energia renováveis, entre outros investimentos terão que fazer parte das plataformas de governos de todos os países.
Atualmente, 25% da energia produzida no planeta são oriundas de fontes renováveis. O compromisso será, até 2050, elevar esse percentual para 70% a 85%. Alguém acredita que tais metas serão realmente cumpridas, conforme as agendas pré- estabelecidas? A impressão que se tem é que os encontros de cúpulas são uma espécie de “ilha da fantasia”, um mundo do faz de conta, onde se gasta milhões de dólares para promovê-los, que fora desse mundo fantasioso, pulsa o deus petróleo, o deus carvão e outros deuses poluidores.
Nunca se explorou e se vendeu tanto petróleo como ultimamente. Países produtores como Arábia Saudita, Rússia e até mesmo o Brasil vem aumentando ano após ano seus volumes de barris extraído. Lembram do Pré-sal? Na época da descoberta desse poço quase interminável o que mais se falou foi autonomia no setor, superávit, desenvolvimento, etc., etc., não é mesmo? Alguma vez, algum políticos falaram em riscos ambientais, aquecimento global, etc, todo esse petróleo queimado provocaria ao planeta? Nada.  Os próprios governos vêm incentivando essa atividade. Pior, entregaram quase tudo, quase de graça, às grades corporações.   A pergunta que não quer calar é: como alcançar a meta de emissão zero até 2050, ou seja, daqui a pouco mais de 30 anos, se a economia do mundo depende hoje quase que exclusivamente do petróleo para movimentar fábricas, veículos, usinas, etc.?
Mais uma vez o mundo estará atento aos desdobramentos de outro encontro de cúpula sobre o clima, que ocorrerá dessa vez na cidade de Katowice, na Polônia, em dezembro de 2018, na COP 24 (Encontro das Partes). Centenas de representantes de governos, ambientalistas e cientistas estarão discutindo na Polônia, como fazer acontecer um milagre, convencer países poluidores e o capital de que não havendo mudanças em seus portfólios propondo uma nova estrutura de produção, baseada na emissão zero de CO2 até 2050, a terra deverá ser um planeta quase estéril, com populações vagando de um lado para o outro em busca de água e ar limpo para sobreviver.
Prof. Jairo Cezar                     

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