sexta-feira, 18 de maio de 2018


IMPRUDÊNCIA NA GESTÃO DO PARQUE ECOLÓGICO MARACAJÁ

Aproveitando o dia ensolarado de domingo, 13 de maio data comemorativa ao dia das mães fomos visitar o Parque Ecológico Maracajá, considerado atrativo para quem procura tranqüilidade e contato com espécies da fauna e flora silvestre do Bioma Mata Atlântica.  O que não esperávamos naquele domingo à tarde era encontrar centenas de pessoas transitando ao mesmo tempo pelas dependências do parque. Antes de iniciarmos o tour pelas trilhas, visitamos os alojamentos ou viveiros, distribuídos um ao lado do outro, dos quais acomodavam espécies da mata atlântica, aves, anfíbios e mamíferos resgatados de caçadores ou que tenham sofrido algum ferimento. Chamou a atenção de não termos avistarmos junto aos alojamentos dos animais, nenhum monitor ou fiscal, alertando ou informando as pessoas sobre como deveriam se comportar no interior do parque e nas trilhas.


De imediato constatamos que algumas melhorias haviam sido efetuadas no parque, dentre alas a criação de novas trilhas. No início da caminhada alertei o grupo que me acompanhava para que se mantivessem em silêncio, pois iríamos nos deslocar por ambientes sensíveis habitados por animais silvestres, sendo que o barulho geraria um possível estresse que alteraria suas condutas habituais. Quando nos dirigimos à passarela, bem no início já era possível ouvir conversas, gargalhadas, gritos, produzidas por centenas de pessoas que congestionavam todas as passagens.


Já no interior da floresta, em nenhum momento foi possível manter-se relaxado ou em harmonia como o ambiente, ouvir o som do vento, das folhas e do silêncio, pois ambos eram quebrados pelas centenas de vozes produzidas pela multidão e pelos agitados macacos pregos, que quase atacavam os transeuntes na expectativa de obter algum alimento ou fragmento de alimento deixado pelo caminho, que é proibido. Mais uma vez, no trecho das passarelas, nenhum monitor foi avistado, provando que o parque ecológico do Maracajá necessita urgentemente de uma atenção especial das autoridades competentes, exigindo o cumprimento do que rege a legislação reguladora de parques.


Mas as incongruências não se limitaram apenas à falta de monitores, alimentação dos macacos e ao barulho, outras tantas irregularidades foram pontuadas em vários pontos do parque. Podemos até abrir exceção acerca do barulho produzido pelos visitantes, podendo ser reparado com ações do tipo educação ambiental. No entanto,  quando o problema é agrotóxico, que está sendo aplicado em vários pontos do parque (margem dos açudes, trilhas e no entorno das árvores) para eliminar gramíneas, aí a situação se caracteriza como  muito preocupante. Não há como manter-se indiferente a tais absurdos, pois são aditivos químicos extremamente  perniciosos a ecossistemas frágeis como é o Bioma da Mata Atlântica.




O que é consenso é que em nenhum momento nos colocamos contrários aos parques ou a qualquer outro sistema similar como Unidades de Conservação, que visam a preservação de ecossistemas. O que não concordamos é a forma imprudente, negligente, como certos parques ou unidades de conservação são gestados, que em nada contribui para o desenvolvimento sustentável e a melhora da qualidade de vida da sociedade  



Prof. Jairo Cezar   












             

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