terça-feira, 3 de abril de 2018



SANTA CATARINA É EXEMPLO NA EDUCAÇÃO PARA O PAÍS?


Há poucos dias o governador do estado de Santa Catarina junto com o seu secretário da educação ambos foram condecorados com honrarias no palácio do planalto por terem se destacado como exemplos de excelentes de gestão em educação. Se o estado catarinense com toda a encrenca estrutural e pedagógica envolvendo mais da metade dos estabelecimentos de ensino público estadual, foi motivo de condecoração com a Ordem Educacional do Mérito Educativo, imaginemos então a situação das escolas dos demais estados e municípios brasileiros.
Pesquisando na internet, identifiquei vários sites enfatizando o ocorrido, alguns dos quais estampando manchetes do tipo: “Santa Catarina é exemplo na educação para o país, diz o ministro”.  O Ministro aqui citado na manchete é Mendonça Filho, da educação, que acompanhado do presidente da república, discursaram, rasgando ceda aos representantes de Santa Catarina durante a cerimônia de premiação em Brasília. Não há qualquer sombra de dúvida que toda essa encenação montada faz parte da propaganda pré-eleitoreira, articulada com objetivo de tentar mais uma vez engambelar a população catarinense com falsas verdades e promessas irrealizáveis. Lembram da novela Hospital Regional de Araranguá, entre outros episódios espalhados pelo estado?
É tão catastrófico o sistema público estadual de ensino catarinense, que ambos, governador e secretário, deveriam ter recusado o prêmio e pedir desculpas de joelho à sociedade e aos professores pelos transtornos que enfrentam diariamente no exercício de suas funções. Como todas as mentiras têm pernas curtas, é possível que o ministro da educação, bem como o presidente Temer, devam ter recebido em seus gabinetes, na segunda feira, 02 de abril, exemplares do DC, cujas capas apresentavam estampadas a seguinte manchete: À espera de estrutura: embora elogiem modelo, escolas com ensino médio em turno integral buscam melhoria em internet, laboratórios, multimídia, ar-condicionado e convivência.
Penso que o jornal foi até um tanto dócil, maleável na sua manchete quando afirmou que ensino médio integral buscava melhoria. Como querer fazer a população acreditar que irá melhorar, se alguns dos problemas citados ou todos estão presentes há anos ou décadas nas escolas de ensino médio e fundamental, salvo raríssimas exceções. A internet, por exemplo, é uma das principais dores de cabeça dos professores, sendo que algumas escolas para assegurar o funcionamento regular dos equipamentos, são promovidas campanhas de arrecadação de recursos para a ampliação da potência do sistema.
Sem isso, a velocidade da internet não comportaria a demanda de atividades obrigatórias como preenchimento de diários Online, etc. Agora se ampliarmos o rol de outras demandas como Ar condicionado, laboratórios e salas de multimídias, o quadro funcional das escolas passa a ser trágico. Há casos de unidades de ensino que durante os dias de muito calor se faz necessária a promoção de rodízios com os ar condicionados, pois o sistema elétrico da escola, por ser tão antigo, não comporta os aparelhos ligados ao mesmo tempo.
Laboratórios e multimídias, se porventura algum professor desejar realizar alguma experiência científica ou trabalho de pesquisa na internet, terá que se contentar unicamente com os livros didáticos disponíveis. Desde 2017 todas as escolas estaduais tiveram as salas de multimídias desativadas, alguns computadores que restaram foram instalados nas bibliotecas ou em algum outro setor da escola. Portanto, aqui estão alguns exemplos de demandas enfrentadas tanto pelas escolas de ensino integral como pelas demais da rede estadual, onde estão anos luz de serem consideras exemplos de educação para o país, menos ainda motivos de condecoração de seus principais gestores.       
Prof. Jairo Cezar   

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