sexta-feira, 14 de outubro de 2016

O LEGADO OLÍMPICO E AS POLÍTICAS PÚBLICAS VOLTADAS À ATIVIDADE FÍSICA E A PRÁTICA DO ATLETISMO NO BRASIL E NO MUNICÍPIO DE ARARANGUÁ

Enquanto a população do Rio de Janeiro vivia o drama da violência, das greves nos serviços essenciais, a Tocha Olímpica, símbolo do “espírito” da integração dos povos, desfilava radiante pelas ruas das cidades brasileiras refletindo no facho de luz as mazelas de um país que falta tudo, educação, esporte, saúde, segurança, saneamento básico, etc, etc. A cada cidade onde passou, cuidadosamente, os organizadores e administradores municipais procuraram montar um ambiente cenográfico, exibindo apenas belezas maquiadas e emoções forçadas nas faces do povo e dos carregadores do fogo da integração e da paz.
Do mesmo modo como se sucedeu na copa do mundo de 2014 quando o padrão FIFA prevaleceu, durante a passagem da tocha, a tentativa foi introduzir o mesmo princípio. A Baia da Guanabara é um bom exemplo de comparação de ambiente maquiado. Durante os jogos o lixo e o esgoto foram represados para dar uma impressão de sustentabilidade. Há poucos dias reportagens exibidas pelos telejornais revelaram que a quantidade de lixo e esgoto despejados no manancial era assustador. Se o legado da olimpíada no Rio de Janeiro tivesse sido realmente positivo a população teria eleito o candidato do partido do atual prefeito.     
Antes de responder perguntas como às que se referem ao padrão FIFA acima mencionado, é importante relatar fragmentos das primeiras olimpíadas da antiguidade e o atual cenário do esporte amador no Brasil. Averiguar também as políticas públicas destinadas às atividades físicas e desportivas nos ambientes das escolas estaduais e municipais do estado de santa Catarina e da região da AMESC. Na Grécia, quando surgiram as competições, ambas tinham caráter mítico voltado à homenagear divindades da época como ZEUS. A exclusão das mulheres, nas primeiras edições dos jogos, foi motivada pelo fato dos competidores participarem nus das apresentações. As exibições ocorriam frequentemente no mesmo local, ou seja, no alto do Monte Olimpo, que era de difícil acesso. Os atletas eram provenientes de diferentes regiões sob o domínio do império grego, excluindo, no entanto, os que estavam fora do império, considerados bárbaros.
A partir do domínio do império romano, século II antes de cristo, para os atletas  participarem das competições foi preciso primeiro a exclusão do título de bárbaros. No entanto, em 393, o imperador Teodósio I retirou do calendário os jogos olímpicos pelo fato de considerá-los politeístas, pagãos. Outro fato que ainda marca os jogos olímpicos em quase todas as edições são os freqüentes casos de suborno e doping de atletas. Um dos exemplos conhecidos na história ocorreu na época do imperador romano Nero, quando participou de uma competição de carruagem puxada por 16 cavalos. Em um determinado momento o veículo virou, porém, embora derrotado foi premiado com uma grinalda de oliva, hoje conhecia como medalha de ouro.
É conveniente aqui evidenciar que o propósito do artigo é tão somente revelar as condições de infraestrutura para a prática esportiva nos municípios e nas unidades de ensino das redes estaduais e municipais. Não há, portanto, qualquer pretensão de desqualificar um evento milenar tão importante como os jogos olímpicos que embora as intenções dos organizadores sejam eminentemente comerciais, as competições têm por principio histórico, deixar legados positivos como a sustentabilidade, a promoção da paz e a integração das culturas. A critica que se faz é pelo fato de o Brasil sediar um evento que requereria antes de tudo, organização e mínimas condições de estabilidade política, econômica e social, critérios dos quais o Brasil, menos ainda o Rio de Janeiro, estavam  longe de oferecer.
Quando se discute organização, estamos nos referindo ao que é elementar e necessário para o desenvolvimento pleno de todo (a) cidadão (ã), que é a prática esportiva, atividade “assegurada” do ensino infantil ao médio. Agora com a REFORMA DO ENSINO MÉDIO, sancionada através de Medida Provisória (MP-746/2016) pelo presidente Temer, que alterou dispositivos da LDB, a educação física poderá se tornar facultativa na fase de escolarização. É um imenso contracenso no momento em que o Brasil estava dando demonstrações de que avançaria sediando eventos esportivos importantes como os jogos pan-americos, copa do mundo e olimpíada. Mas tudo, como sempre foi se revelou como obra do acaso, do espetáculo midiático, do circo montado para entreter o povo, para esquecer por alguns instantes a dureza da vida sem esporte e sem pão. 
 Nada além disso. O esporte ou a atividade física deveriam fazer parte do cotidiano dos brasileiros, como práticas higiênicas diárias, ir ao banheiro, escovar os dentes, ir à escola, etc. A pretensão aqui não é defender a tese de que no Brasil as milhares de escolas devessem estar estruturas ou adotassem planos pedagógicos voltados exclusivamente para a preparação de atletas de alto rendimento. Nada disso. A intenção seria fazer valer o que estabelece as legislações em vigor e em especial a própria Constituição Federal que define a obrigatoriedade e parâmetros quanto às atividades físicas e práticas esportivas. 
O que se desejava ou que se deseja era que as respectivas unidades de ensino, oferecessem ao menos o básico do básico para que estudantes matriculados (as) pudessem quando concluísse o ensino fundamental e médio ter desenvolvido todo o potencial cognitivo, afetivo e psicomotor, para além das pretensões de querer se transformar em atletas de rendimentos. Segundo a psicóloga do esporte Kátia Rúbia, a mesma afirmou que “quando se tem uma boa educação física motora, a criança tem suas habilidades básicas desenvolvidas. Além do mais quando se tem analfabetos motores, fica difícil esperar uma população olímpica”. Como alcançar tal ousadia quando se sabe com base em pesquisas realizadas em 2013, que somente 0,6% de todas as escolas públicas espalhadas pelo Brasil possuem infraestrutura ideal para a promoção de um ensino de qualidade.
Dados mais recentes divulgados pela revista educação trazem um cenário ainda mais preocupante mostrando que o Brasil antes de gastar bilhões e bilhões de reais em obras para mega eventos esportivos, deveria primeiro estar minimizando problemas quase crônicos nos vários seguimentos da sociedade, sendo a educação pública, acredita-se, o que requer mais urgência. Quanto aos itens necessários para o satisfatório desempenho das atividades educacionais como laboratórios, bibliotecas, internet, material didático, etc, apenas 4,5% das escolas do ensino fundamental são contempladas. O ensino médio, quanto se trata de equipamentos como internet, material didático, bibliotecas, etc., o percentual é maior que no fundamental, alcançando os 22,6%. 
Em relação aos laboratórios de informática onde governos como de Santa Catarina gastam milhões de reais em propagandas com fins eleitoreiros mentindo que escolas públicas estão estruturadas com salas bem equipadas, que não condizem com a realidade, a pesquisa de uma revista revela que apenas 8,6 das escolas do ensino fundamental possuem salas de informática satisfatoriamente equipadas. A pesquisa não revela que desse total se muitos laboratórios estão funcionando é graças ao empenho dos técnicos que promovem verdadeiras cirurgias tecnológicas, transpondo peças de uma máquina sucateada para outra. Acreditem, de vinte ou trinta equipamentos disponíveis, cinco ou seis estão em funcionamento graças a essas gambiarras.
Se os laboratórios de informáticas das escolas estaduais já sofriam todo tipo de descaso como o sucateamento dos equipamentos, imaginemos agora como ficarão esses ambientes, excluído os profissionais de tecnologia da informação no edital de escolha de ACTs para 2017. Se o nível de ensino já era precário nas escolas com laboratórios sucateados, agora sem a presença desses profissionais o caos certamente se intensificará.  A realidade é que se não teremos mais laboratórios de informática, pelo menos teremos estampados nos futuros livros didáticos de história e o de outras disciplinas imagens de brasileiros orgulhosos carregando a tocha olímpica. Não é mesmo? Não há contradição nisso?
É claro que essa triste realidade das escolas públicas como outras tantas foram omitidas ao público no momento que a tocha desfilou pelos municípios da fixa litorânea do estado de Santa Catarina, como Sombrio e Araranguá. Infelizmente os organizadores e demais cidadãos convidados e também os que transportaram o símbolo olímpico, não visitaram unidades de ensino públicas desses municípios para constatar em loco o modo como as autoridades vêm tratando a atividade física e o esporte nos estados, municípios e no Brasil.
Não há dúvida que nenhum dos administradores dos municípios contemplados com a passagem da tocha, muito menos as forças políticas conservadoras locais se arriscaram a passar por um vexame nacional. Se o que importa é a impressão deixada, todos os administradores certamente tiveram o cuidado de maquiar ao máximo as vias públicas ou ruas por onde a tocha passou. Fazia muito tempo que não se via uma cidade como Araranguá com suas ruas centrais e praças tão limpas, sem lixeiras tombadas quase todas as manhãs. A expectativa era de que a cidade permanecesse limpa..., porém, não ocorreu.
E quanto ao esporte, aos investimentos das administrações municipais e do próprio governo do estado em infraestrutura, ginásios, quadras esportivas e profissionais qualificados? Havia uma expectativa que no momento que o comitê olímpico internacional escolheu o Rio de Janeiro, em 2007, como sede da olimpíada, pudesse desencadear no Brasil um movimento de transformação cultural profunda no campo educacional, com maior disponibilidade de recursos públicos.  Para Rúbia, “um forte investimento na base, através das escolas das escolas, poderá formar uma maior quantidade de potenciais atletas”.
Nada disso ocorreu ou vem ocorrendo, muito pelo contrário, tanto no estado sede dos jogos, como nos demais estados da federação, os investimentos em educação e esportes nos anos que se seguiram a 2007 foram reduzindo gradativamente. Mesmo com políticas ditas inovadoras no campo educacional como a lei do piso do magistério nacional; o PNE que assegura a aplicação de 10% do PIB à educação até 2024, o que se vê são ataques cada vez mais violentos com cortes bilionários de recursos. Agora com a investida contra a educação física, a sociologia, a filosofia e artes, o cenário ficou mais desanimador ainda.
Para se construir um novo imaginário social onde educação, cultura e esporte sejam concebidos como prioridades, seria necessário que administradores públicos estaduais e municipais aflorassem sentimentos verdadeiramente públicos. Numa sociedade como a brasileira onde interesses individuais se sobrepõem ao coletivo, ainda é um tanto quanto utópico acreditar que gestores conservadores venham se sensibilizar pelo social.
Hoje, portanto, qual seria a prioridade das prioridades? Se tal questionamento fosse conferido às redes sociais, a resposta com certeza seria emprego, certo? Países que investiram percentuais expressivos do PIB em educação iguais ou maiores que o Brasil apresenta índices melhores de desenvolvimento econômico e social. São países que possuem excelente infraestrutura de escolas públicas, com professores qualificados e com ganhos salariais superiores aos professores brasileiros. 
O que dizer de uma região como a AMESC, uma das mais carentes do estado catarinense, que congrega 16 municípios com três pistas em condições satisfatórias para a prática do atletismo e outras modalidades? Os resultados da carência de estrutura esportiva são perceptíveis nos diversos eventos ou competições estaduais e nacionais. Quando um atleta local consegue se despontar obtendo excelentes resultados em competições isso se dá pelo fato do (a) atleta estar competindo por outra CME, de algum município do estado.
Araranguá, município com quase três séculos de história e 135 anos de emancipação política, pasmem, não possui ainda local apropriado e público para o treinamento e prática do atletismo. Se algumas potencialidades no atletismo local foram reveladas foram graças ao empenho de abnegados e apaixonados profissionais da educação física e voluntários, que sacrificaram parte do seu tempo de vida e sem estrutura adequada para colocar o município durante algum tempo no mesmo patamar de igualdade no esporte que outros com mais tradição.
Você sabia que hoje no município de Araranguá há um único local apto para o treinamento de atletas, e está locaziado nas dependências do Colégio Murialdo há mais de 30 anos? A partir do momento que o educandário decidir encerrar o voluntarismo, atletas e treinadores terão de procurar outro local com condições apropriadas. É provável que o educandário não se prestará por tal atitude, isso é claro, enquanto permanecer vivo uma das personalidades mais influentes do esporte amador e do atletismo na região do extremo sul de Santa Catarina.
O persongem no qual nos referimos é conhecido popularmente por Irmão Celeste, cuja vida pessoal quase se confunde com a causa esportiva na região de Araranguá. Outros nomes importantes como o Irmão Celeste, também contribuíram para consolidar o atletismo de Araranguá num patamar de excelência nas décadas de 1970 até 2000.  Nomes importantes como Celso, Néia, Tainha, Lena, Madeca, Zé Fininho, entre outros, tiveram participação destacável. Essa foi a geração que consagrou atletas renomados (as) como Rosilei, Capitão, Hildo, Jussara, Roberta, Elizete, e outros (as) poucos (as), que permanecerão para sempre na memória coletiva de uma geração que acompanhou passo a passo os difíceis caminhos desses atletas.
Se pesquisa fosse feita no município para saber o número de pessoas que se lembram de algum (a) medalhista que se destacou no município, pouquíssimos se lembrarão dos nomes. Isso é história e deveria estar sendo relembrada pela população, especialmente nesse momento importante em que o Brasil sedia a Olimpíada do Rio de Janeiro. Convidá-los (as) para visitar as escolas, contar suas proezas e desafios quando competiam, seria fundamental para estimular meninos e meninas a seguirem a carreira do atletismo.             
Mas como despertar tais desejos, se o próprio município não possui nem mesmo um espaço próprio para tal finalidade. Quanto aos esportes coletivos, o drama é quase o mesmo. Diferente de outros municípios como Blumenau, Joinville, com longa tradição desportiva, com inúmeras quadras polivalentes disponíveis 24 horas, aqui, quem quiser brincar com bola, jogar basquete, vôlei, futebol de salão, etc., a solução é escalar o muro de alguma escola ou esperar que “algum ginásio” esteja aberto e permita a entrada. É isso mesmo. Portanto, diante de um cenário deprimente pelo qual passa o atletismo Araranguaense, como aceitar argumentos vazios ditos antes da passagem da tocha olímpica por figuras que representam tanto o esporte como a política no município.
 Frases como “o evento simboliza um momento histórico de integração entre os povos e é uma saudação às práticas esportivas. Sem dúvida será uma comemoração e mais um incentivo de peso para os nossos atletas locais sonharem um dia participarem de uma olimpíada”. No cenário do qual se encontra o atletismo no município e no vale do Araranguá, realmente participar de uma competição do nível de uma olimpíada é um sonho quase impossível. Sem mencionar o próprio JERVA considerado um evento importante no vale que por várias vezes esteve ameaçado de não ocorrer por falta de estrutura e apoio.
Não se observa qualquer plano ou projeto permanente para o desporto local, muito menos envolvendo os municípios do vale do Araranguá. Todos os anos, dois ou três meses antes da realização dos jogos, é que são iniciadas as preparações, principalmente no atletismo. Encerrada as competições, somente no ano seguinte é que serão reiniciados os preparativos e os treinamentos. Isso se repete todos os anos. Portanto, não há qualquer planejamento de médio e longo prazo. Além da precariedade dos espaços para os treinamentos, os atletas não recebem qualquer acompanhamento médico, fisioterapeuta ou de uma academia disponível para o aprimoramento físico.
Em novembro de 2000, isso há 16 anos, uma reportagem publicada pelo jornal da manhã de Criciúma já denunciava o cenário preocupante para atletismo e os demais esportes na região e que serve de parâmetro para os dias atuais. O jornal destacou assim na página 3: “Falta de apoio aos novos atletas, aliada aos descasos do governo municipal, impede a participação de equipes em competições”. Na verdade a reportagem fazia referência a um dos principais nomes do atletismo estadual e nacional Rosilei Diogo João, nascida no município de Araranguá e que obteve inúmeras medalhas em competições importantes como o JASC e outras tantas nacionais e internacionais. Seu desempenho em uma das provas foi de tal forma espetacular que lhe assegurou um recorde que perdurou por anos. No entanto, em 2000,  por falta de apoio não participou dos jogos abertos em Brusque.  Já na época o professor e treinador José Édio da modalidade de futebol de salão já alertava com preocupação a falta de formação de jogadores na base. Nessa perspectiva, segundo o treinador as expectativas de sucesso para o esporte na região serão mínimas. O principal problema continuou o professor é a falta de planejamento que assegure a continuidade das atividades durante o ano inteiro.
Na mesma reportagem Édio fez um desabafo que talvez outros profissionais da mesma área hoje em dia gostariam também de fazer em relação à prática desportiva no vale do Araranguá. Segundo ele: “nas competições que ocorrem pelo estado e em âmbito nacional, nós participamos apenas para cumprir tabela, não existe perspectiva de os jogadores crescerem, vão até as competições e depois param. O técnico é também massagista e preparador físico, tudo ao mesmo tempo – os recursos são apenas para transporte e alimentação, os atletas mais carentes e que tem condições de trazer medalhas, sequer conseguem um tênis para participar”. [1]
Agora, outros profissionais do esporte araranguaense querer afirmar que ”sempre acreditam no potencial dos atletas nos diversos esportes praticados em Araranguá” é desconhecer a realidade das estruturas dos locais onde são praticadas. Se na área central do município a situação é catastrófica com quadras esportivas aos pedaços, especialmente nas escolas estaduais, imaginem nos bairros e no interior do município. É só embarcar em um carro e visitar comunidades como Morro dos Conventos, Hercílio Luz, Ilhas, já se terá uma noção do quanto Araranguá ainda precisa caminhar para que possa no mínimo se aproximar de municípios catarinenses com forte cultura esportiva.
Outro discurso vazio e comprovando desconhecimento da realidade esportiva do município foi dita por um político que representa o poder legislativo de Araranguá. Disse o mesmo que  “a olimpíada será um momento impar. Araranguá pode divulgar ainda mais suas potencialidades. Nosso município tem tradição e é apaixonado pelo esporte. A passagem da tocha olímpica com certeza também vai motivar ainda mais nossa juventude para que pratique e acompanhe as modalidades esportivas”. Eu teria vergonha em pronunciar frases tão inconsistentes como a que foi dita por tal autoridade. Dizer que o povo araranguaense é apaixonado por esporte também é desconhecer que no município não há um local público disponível para o basquete, vôlei, futebol de salão, futebol de campo, atletismo, etc. O que existem são campos de futebol, porém, também são cercados restringindo o acesso do público.  Agora como afirmar que a tocha olímpica vai motivar ainda mais a juventude para a prática esportiva? Onde estão os locais para a prática dessas modalidades?

Prof. Jairo Cezar

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