Assembleia Geral aprova Incorporação dos
afluentes do Rio Mampituba (lado catarinense) ao Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Araranguá
Mapa da Bacia Hidrográfica do Rio Mampituba com os seus respectivos municípios
Com
a aprovação em assembleia geral da integração do lado catarinense dos afluentes
do Rio Mampituba ao Comitê da Bacia do Rio Araranguá, uma nova esperança se
despontou no horizonte quanto ao salvamento do complexo lagunar que inclui a Lagoa
do Caverá e do Sombrio. Durante décadas esse frágil complexo hídrico devido ao
isolamento institucional, por não receber atenção de ambos os comitês, vem sendo
submetido a todo tipo de descaso das autoridades competentes, com promessas
vazias de soluções que jamais foram concretizadas.
Imagem da Lagoa do Caverá obtida do Google Earth
Basta
observar as dezenas de reuniões, audiências públicas e reportagens realizadas
nos últimos anos tratando sobre o assunto. É claro que problemas como o do
complexo lagunar, por outro lado, mantendo a situação como está ou na
expectativa do agravamento, além de favorecer grupos empresariais e
proprietários de terras do entorno, também vem servindo de plataforma
eleitoreira para políticos e pretendentes de cargos públicos.
Audiência Pública da Comissão de Meio Ambiente da ALESC ocorrida no Sombrio para discutir o problema do complexo lagunar.
O
fato é que o desejo de buscar uma solução para os afluentes do Mampituba, lado
catarinense, incluindo aí o complexo lagunar, vinha se estendendo por décadas.
O entrave estava no fato do Mampituba ser um rio federal separando os estados
do RS e SC, e por não ter sido criado um comitê compartilhado inserindo os
afluentes de ambos os lados. O lado gaúcho, um pouco mais organizado quanto as
políticas sobre comitês de bacias, em 2012, através de um decreto estadual
criou a bacia do comitê estadual do Rio Mampituba. A aprovação no dia 14 de julho, na sede do
Cetrar/Epagri, Araranguá, da integração de ambos os afluentes, contribuirá para
uma discussão mais técnica dos problemas que afligem os afluentes e também
planos de recuperação e manejo do complexo lagunar.
Assembléia Geral do Comitê da Bacia do Rio Araranguá onde foi aprovada a integração do comitê
Mampituba - lado catarinense
Cabe
lembrar também, que 60% dos afluentes do Mampituba estão localizados no lado
catarinense, incluindo os municípios de Passo de Torres, Praia Grande, Santa
Rosa do Sul, São João do Sul, Balneário Gaivota, Sombrio, Araranguá, Arroio do Silva,
Jacinto Machado, que sem plano de manejo, vem sendo responsabilizado por parte
dos efluentes contaminantes como agrotóxicos e esgotos lançados no rio Mampituba. Enfim, o esforço valeu a pena. Agora é o momento importante de
reunir as comunidades do lado catarinense, incluindo todos os moradores do
entorno do complexo lagunar, para informa-los sobre os efeitos da integração para
o futuro da região do extremo sul de Santa Catarina.
Margem da Lagoa do Caverá - mostras que comprovam que a mesma está secando
A
maior expectativa, portanto, ficará para os moradores do entorno da Lagoa do Caverá onde vivem diariamente o fantasma da secagem que assombra o manancial. O importante agora é que as discussões e
decisões sobre o futuro da lagoa ou das lagoas não ficarão nas mãos de uma meia
dúzia de pessoas, muitos dos quais políticos descomprometidos com os
respectivos ecossistemas. Mais uma vez ressaltamos que a esperança agora ficará
nas mãos do conselho paralelo a ser criado, que atuará em conjunto com o comitê
Araranguá na defesa das lagoas e de todos os afluentes.
Prof.
Jairo Cezar
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