domingo, 17 de julho de 2016


Assembleia Geral aprova Incorporação dos afluentes do Rio Mampituba (lado catarinense) ao Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Araranguá

 Mapa da Bacia Hidrográfica do Rio Mampituba com os seus respectivos municípios 

Com a aprovação em assembleia geral da integração do lado catarinense dos afluentes do Rio Mampituba ao Comitê da Bacia do Rio Araranguá, uma nova esperança se despontou no horizonte quanto ao salvamento do complexo lagunar que inclui a Lagoa do Caverá e do Sombrio. Durante décadas esse frágil complexo hídrico devido ao isolamento institucional, por não receber atenção de ambos os comitês, vem sendo submetido a todo tipo de descaso das autoridades competentes, com promessas vazias de soluções que jamais foram concretizadas.

Imagem da Lagoa do Caverá obtida do Google Earth

Basta observar as dezenas de reuniões, audiências públicas e reportagens realizadas nos últimos anos tratando sobre o assunto. É claro que problemas como o do complexo lagunar, por outro lado, mantendo a situação como está ou na expectativa do agravamento, além de favorecer grupos empresariais e proprietários de terras do entorno, também vem servindo de plataforma eleitoreira para políticos e pretendentes de cargos públicos.

Audiência Pública da Comissão de Meio Ambiente da ALESC ocorrida no Sombrio para discutir o problema do complexo lagunar.

O fato é que o desejo de buscar uma solução para os afluentes do Mampituba, lado catarinense, incluindo aí o complexo lagunar, vinha se estendendo por décadas. O entrave estava no fato do Mampituba ser um rio federal separando os estados do RS e SC, e por não ter sido criado um comitê compartilhado inserindo os afluentes de ambos os lados. O lado gaúcho, um pouco mais organizado quanto as políticas sobre comitês de bacias, em 2012, através de um decreto estadual criou a bacia do comitê estadual do Rio Mampituba.  A aprovação no dia 14 de julho, na sede do Cetrar/Epagri, Araranguá, da integração de ambos os afluentes, contribuirá para uma discussão mais técnica dos problemas que afligem os afluentes e também planos de recuperação e manejo do complexo lagunar.

Assembléia Geral do Comitê da Bacia do Rio Araranguá onde foi aprovada a integração  do comitê 
Mampituba - lado catarinense

Cabe lembrar também, que 60% dos afluentes do Mampituba estão localizados no lado catarinense, incluindo os municípios de Passo de Torres, Praia Grande, Santa Rosa do Sul, São João do Sul, Balneário  Gaivota, Sombrio, Araranguá, Arroio do Silva, Jacinto Machado, que sem plano de manejo, vem sendo responsabilizado por parte dos efluentes contaminantes como agrotóxicos e esgotos lançados no rio Mampituba. Enfim, o esforço valeu a pena. Agora é o momento importante de reunir as comunidades do lado catarinense, incluindo todos os moradores do entorno do complexo lagunar, para informa-los sobre os efeitos da integração para o futuro da região do extremo sul de Santa Catarina.

Margem da Lagoa do Caverá - mostras que comprovam que a mesma está secando

A maior expectativa, portanto, ficará para os moradores do entorno da Lagoa do Caverá onde vivem diariamente o fantasma da secagem que assombra o manancial.  O importante agora é que as discussões e decisões sobre o futuro da lagoa ou das lagoas não ficarão nas mãos de uma meia dúzia de pessoas, muitos dos quais políticos descomprometidos com os respectivos ecossistemas. Mais uma vez ressaltamos que a esperança agora ficará nas mãos do conselho paralelo a ser criado, que atuará em conjunto com o comitê Araranguá na defesa das lagoas e de todos os afluentes.        

Prof. Jairo Cezar

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