quarta-feira, 15 de junho de 2016

Enfim renovam as esperanças acerca do futuro da Arqueologia no município de Araranguá



O dia 07 de junho de 2016 pode ser considerado para arqueologia do Extremo Sul de Santa Catarina um dia importante, o momento em que integrantes do IPHAN, Nelson Lacerda, Procurador geral do órgão; Regina Helena Santiago, chefe da divisão técnica; Pedro Henrique de Almeida Batista Damin, Arqueólogo; Luiz Lemmer, superintendente da FAMA; Sandro Ramos, secretário de comunicação da prefeitura e Jairo Cezar, Coordenador da Oscip Preserv’Ação participaram de encontro com o prefeito municipal de Araranguá Sandro Maciel para discutir o futuro dos sítios arqueológicos e estratégias para a sua preservação. Juliano fez um breve histórico acerca dessa temática no sul de Santa Catarina, cujas escavações já realizadas, as amostras identificadas dão conta da presença humana na região datada de quatro a cinco mil anos aproximadamente. 
Quanto a proteção dos sítios identificados ressaltou que não é seguro cercá-los como vinha se propondo, pelo fato de que tal ação possa estimular a curiosidade dos transeuntes, podendo até sofrerem atos de vandalismos que resultariam em danos cujos impactos poderiam ser irreversíveis. Sua proposição foi na direção da educação ambiental e patrimonial como iniciativas mais seguras, na promoção da conscientização e comprometimento da sociedade na defesa dos sítios. Argumentou também que os sítios de 4 mil anos poderão estimular o turismo na região, um atrativo a mais para fomentar a economia local.
O procurador do IPHAN/SC foi enfático em afirmar que os sítios devem ser salvos, especialmente o de n. 48, registrado no mapa como o mais suscetível a depredação, e que são necessárias parcerias para alcançar tais êxitos. A participação da comunidade é imprescindível como entidade fiscalizadora para contenção dos agentes depredadores como desses monumentos. O resgate dos sítios deve ser priorizado nesse primeiro momento, porém, para assegurar sua preservação é indiscutível o envolvimento do poder público estimulando a educação patrimonial, que será um viés importante para o turismo. Juliano, na sequência das discussões, apresentou mapa da região detalhando a ocupação do solo no polígono onde estão os sítios.


Regina, chefe da divisão técnica do IPHAN, ressaltou da necessidade de promover oficinas de educação patrimonial nas escolas da região. O prefeito assumiu a palavra admitindo a necessidade de elaboração de um amplo projeto de educação patrimonial que envolva as secretarias da educação, turismo e cultura. Jairo, mostrando-se indignado, fez sérias críticas ao modo como os poderes constituídos vêm se comportando frente a tais patrimônios. Informou aos presentes que há muitos anos se sabe da existência desses sítios na região, que a Oscip preserv’Ação vem alertando as autoridades sobre a necessidade de preservá-los, que várias vezes foram encaminhados ofícios ao IPHAN nacional e estadual para que tomassem medidas emergências visando a proteção, e que nada foi feito. Que houve também envio de minuta por parte do MPF a administração pública de Araranguá para que cercassem os sítios, protegendo-os do vandalismo. Que também nada foi feito, nem mesmo um trabalho de iniciação patrimonial nas escolas.
Disse também que achou estranho que de repente, alguém que transitava pela área dos sítios, tenha “chutado um fóssil” e divulgado tal “descoberta” a uma revista semanal local, cuja repercussão tenha resultado na reunião de hoje.  O procurador do IPHAN também concordou da necessidade da realização de oficinas, como forma de replicar as ações de médio e longo prazo. Essas atividades têm por finalidade capacitar os agentes do poder público para atuar no processo de multiplicação das informações sobre o tema nos diversos seguimentos da sociedade. Juliano sugeriu que o projeto para o salvamento dos sítios seja feito em conjunto com o IPHAN e a Prefeitura, que a UNESC participará também apoiando com profissionais que atuarão nas escavações dos sítios. Enfatizou que instituição de ensino superior de Criciúma tem interesse nos estudos desses sítios.
Insistiu o procurador da necessidade de salvamento emergencial do sítio 48, e que se deve elaborar um projeto de gestão para os demais sítios restantes, que a preservação de ambos se dará a partir da recuperação do sítio mencionado acima, o de n. 48. Quanto as parcerias, Juliano informou que o IPAT/UNESC mantém convênio com várias prefeituras na região, como o Balneário Rincão. O próprio arqueólogo, Pedro, sugeriu que fossem criados os “sítios escolas”. Que quanto ao Morro dos Conventos, Jairo enfatizou que o trabalho de educação patrimonial vem sendo realizado há algum tempo pela Escola Estadual de Ensino Fundamental Padre Antônio Luiz Dias, do próprio bairro, que não há problema de evolvê-los agora nesse novo processo que está se iniciando.
Juliano destacou que fosse promovido Seminário Regional sobre o tema arqueologia para dar a arrancada na questão do patrimônio arqueológico regional. Como encaminhamento, o procurador propôs ao Juliano, Coordenador do Departamento de Arqueologia da UNESC, que elaborasse projeto orçamentário exclusivo para o salvamento do sítio 48, e depois outro projeto estendido para os demais sítios. Foi sugerido a primeira semana de agosto, o dia 10, como dada do próximo encontro, com o convite estendido aos demais órgãos municipais, como educação, cultura e turismo.    
Prof. Jairo Cezar

       

Nenhum comentário:

Postar um comentário