domingo, 21 de agosto de 2022

 

NOVA GEOPOLÍTICA GLOBAL E A UCRANIZAÇÃO DE TAIWAN?

https://www.bbc.com/portuguese/internacional-61795719


A década de 1990 foi auspiciosa em movimentos dos quais dividiram o mundo em grandes e médios blocos econômicos. Na Europa surgiu a União Econômica Europeia; na America do norte, a NAFTA; na América do sul, a ALCA, e na Ásia, os TIGRES ASIÁTICOS. Embora esses distintos grupos de países adotassem políticas unilaterais para o seu desenvolvimento, suas conexões com os demais blocos sempre permaneceram ativas. É importante aqui destacar que dos blocos econômicos criados, aquele que realmente teve influência na formatação de um novo mapa geopolítico foi sem duvida o bloco asiático constituído pela Koreia do Sul, China, Singapura, Taiwan, Hong Kong, entre outros.

Impulsionados por uma forte participação do Estado na fomentação de políticas nas áreas educacional e tecnológica, em pouco mais de uma década, mais ou menos, esses países apresentaram os primeiros frutos dessa transformação. No PISA, Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, coordenado pela OCDE e cuja avaliação é realizada de dois em dois anos, os países que ocuparam e vem ocupando o topo dos mais avançados em áreas importantes do conhecimento sempre se destacam nações do bloco asiático.

A revolução no campo tecnológico a partir do desenvolvimento de semicondutores para componentes e outros equipamentos, tem atualmente como um dos núcleos produtivos principais a ilha de Taiwan. Para ter noção da importância dessa ilha para o planeta, a TSMC (Taiwan Semiconductors Manifecture Company) principal companhia fabricante de semicondutores, participa com mais de 50% desses equipamentos produzidos no mundo todo.

A própria China e outros tantos países do mundo, ambos dependem dessas tecnologias na indústria de computadores e automóveis. Qualquer aparente instabilidade política e social na Ilha, por exemplo, poderá provocar impactos de proporções catastróficas na economia global. Frente a essa realidade, a própria China lançou plano ambicioso para 2025. A intenção é reduzir a dependência dessa e outras tecnologias de Taiwan, antiga Formosa. Mais de 60% dos semicondutores produzidos no mundo tem a China como principal mercado consumidor.

Tanto os EUA quanto a União Europeia, ambos estão disponibilizando cifras bilionárias de recursos para a construção de centros tecnológicos avançados, também com a intenção de reduzir suas dependências a Taiwan. Acontece que antes da visita da presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Nancy Palocci, a Taipe, capital de Taiwan, pouco se falava e se sabia da enorme importância dessa ilha ao mundo.

Afinal, qual foi exatamente o motivo da visita dessa cidadã a Taipe, que gerou tanta confusão e tensão envolvendo os EUA e a China. É importante esclarecer que Taiwan não é uma república, com um governo independente. Com a ascensão do partido comunista na China, o antigo líder nacionalista Chiang Kai-Shek foge para formosa, atual Taiwan, lá se refugiando. Desde então a Ilha não é reconhecida pelos Chineses como território independente, muito menos os Taiwaneses aceitam a China como país soberano.

Independentemente dessas desavenças ambas vem mantendo importante relacionamento comercial. Diante dos problemas envolvendo a crise na Europa com o conflito na Ucrânia, o governo Baden vem sofrendo fortes criticas da população americana diante de suas posições controversas internas e externas. Como haverá eleições no final do ano para o congresso dos Estados Unidos, a ida da deputada Nancy à Ilha teve como propósito desviar o foco das tensões e criticas envolvendo o governo americano e o partido Republicano.

Uma derreta do Partido Republicano no congresso nacional, em especial na câmara federal nas eleições legislativas no final do ano, poderá tornar mais difícil ainda a vida do presidente Baden na condução do mandato até o seu final. A reação da China à visita da deputada se deu mediante uma forte mobilização de suas forças armadas no entorno da ilha de Taiwan. Claro que Xi jinping, líder Chinês, se utilizou da mesma estratégia da deputada americana, convergir a atenção do povo chinês para si visando permanecer no comando do partido comunista por mais uma década, no próximo encontro do Partido Comunista que decidir se permanece ou não o líder Chinês. O fato é que as regras no partido da china estabelecem dois mandatos apenas para cada comandante.

Muitos críticos e analistas internacionais admitem que Taiwan esteja passando por um processo de ucranização. Claro que é muita ousadia querer afirmar que isso tende a se desdobrar em Taiwan seguindo os mesmos passos da nação europeia. A primeira questão a se considerar é a Ucrânia é uma nação independente, enquanto Taiwan é uma província rebelde da poderosa China continental. É possível que as desavenças entre ambas as potências persistam apenas no campo diplomático. A expectativa norte americana é que o governo chinês empreenda uma ação ofensiva de tomada definitiva da Ilha, que poderia resultar em um conflito armado norte americana contra os chineses. Os próprios chineses têm clareza dessa manobra estadunidense, e jamais cairão nessa armadilha.

Tanto XI jinping quanto Biden, ambos tem apenas um interesse em jogo, permanecer no posto de presidente da china e conquistar maioria no congresso dos Estados Unidos. A única certeza que há é que mais cedo ou mais tarde Taiwan voltará a integrar a china continental. Uma data mais prevista é 2049 quando estará se comemorando na China o centenário da revolução comunista. Antes dessa data, só um acidente de percurso da história fará com que Taiwan se transforme no epicentro de um conflito mundial generalizado.

Prof. Jairo Cesa

 

 

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