BRASIL
A BEIRA DE UMA CATÁSTROFE HUMANITARIA
É
assustador o que está se sucedendo no Brasil governado por um sociopata
desequilibrado. Com um novo recorde de mortes por COVID, o dólar beirando os
seis reais e quase 45% de reajuste dos combustíveis em dois meses, o povo
parece engessado, assistindo atônito tanta barbaridade. Lembram o motivo que
levou a ex-presidente Dilma ser impeachment em 2016? Pedaladas fiscais, algo
tão banal que quase todos os governos fizeram e ainda fazem sem que por isso
sejam exauridos do cargo.
É
claro que no caso de Dilma ficou nítido de ter havido golpe político, arquitetado
pelas elites arcaicas que controlam o sistema produtivo brasileiro. O que a elite mais moderada não imagina era
chegar ao posto de presidente um ex-capitão do exército sem o mínimo da
capacidade intelectual e equilíbrio emocional. A Pandemia do COVID 19 serviu de
teste para mostrar quem são os verdadeiros líderes, autoridades que não mediram
esforços para proteger o seu povo.
Um
exemplo para elucidar, a primeira ministra da Nova Zelândia, que adotou um
comportamento que todos os demais deveriam ter seguindo, alertar e informar o
seu povo sobre como agir para evitar o contágio com o vírus. Desde o início da
pandemia, até o dia 03 de março de 2021, o país, com uma população
aproximadamente cinco milhões, havia registrado 26 óbitos. Não há dúvida que se países como os EUA e o
Brasil, que desde o começo da pandemia negaram explicitamente a doença, se
ambos tivessem adotado medidas parecidas a da primeira ministra da Nova Zelândia,
jamais teriam registrado tantas mortes.
O
Vietnã é outro exemplo de país com cerca de 90 milhões de habitantes, que
conseguiu frear o vírus. O país do sudeste asiático registrou 35 mortes. O
ótimo resultado se deve, primeiro, o fato da população ter o hábito de usar
máscaras e a disciplina e o cumprimento as regras institucionais. Muito diferente
do que está acontecendo no Brasil. Uma simples gripezinha, um resfriadinho,
como foi taxado o COVID por Bolsonaro, já causou a morte de mais de 260 mil
pessoas.
Um
ano depois dos primeiros casos de contaminação registrados, o Brasil vive seu
pior momento, com novas variantes do vírus, mais agressivos, obrigando estados
e municípios decretarem lockdown para aliviar a pressão no sistema de saúde.
Diante de uma realidade catastrófica, o governo brasileiro, em nada mudou seu
comportamento na condução da pandemia. Insiste em descumprir todos os
protocolos obrigatórios contra o COVID, no qual é acompanhado por uma legião de
apoiadores.
O
que é mais assustador é o que esta ocorrendo nos três estados do sul, com
crescimento vertiginoso de contaminados e vítimas fatais. Pesquisadores já
vinham alertando que o Sul do Brasil iria passar por situações muitos difíceis
se governos e a população continuassem agindo como se não houvesse uma
pandemia. No período que antecedeu as festas de final de ano em 2020 os governadores
do sul adotaram medidas de flexibilização das regras contra o COVID. O que vais
se via eram centros de cidades lotadas, bem como praias, entre outros espaços
públicos. Não tardou para que o que era previsível acontecesse.
Quase
todos os hospitais públicos e particulares dos três estados estão com os leitos
ocupados. Santa Catarina está enviado pacientes para outros estados pelo fato
de não haver uma vaga sequer sobrando. Quem duvida que essa triste realidade no
sul tenha relação com o modo negacionista adotado pelo presidente Bolsonaro em
relação ao vírus. Parte expressiva da população do sul votou em Bolsonaro e
apoia cegamente suas políticas.
Estados
com 100% dos leitos e UTI ocupados pouco resolve lockdown fracionados como foi
adotado no estado de Santa Catarina, fechando alguns comércios e o acesso de
pessoas às praias nos finais de semana. Segunda à sexta, tudo volta ao
normal. Enquanto esses lugares ficam proibidos
de acessar, supermercados, postos de gasolina, por exemplos, ficam abarrotados
de pessoas.
Qualquer
vírus quando não for atacado de imediato à tendência dele é sofrer mutações,
tornando mais agressivo e resistente aos medicamentos. As novas variantes ou
cepas do COVID que se espalham pelo Brasil tem sido motivo de preocupação dos
pesquisadores, pois deixa dúvida quanto à eficácia das vacinas já aplicadas
aqui. O que deveria ter acontecido e o governo federal não o fez era o
fechamento de contratos com as empresas fabricantes de vacinas, a exemplo da Pfizer. A empresa Norte Americana ofereceu um lote de 50 milhões de dozes da
vacina para o Brasil, da qual foi rejeitada pelo governo.
Enquanto
países como Israel, Reino Unido, EUA, já vacinaram percentuais expressivos da
população, o Brasil não imunizou cinco por cento da população, que supera os duzentos
milhões de habitantes. O governo de Santa Catarina vem se configurando num
fraco gestor no tratamento da pandemia. Diferente de quando iniciou a pandemia,
no começo de 2020, onde o estado foi considerado referência por boas práticas
contra o vírus.
Agora,
quando o estado vive o colapso no sistema de saúde, o governo catarinense
limita-se a decretar lockdown apenas nos finais de semana, durante quinze dias.
Imagine, o decreto restringe a abertura de bares, restaurantes, praias e
aglomerações de pessoas. Permite que postos de gasolina, supermercados,
padarias, ou seja, “serviços essenciais” permaneçam abertos. O que se vê são
dezenas, centenas de pessoas aglomeradas nesses ambientes, aumentando o risco
de contaminação.
Na
segunda feira, oito de março de 2021, um dia depois do último lockdown,
transitando pelo centro da cidade de Araranguá, fiquei horrorizadas com tamanha
quantidade de pessoas circulando ou aglomeradas em certos lugares,
principalmente casas lotéricas. Muitos estavam sem máscaras ou usando
incorretamente. No principal Banco da cidade, outro fato assustador, todos os
recipientes com álcool em gel estavam vazios. Imaginem, são centenas de
clientes entrando e saindo desse órgão financeiro todos os dias. Não acredito
que lockdown somente nos finais de semana irá neutralizar a propagação do vírus.
Seria necessário adotar essa medida de restrição total por mais tempo, medida que
dificilmente será adotada num estado bolsonarista como Santa Catarina.
Prof.
Jairo Cesa
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