segunda-feira, 8 de março de 2021

 

BRASIL A BEIRA DE UMA CATÁSTROFE HUMANITARIA

É assustador o que está se sucedendo no Brasil governado por um sociopata desequilibrado. Com um novo recorde de mortes por COVID, o dólar beirando os seis reais e quase 45% de reajuste dos combustíveis em dois meses, o povo parece engessado, assistindo atônito tanta barbaridade. Lembram o motivo que levou a ex-presidente Dilma ser impeachment em 2016? Pedaladas fiscais, algo tão banal que quase todos os governos fizeram e ainda fazem sem que por isso sejam exauridos do cargo.

É claro que no caso de Dilma ficou nítido de ter havido golpe político, arquitetado pelas elites arcaicas que controlam o sistema produtivo brasileiro.  O que a elite mais moderada não imagina era chegar ao posto de presidente um ex-capitão do exército sem o mínimo da capacidade intelectual e equilíbrio emocional. A Pandemia do COVID 19 serviu de teste para mostrar quem são os verdadeiros líderes, autoridades que não mediram esforços para proteger o seu povo.

Um exemplo para elucidar, a primeira ministra da Nova Zelândia, que adotou um comportamento que todos os demais deveriam ter seguindo, alertar e informar o seu povo sobre como agir para evitar o contágio com o vírus. Desde o início da pandemia, até o dia 03 de março de 2021, o país, com uma população aproximadamente cinco milhões, havia registrado 26 óbitos.  Não há dúvida que se países como os EUA e o Brasil, que desde o começo da pandemia negaram explicitamente a doença, se ambos tivessem adotado medidas parecidas a da primeira ministra da Nova Zelândia, jamais teriam registrado tantas mortes.

O Vietnã é outro exemplo de país com cerca de 90 milhões de habitantes, que conseguiu frear o vírus. O país do sudeste asiático registrou 35 mortes. O ótimo resultado se deve, primeiro, o fato da população ter o hábito de usar máscaras e a disciplina e o cumprimento as regras institucionais. Muito diferente do que está acontecendo no Brasil. Uma simples gripezinha, um resfriadinho, como foi taxado o COVID por Bolsonaro, já causou a morte de mais de 260 mil pessoas.

Um ano depois dos primeiros casos de contaminação registrados, o Brasil vive seu pior momento, com novas variantes do vírus, mais agressivos, obrigando estados e municípios decretarem lockdown para aliviar a pressão no sistema de saúde. Diante de uma realidade catastrófica, o governo brasileiro, em nada mudou seu comportamento na condução da pandemia. Insiste em descumprir todos os protocolos obrigatórios contra o COVID, no qual é acompanhado por uma legião de apoiadores. 

O que é mais assustador é o que esta ocorrendo nos três estados do sul, com crescimento vertiginoso de contaminados e vítimas fatais. Pesquisadores já vinham alertando que o Sul do Brasil iria passar por situações muitos difíceis se governos e a população continuassem agindo como se não houvesse uma pandemia. No período que antecedeu as festas de final de ano em 2020 os governadores do sul adotaram medidas de flexibilização das regras contra o COVID. O que vais se via eram centros de cidades lotadas, bem como praias, entre outros espaços públicos. Não tardou para que o que era previsível acontecesse.

Quase todos os hospitais públicos e particulares dos três estados estão com os leitos ocupados. Santa Catarina está enviado pacientes para outros estados pelo fato de não haver uma vaga sequer sobrando. Quem duvida que essa triste realidade no sul tenha relação com o modo negacionista adotado pelo presidente Bolsonaro em relação ao vírus. Parte expressiva da população do sul votou em Bolsonaro e apoia cegamente suas políticas.

Estados com 100% dos leitos e UTI ocupados pouco resolve lockdown fracionados como foi adotado no estado de Santa Catarina, fechando alguns comércios e o acesso de pessoas às praias nos finais de semana. Segunda à sexta, tudo volta ao normal.  Enquanto esses lugares ficam proibidos de acessar, supermercados, postos de gasolina, por exemplos, ficam abarrotados de pessoas.

Qualquer vírus quando não for atacado de imediato à tendência dele é sofrer mutações, tornando mais agressivo e resistente aos medicamentos. As novas variantes ou cepas do COVID que se espalham pelo Brasil tem sido motivo de preocupação dos pesquisadores, pois deixa dúvida quanto à eficácia das vacinas já aplicadas aqui. O que deveria ter acontecido e o governo federal não o fez era o fechamento de contratos com as empresas fabricantes de vacinas, a exemplo da Pfizer. A empresa Norte Americana ofereceu um lote de 50 milhões de dozes da vacina para o Brasil, da qual foi rejeitada pelo governo.

Enquanto países como Israel, Reino Unido, EUA, já vacinaram percentuais expressivos da população, o Brasil não imunizou cinco por cento da população, que supera os duzentos milhões de habitantes. O governo de Santa Catarina vem se configurando num fraco gestor no tratamento da pandemia. Diferente de quando iniciou a pandemia, no começo de 2020, onde o estado foi considerado referência por boas práticas contra o vírus.

Agora, quando o estado vive o colapso no sistema de saúde, o governo catarinense limita-se a decretar lockdown apenas nos finais de semana, durante quinze dias. Imagine, o decreto restringe a abertura de bares, restaurantes, praias e aglomerações de pessoas. Permite que postos de gasolina, supermercados, padarias, ou seja, “serviços essenciais” permaneçam abertos. O que se vê são dezenas, centenas de pessoas aglomeradas nesses ambientes, aumentando o risco de contaminação.

Na segunda feira, oito de março de 2021, um dia depois do último lockdown, transitando pelo centro da cidade de Araranguá, fiquei horrorizadas com tamanha quantidade de pessoas circulando ou aglomeradas em certos lugares, principalmente casas lotéricas. Muitos estavam sem máscaras ou usando incorretamente. No principal Banco da cidade, outro fato assustador, todos os recipientes com álcool em gel estavam vazios. Imaginem, são centenas de clientes entrando e saindo desse órgão financeiro todos os dias. Não acredito que lockdown somente nos finais de semana irá neutralizar a propagação do vírus. Seria necessário adotar essa medida de restrição total por mais tempo, medida que dificilmente será adotada num estado bolsonarista como Santa Catarina.

Prof. Jairo Cesa              

 

        

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