segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

 O FEIJÃO TAMBÉM É AGRO, É POP, PORTANTO, CARREGADO DE AGROTÓXICOS

Acredito que poucos sabem que o Brasil é um dos principais produtores de feijão no mundo, sendo que apenas 8% do total produzido são exportados. O baixo percentual de exportação se deve ao fato do elevado consumo interno. Porém, aqui está o problema central. Como acontece com outros produtos agrícolas vinculados ao agronegócio, soja, arroz, milho, etc, o feijão também recebe uma enorme carga de agrotóxicos, muitos dos quais banidos na União Europeia.

Só para ter uma ideia, desde que Bolsonaro assumiu a presidência da república em 2019, a ANVISA já liberou 1033 agrotóxicos. Para a cultura do feijão, foram disponibilizados 114 tipos diferentes de venenos, sendo que 44 desses aditivos foram proibidos em países europeus. O feijão, associado ao arroz, são os principais alimentos consumido pela população. As autoridades médicas e científicas estão preocupadas com o aumento da incidência de doenças oriundas do consumo de feijão contaminado por agrotóxicos.

Das 709 amostras de feijão analisadas em laboratórios brasileiros, 457 apresentavam o fungicida CARBENDAZIM. Em oito amostras dos grãos foram detectados substâncias tóxicas acima do permitido, com destaques ao FEMPROPATINA, FLUTIATOL, IMIDADOPRIDO, PERMETRINA, PIMIMIFÓS-METÁLICO, PROCIMIDONA e TIAMETOXAM. É quase certo que o que está acontecendo com o feijão já ocorre com outras culturas, a exemplo da soja e o arroz, o uso de substâncias tóxicas não permitidas.

É motivo de preocupação o fato de terem sido identificados resíduos de pimimifós-metálico e carbendozim em 48 amostras de grãos de feijão. Esses dois agrotóxicos deixaram de ser aplicados nas lavouras da União Europeia. Em janeiro de 2020 a ANVISA iniciou o processo de reavaliação desses agrotóxicos, talvez com a intenção de proibir a sua comercialização no Brasil. Muitas das doenças diagnosticadas no Brasil e que consomem expressiva parcela do orçamento na área da saúde, como cânceres e outras enfermidades degenerativas, têm como um dos principais indutores, alimentos contaminados por agrotóxicos.

 O CARBENDOZIM, que é o princípio ativo mais detectado nas amostras de feijão, sua ação no corpo humano e meio ambiente são devastadores.   Pesquisadores chegaram à conclusão que o veneno consegue atravessar a placenta e atingir o embrião ou feto humano, gerando ma formação. Disfunção nas células do fígado, infertilidade, entre outras doenças podem ter correlação com esse agrotóxico.

Outra substância tóxica detectada no feijão foi o MANCOZEBE, cujas pesquisas realizadas em ratos comprovaram ser responsável por alterações no fígado, na tireoide, além de causar defeitos congênitos. Agencia de vigilância sanitária europeia decidiu proibir sua comercialização a partir de julho de 2021. No EUA, pesquisas comprovaram que o mancozebe é responsável por doenças cancerígenas.

No Brasil, a ANVISA classificou esse agrotóxico como grau mediano de toxidade. Organizações como o Instituto Nacional do Câncer acreditam que o mancozebe está associado a alguns cânceres, como o LINFOMA NÃO-HODGKIN.  Esse linfoma maligno destrói o sistema imunológico das células. Nos Estados Unidos centenas de pessoas entraram com ações na justiça processando a BAYER, principal empresa produtora do glifosato. A alegação foi de que o Linfoma Não-Hodgkin estar associado ao consumo de alimentos contaminados com esse herbicida.  

Quanto ao Glifosato, pesquisas confirmam ser esse herbicida o mais comercializado no mundo. O Brasil lidera o ranque entre os maiores consumidores desse veneno. A legislação brasileira obriga que tanto o herbicida glifosato como outros pesticidas, sejam adquiridos a partir da apresentação de receituário. No entanto, essa regra não é totalmente seguida, sendo o agrotóxico facilmente adquirido em lojas do ramo. Seu principio ativo pode destruir até 150 espécies de ervas daninhas. Acontece que com o tempo algumas plantas passam a adquirir resistência ao produto, razão pela qual, o glifosato poderá estar sendo atualmente misturado a outros venenos, para dar melhor resultado. Esse veneno é usado em quase todas as culturas conhecidas no Brasil para secar o mato.

Como alternativa aos venenos que tanto mal causam a humanidade, a agroecologia vem apresentando resultados consideráveis e com boa rentabilidade as propriedades familiares. O uso de sementes crioulas, adubação orgânica e produtos fitoterápicos para o controle de pragas vêm garantindo boa produção de alimentos e com elevado teor nutricional.   O problema é que parte da produção de alimentos orgânicos comercializados, uma pequena parcela da população tem acesso ao mesmo.

O preço cobrado por esses alimentos impede que populações de baixa renda possam adquirir. Estimular a agricultura familiar com campanhas de sensibilização sobre os benefícios de consumir alimentos saudáveis permitirá o aumento da demanda por tais alimentos. Maior consumo, os preços tenderão a ficar mais acessíveis às camadas populares.  

Prof. Jairo Cesa   

https://www.aenda.org.br/noticia_imprensa/saiba-quais-sao-os-principios-ativos-dos-agrotoxicos-mais-vendidos-no-mundo/  

       

Um comentário:

  1. No mundo existe uma ganancia e um busca pelo poder e dinheiro desenfreados. Principios e a propria vida humana são deixados em segundo plano. Acredito que a elite mundial, até apoia estas barbaridades com intuito de "financiar" um redução populacional.

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