DIA
MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE, MOMENTO PARA REFLETIR O TAMANHO DA DEVASTAÇÃO DOS NOSSOS
BIOMAS
O
conceito expressado de modo equivocado, meio ambiente em vez de ambiente já dá
o tom do imbróglio envolvendo esse assunto no mundo e Brasil. Como ocorrem todos
os anos o dia cinco de junho foi escolhido pela ONU para refletir o modo como
as sociedades vêm se comportando diante dos complexos ecossistemas, habitado
por milhões de micro e macro espécies vivos dentre elas o ser humano. Milhares
de escolas e órgãos ambientais municipais e estaduais procuram nesse dia
promover eventos enaltecendo a data com passeios, campanhas de limpezas,
palestras e até mesmo doações e plantio de árvores.
Nos municípios onde tais eventos são
realizados, geralmente os planos municipais de saneamento básico não são
executados na sua totalidade, o lixo não é separado, enormes volumes de água e
energia elétrica são desperdiçados e o visível descumprimento de normativas como
os planos diretores e legislações ambientais, dentre elas o que restringe o uso
de agrotóxicos no perímetro urbano.
Distribuir
mudas de árvores e copos de água a comunidade talvez seja uma forma de tentar
se redimir dos inúmeros pecados ambientais cometidos por órgãos públicos ou
autarquias na gestão dos seus serviços. O avanço das doenças degenerativas,
parasitárias, epidemias (dengue, chikungunya, febre amarela, etc.) e
manifestações extremas do clima são resultantes do modo equivocado como
governos e capital vem agindo sobre o ambiente.
Se
acessamos os inúmeros sites de jornais e revistas especializadas ou não em
temas ambientais, talvez um ou dois não fazem qualquer menção a problemática
ambiental planetária. A data do dia cinco de junho teria de ser um momento
necessário para que a população tivesse clareza da real situação do planeta e
do seu entorno doméstico. É claro que
isso jamais acontecerá quando os instrumentos abertos de propagação das
informações permanecerem sob a tutela de poderosas corporações privadas de
comunicação. Aliada a imprensa burguesa
estão os setores produtivos inconsequentes, que se nutrem das benesses públicas
e brechas institucionais, chanceladas por seus astutos representantes acautelados
nas estruturas dos poderes constituídos.
Até
quando continuaremos sendo guiados por mentes inconsequentes, verdadeiros
déspotas ofuscados pelo poder cego. Não temos mais tempo para brincar de
governar. Precisamos urgentemente encontrar uma saída para evitar o hecatombe
climático que tornará o planeta terra inabitável. Não é um mero discurso apocalíptico
de ambientalistas radicais como tentam convencer à sociedade certos gurus ou
guias espirituais a serviço do retrocesso ambiental.
Toda
essa preocupação com o ambiente global se fundamenta em resultados de intensos estudos.
Os resultados mais otimistas dão previsões para no máximo cem anos para que a
vida no planeta desapareça por completo. Já os mais pessimistas, acreditam que a
partir de 2050 alguns pontos do planeta serão habitáveis. Ninguém mais dúvida,
menos certas mentalidades toscas, que acreditam não existir o aquecimento global.
Por que razão o planeta terra desde 2015 vem batendo recordes no aumento médio
de temperatura?
Tempestades,
furacões, tornados, enxurradas, estiagens, são manifestações do clima que estão
se sucedendo em regiões do planeta com pouco ou nenhum histórico de ocorrência.
O governo brasileiro tem a obrigação de respeitar os acordos da COP-23,
ocorrida em Paris/França, em 2015. Uma dessas ações é o desmatamento zero até
2030. O não cumprimento dessas metas porá o Brasil numa situação constrangedora
e de restrições comerciais frentes aos demais parceiros que integram a COP.
A
sensação demonstrada pelo governo Bolsonaro é de sua equipe ministerial é de total
desprezo a tudo que está relacionado ao ambiente. Basta acompanhar o seu
discurso e dos que integram postos importantes da área ambiental, como o
Ministério do Meio Ambiente. Num encontro ocorrido na câmara dos deputados em
06 de junho de 2019, em comemoração ao dia mundial do meio ambiente, integrantes
da sociedade civil e de entidades ambientais, ex ministros MMA e representantes
do atual governo, participaram de um debate sobre a atual problemática
ambiental e os equívocos na área envolvendo o atual governo.
Ficou
nítido no debate que o Brasil está caminhando na contramão de um processo
iniciado há décadas, que exige responsabilidade e comprometimento, que são a preservação
dos biomas, das florestas e dos oceanos. Em cinco meses de governo, as perdas
da biodiversidade dos biomas brasileiros atingiram níveis assustadores. O avanço
do agronegócio no cerrado, a liberação indiscriminada de agrotóxicos, está
colocando em riscos frágeis ecossistemas e populações tradicionais que
necessitam das florestas para subsistir.
Milhares
de hectares de áreas protegidas em Unidades de Conservação estão sob risco de
serem suprimidas. São nessas áreas que estão as principais nascentes que
garantem o abastecimento dos principais rios brasileiros. Fragilizá-las é
comprometer o abastecimento de água às hidrelétricas. Embora o governo não
tenha formalizado a saída do acordo de Paris, extinguiu, já em janeiro, a
secretaria de mudanças climáticas. Não bastasse essa medida absurdamente inconveniente,
junto com os estados Unidos não subscreveu o acordo global contra a expansão do
plástico, que levará a extinção de milhares de espécies da fauna e flora
marinha nas próximas décadas.
A
paralisação de mais de cem projetos financiados pelo FUNDO AMAZÔNIA onde o
governo está remanejando parte do fundo de um bilhão de reais para favorecer
quem desmatou é outro absurdo da atual gestão. Pensa que os ataques contra o
ambiente se esgotaram, tem mais. O decreto que acaba com a participação das ONGs
no CONAMA; a PEC que extingue a função socioambiental da produção rural, são,
entre outras tantas, medidas nada saudáveis ao meio ambiente. Todo esse
desarranjo institucional AMBIENTAL é motivo de lamentação nesse dia cinco de
junho.
Prof.
Jairo Cezar
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