sexta-feira, 7 de junho de 2019


DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE, MOMENTO PARA REFLETIR O TAMANHO DA DEVASTAÇÃO DOS NOSSOS BIOMAS

O conceito expressado de modo equivocado, meio ambiente em vez de ambiente já dá o tom do imbróglio envolvendo esse assunto no mundo e Brasil. Como ocorrem todos os anos o dia cinco de junho foi escolhido pela ONU para refletir o modo como as sociedades vêm se comportando diante dos complexos ecossistemas, habitado por milhões de micro e macro espécies vivos dentre elas o ser humano. Milhares de escolas e órgãos ambientais municipais e estaduais procuram nesse dia promover eventos enaltecendo a data com passeios, campanhas de limpezas, palestras e até mesmo doações e plantio de árvores.
  Nos municípios onde tais eventos são realizados, geralmente os planos municipais de saneamento básico não são executados na sua totalidade, o lixo não é separado, enormes volumes de água e energia elétrica são desperdiçados e o visível descumprimento de normativas como os planos diretores e legislações ambientais, dentre elas o que restringe o uso de agrotóxicos no perímetro urbano.
Distribuir mudas de árvores e copos de água a comunidade talvez seja uma forma de tentar se redimir dos inúmeros pecados ambientais cometidos por órgãos públicos ou autarquias na gestão dos seus serviços. O avanço das doenças degenerativas, parasitárias, epidemias (dengue, chikungunya, febre amarela, etc.) e manifestações extremas do clima são resultantes do modo equivocado como governos e capital vem agindo sobre o ambiente. 
Se acessamos os inúmeros sites de jornais e revistas especializadas ou não em temas ambientais, talvez um ou dois não fazem qualquer menção a problemática ambiental planetária. A data do dia cinco de junho teria de ser um momento necessário para que a população tivesse clareza da real situação do planeta e do seu entorno doméstico.  É claro que isso jamais acontecerá quando os instrumentos abertos de propagação das informações permanecerem sob a tutela de poderosas corporações privadas de comunicação.  Aliada a imprensa burguesa estão os setores produtivos inconsequentes, que se nutrem das benesses públicas e brechas institucionais, chanceladas por seus astutos representantes acautelados nas estruturas dos poderes constituídos.
Até quando continuaremos sendo guiados por mentes inconsequentes, verdadeiros déspotas ofuscados pelo poder cego. Não temos mais tempo para brincar de governar. Precisamos urgentemente encontrar uma saída para evitar o hecatombe climático que tornará o planeta terra inabitável. Não é um mero discurso apocalíptico de ambientalistas radicais como tentam convencer à sociedade certos gurus ou guias espirituais a serviço do retrocesso ambiental.   
Toda essa preocupação com o ambiente global se fundamenta em resultados de intensos estudos. Os resultados mais otimistas dão previsões para no máximo cem anos para que a vida no planeta desapareça por completo. Já os mais pessimistas, acreditam que a partir de 2050 alguns pontos do planeta serão habitáveis. Ninguém mais dúvida, menos certas mentalidades toscas, que acreditam não existir o aquecimento global. Por que razão o planeta terra desde 2015 vem batendo recordes no aumento médio de temperatura?  
Tempestades, furacões, tornados, enxurradas, estiagens, são manifestações do clima que estão se sucedendo em regiões do planeta com pouco ou nenhum histórico de ocorrência. O governo brasileiro tem a obrigação de respeitar os acordos da COP-23, ocorrida em Paris/França, em 2015. Uma dessas ações é o desmatamento zero até 2030. O não cumprimento dessas metas porá o Brasil numa situação constrangedora e de restrições comerciais frentes aos demais parceiros que integram a COP.
A sensação demonstrada pelo governo Bolsonaro é de sua equipe ministerial é de total desprezo a tudo que está relacionado ao ambiente. Basta acompanhar o seu discurso e dos que integram postos importantes da área ambiental, como o Ministério do Meio Ambiente. Num encontro ocorrido na câmara dos deputados em 06 de junho de 2019, em comemoração ao dia mundial do meio ambiente, integrantes da sociedade civil e de entidades ambientais, ex ministros MMA e representantes do atual governo, participaram de um debate sobre a atual problemática ambiental e os equívocos na área envolvendo o atual governo.  
Ficou nítido no debate que o Brasil está caminhando na contramão de um processo iniciado há décadas, que exige responsabilidade e comprometimento, que são a preservação dos biomas, das florestas e dos oceanos. Em cinco meses de governo, as perdas da biodiversidade dos biomas brasileiros atingiram níveis assustadores. O avanço do agronegócio no cerrado, a liberação indiscriminada de agrotóxicos, está colocando em riscos frágeis ecossistemas e populações tradicionais que necessitam das florestas para subsistir.
Milhares de hectares de áreas protegidas em Unidades de Conservação estão sob risco de serem suprimidas. São nessas áreas que estão as principais nascentes que garantem o abastecimento dos principais rios brasileiros. Fragilizá-las é comprometer o abastecimento de água às hidrelétricas. Embora o governo não tenha formalizado a saída do acordo de Paris, extinguiu, já em janeiro, a secretaria de mudanças climáticas. Não bastasse essa medida absurdamente inconveniente, junto com os estados Unidos não subscreveu o acordo global contra a expansão do plástico, que levará a extinção de milhares de espécies da fauna e flora marinha nas próximas décadas.   
A paralisação de mais de cem projetos financiados pelo FUNDO AMAZÔNIA onde o governo está remanejando parte do fundo de um bilhão de reais para favorecer quem desmatou é outro absurdo da atual gestão. Pensa que os ataques contra o ambiente se esgotaram, tem mais. O decreto que acaba com a participação das ONGs no CONAMA; a PEC que extingue a função socioambiental da produção rural, são, entre outras tantas, medidas nada saudáveis ao meio ambiente. Todo esse desarranjo institucional AMBIENTAL é motivo de lamentação nesse dia cinco de junho.
Prof. Jairo Cezar                        



Nenhum comentário:

Postar um comentário