segunda-feira, 28 de agosto de 2017

FEIRA INTERDISCIPLINAR DE CIÊNCIAS DA EEBA, AS FRONTEIRAS ENTRE O TRADICIONAL E O INOVADOR NO CAMPO PEDAGÓGICO


Mesmo com todas as dificuldades que se repetem ano após anos como a falta de recursos financeiros e o excesso de atividades pedagógicas muitas vezes desnecessárias que sobrecarregam os/as professores/as, a feira interdisciplinar de ciência da EEBA vem se consolidando como proposta pedagógica alternativa importante, para a divulgação de trabalhos e projetos inovadores que devem ser valorizados e integrados ao Projeto Político Pedagógico.




Além da oficina de teatro que a cada peça encenada surpreende o público revelando novos talentos nas artes cênicas, nas áreas de língua portuguesa, língua estrangeira, artes, biologia, geografia, entre outras, os trabalhos apresentados cativaram o público infantil, adolescente e adulto, que transitaram pelas salas e corredores do educandário durante o período matutino e vespertino da quinta feira 23 de agosto de 2017.



Do mesmo modo como se sucedeu no ano anterior, 2016, o projeto, agora modificado com o título Escola Sustentável, também ocupou uma das salas da escola, onde foram sistematizadas todas as ações e resultados dos trabalhos no segundo ano de vigência. A mudança de nome do projeto se deu pelo fato de ter sido inserida na proposta original o tema água, ficando, portanto, assim denominado o lema: “Praticas Simples que auxiliam na Contenção dos Desperdícios de Energia Elétrica e Água na EEBA.  



Banners contendo imagens das viagens de estudos; cartazes com informações sobre reciclagem; lixeiras seletivas; demonstrações sobre os tipos de lâmpadas; placa fotovoltaica e vídeos informativos acerca do uso correto de equipamentos elétricos foram exibidos ao público. O objetivo das feiras interdisciplinares é compartilhar com o publico as iniciativas e as criatividades dos/as estudantes. Infelizmente as experiências obtidas nas feiras interdisciplinares ainda se constituem como atos isolados no cotidiano das escolas públicas. Pesquisar, promover viagens de estudos, elaborar relatórios, trabalhos interdisciplinares envolvendo professores e estudantes, ainda não são regras e sim exceções nas escolas públicas brasileiras.




Os países que apresentam os melhores índices de desenvolvimento educacional tem as suas escolas e metodologias ajustadas para estimular e despertar a capacidade criativa do público estudantil. No Brasil, com raras exceções, tais práticas transformadoras ocorrem uma vez por ano, e muitos casos com forte resistência do corpo docente alegando falta de tempo ou dificuldade de associar os temas abordados às ações concretas. Nosso modelo de ensino está muito distante de romper com tradicionalismo, o tecnicismo pedagógico, basta observar os mecanismos de avaliações adotados pelas escolas e em escala federal para acessar as fases subseqüentes e as universidades.




No entanto se debruçarmos sobre as legislações educacionais em vigor como os Planos Nacionais, estaduais e municipais de ensino e a própria LDB, ambos apresentam inúmeras prerrogativas que asseguram autonomia das escolas no desenvolvimento dos seus programas de ensino incluindo o próprio modo de avaliação. Em se tratando de Santa Catarina, a Proposta Curricular aprovada em 2014 estabelece um conjunto de princípios onde direciona as escolas à desconstrução sistemática do atual modelo de ensino. Contudo, a proposta curricular se choca frontalmente com um sistema de gestão pública ultrapassado, retrógrado, dominador, repressor, e escolas depredadas, sem autonomia, sem dinheiro, nem mesmo para promover pequenos reparos e a realização de atividades extraclasses, como feiras educativas. 



As feiras interdisciplinares, entretanto, são um bom exemplo de como deveria funcionar a educação brasileira. O gosto pela pesquisa, experiências, a construção de maquetes, cartazes, vídeos, entre outras atividades, ativam a sensibilidade, a criatividade e toda gama de múltiplos estímulos cerebrais. Para corroborar, podemos citar como exemplo o grupo de 28 estudantes que atua diretamente no projeto Escola Sustentável. Desde o momento que integraram ao projeto, participando de reuniões ordinárias e atividades de campo, as mudanças de atitudes são perceptíveis em cada um.



O público que esteve presente na sala onde estiveram reunidos os coordenadores e os integrantes do projeto sustentabilidade acompanhou as inúmeras explicações deve ter avaliado a magnitude do projeto e a sua repercussão. São ações muito simples que poderão fazer parte do cotidiano de cada um, como apagar a luz, desligar a torneira, reciclar o lixo, entre outras tantas atitudes que tornam o dia a dia das pessoas mais agradável e um planeta mais saudável.  O fato é que o projeto escola sustentável, a cada dia vem assumindo funções e desafios imensuráveis. Se hoje são 28 estudantes de um total de quase 800 matriculados e quase cem trabalhadores, entre professores e demais servidores, a expectativa é que em pouco tempo todos estejam engajados e compartilhando com o mesmo propósito.



Trabalhar conceitos de sustentabilidade é um processo difícil e desafiador, pior ainda quando estamos inseridos numa cultura onde por séculos se trabalhou a crença do uso ilimitado dos recursos naturais. Do mesmo modo que se construíram hábitos do desperdício, se torna um tanto difícil desconstruí-lo. Se diariamente escovamos os dentes, lavamos as mãos, tomamos banho, etc., isso já faz parte da nossa rotina, são hábitos quase que inconscientes. Jogar lixo na lixeira, reciclar o lixo, desligar as lâmpadas, gastar o mínimo de água, etc., devem se constituir como prioridades das nossas vidas. Não mais apenas por querer uma melhor qualidade de vida, mas por necessidade, pela sobrevivência do planeta.
Prof. Jairo Cezar 










































    

         



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