quinta-feira, 1 de outubro de 2015

SUL DE SC E OS FENÔMENOS CLIMÁTICOS EXTREMOS


Em 2004, o sul do estado de Santa Catarina foi devastado pelo Furacão Catarina, o primeiro do gênero que se tem notícia no Brasil. O número de mortes poderia ter sido maior se o fenômeno tivesse ocorrido durante o dia. Com o respectivo episódio climático extremo o Brasil perdeu o grau de país livre de furacões, bem como de tornados e até mesmo tsunamis meteorológicas. A pretensão, portanto, é assimilar o “catarina” e outras ocorrências extremas do tempo, se ambos estão associados as mudanças climáticas.
Onze anos depois do furação, nenhum plano consistente de previsão, treinamento foi oferecido à população do sul do estado. Uma realidade que não confere com as respostas a uma das perguntas feitas no Painel RBS, do dia 30/09/2015, reportagem publicada no DC: “como o cidadão catarinense deve se prevenir”? Disseram que as famílias indicarão um membro, que será treinado para auxiliá-los na ocorrência dos desastres. As ações preventivas no sul do estado em relação aos desastres climáticos foram de pouca eficácia na área da defesa civil. Um dos exemplos dos descasos com dinheiro público foi a aquisição e instalação no sul do estado de 33 estações meteorológicas, sendo que apenas três em funcionado. Alguns dos equipamentos foram orçados a um custo de 30 a 40 mil reais, porém, a coletas deixaram de ser processadas por problemas de bateria, ou seja, esgotamento da carga. Os custos para a aquisição de cada bateria são de 70 a 100 reais. Nem isso o governo se propôs a fazer para manter as estações funcionando. O governo divulgou recentemente que instalará mais 67 estações meteorológicas no estado. Afinal, as estações que estão desativas e com problemas, o que serão feitos delas? Há relatos até de equipamentos que se transforam em alvos de armas de fogo. Durante a maior estiagem já registrada na região, entre 2011 e 2012, o monitoramento do tempo foi prejudicado pela inoperância dos equipamentos. Apenas 11 ou 12 continuaram enviando informações. Na tentativa de solucionar, o Comitê da Bacia do Rio Araranguá adotou ações extremas. Uma delas foi mendigar recursos de entidades que se sensibilizaram com a causa ambiental.
Cabe informar que os meteorologistas, suas observações e previsões diárias do tempo, de médio e longo prazo,  se baseiam nos dados emitidos pelas estações. Na última visita do secretário estadual de defesa civil ao sul do estado, prometeu repassar recursos para o melhoramento dessas estruturas, mediante a instalação de equipamentos novos, bem como capacitar a população com informações mais confiáveis. Se o próprio comitê da Bacia do Rio Araranguá sofre com o descaso das autoridades em assegurar recursos mínimos para o andamento dos planos e a manutenção de equipamentos simples como as 33 estações meteorológicas, quem garante que a instalação de um radar climático no sul do estado, não tenha mesmo destino cruel que tiveram as estações. Só o tempo nos dirá. 
Prof. Jairo Cezar

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