INCÊNDIOS FLORESTAIS TRANFORMAM A
AMAZÔNIA NUM DOS PRINCIPAIS EVISSORES DE GASES DO EFEITO ESTUFA NO PLANETA
Nos
últimos dias em muitas cidades de Santa Catarina e Rio Grande do Sul as pessoas
devem estar se sentido um tanto desconfortáveis em acordar e desfrutar o dia
inteiro com uma nevoa acinzentada escura no céu bloqueando quase totalmente a
passagem da luz do sol. Agora foi revelada que tais nuvens acinzentadas são
fumaças das queimadas apocalípticas que estão devastando ecossistemas inteiros
em cidades da Amazônia, Mato Grosso, São Paulo, entre outros estados e países
que fazem fronteiras com o Brasil. Claro que essas queimadas são influenciadas
pela histórica estiagem que vem se abatendo sobre essas regiões, tendo cidades,
como Belo Horizonte, que não cai uma gota d’água há quase cinco meses.
Essa
combinação de falta de chuva, baixa umidade do ar e floresta seca são
ingredientes ideais para a combustão, que quando ocorre torna-se incontrolável
devastando tudo pela frente, como aconteceu há pouco tempo nos EUA, Canadá,
países da Europa e Austrália. O fato é que não há tempestades com raios para
causar os incêndios, tudo leva crer que os focos surgidos foram e são motivados
pela ação humana, não é mesmo? É exatamente o que aconteceu. Inúmeras imagens e
vídeos divulgados revelando pessoas ateando fogo de modo proposital em
florestas e pastos secos.
Como
já havia afirmado em texto publicado nesse blog, os incêndios, com raras
exceções, são de fato criminosos, cuja intenção é limpar áreas, florestas
inteiras, para o cultivo agrícola ou transformar em pasto para a pecuária. Essa
pratica dificulta o proprietário, que teve sua área queimada, seja autuado por
crime ambiental, pelo fato de o fogo possivelmente não ter iniciado em sua
terra, sendo, portanto, trazido pelos ventos. São praticas delituosas que estão
substituindo os tradicionais desmatamentos, no qual grileiros, invasores de
terras, entre outros, vem ateando fogo como forma de burlar as legislações
ambientais.
Também
havia escrito em textos publicados nesse blog que o Brasil tem compromissos
claros assinados nas inúmeras conferencias sobre o clima em reduzir a níveis
zero o desmatamento ilegal até o começo da próxima década. Outras demandas
acordadas para conter as mudanças climáticas têm de fato a assinatura do
governo brasileiro, uma delas são investimentos em políticas de transição
energética limpa, como forma de limitar ao máximo as emissões de gases do
efeito estufa.
O
que é verdadeiro nisso tudo é que o planeta continua aquecendo em níveis assustadores,
saindo do aquecimento global para fervura global, cujas temperaturas vêm batendo
recordes ininterruptos de calor todos os anos. Estudiosos do clima reiteram
insistentemente que o território brasileiro está sendo um dos mais impactados
pelas mudanças climáticas em curso. Como
negar essas afirmações depois de tantas adversidades climáticas ocorridas, como
as enchentes catastróficas que devastaram quase a totalidade do território do
RS, causando mortes e prejuízos bilionários?
A
resposta que muitos gostariam de ouvir é como se comportará a delegação
brasileira na próxima COP 29, Conferencia sobre o clima, em dezembro, no
Azerbaijão, depois de tantas adversidades do tempo em seu território, como
enxurradas, secas e queimadas? Se o Brasil tinha por compromisso assinado,
principalmente na Cop de Paris, em 2015, em reduzir as emissões de gases do
efeito estufa combatendo os desmatamentos, que não o fez, agora qual será a
justificativa plausível ao aumento dos níveis de emissão de poluentes à
atmosfera que estão extrapolando níveis inimagináveis com as queimadas?
E
quais as estratégias que adotarão o Brasil para que a COP 30, que será sediada
em Belém do Para, no próximo ano, 2025, não se transforme em um vexame
universal? Isso porque o Pará é um dos estados brasileiros que mais sofreu e
sofre desmatamentos ilegais e queimadas. Imagine a capital Belém totalmente
coberta por nuvens de fuligem dos incêndios florestais durante a conferência.
Certamente tenderá a ser um dos maiores micos ambientais que constrangerá não
somente o governo brasileiro, mas toda a comunidade ambiental do planeta.
Prof.
Jairo Cesa
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