quinta-feira, 12 de setembro de 2024

 

INCÊNDIOS FLORESTAIS TRANFORMAM A AMAZÔNIA NUM DOS PRINCIPAIS EVISSORES DE GASES DO EFEITO ESTUFA NO PLANETA



Nos últimos dias em muitas cidades de Santa Catarina e Rio Grande do Sul as pessoas devem estar se sentido um tanto desconfortáveis em acordar e desfrutar o dia inteiro com uma nevoa acinzentada escura no céu bloqueando quase totalmente a passagem da luz do sol. Agora foi revelada que tais nuvens acinzentadas são fumaças das queimadas apocalípticas que estão devastando ecossistemas inteiros em cidades da Amazônia, Mato Grosso, São Paulo, entre outros estados e países que fazem fronteiras com o Brasil. Claro que essas queimadas são influenciadas pela histórica estiagem que vem se abatendo sobre essas regiões, tendo cidades, como Belo Horizonte, que não cai uma gota d’água há quase cinco meses.

Essa combinação de falta de chuva, baixa umidade do ar e floresta seca são ingredientes ideais para a combustão, que quando ocorre torna-se incontrolável devastando tudo pela frente, como aconteceu há pouco tempo nos EUA, Canadá, países da Europa e Austrália. O fato é que não há tempestades com raios para causar os incêndios, tudo leva crer que os focos surgidos foram e são motivados pela ação humana, não é mesmo? É exatamente o que aconteceu. Inúmeras imagens e vídeos divulgados revelando pessoas ateando fogo de modo proposital em florestas e pastos secos.

Como já havia afirmado em texto publicado nesse blog, os incêndios, com raras exceções, são de fato criminosos, cuja intenção é limpar áreas, florestas inteiras, para o cultivo agrícola ou transformar em pasto para a pecuária. Essa pratica dificulta o proprietário, que teve sua área queimada, seja autuado por crime ambiental, pelo fato de o fogo possivelmente não ter iniciado em sua terra, sendo, portanto, trazido pelos ventos. São praticas delituosas que estão substituindo os tradicionais desmatamentos, no qual grileiros, invasores de terras, entre outros, vem ateando fogo como forma de burlar as legislações ambientais.

Também havia escrito em textos publicados nesse blog que o Brasil tem compromissos claros assinados nas inúmeras conferencias sobre o clima em reduzir a níveis zero o desmatamento ilegal até o começo da próxima década. Outras demandas acordadas para conter as mudanças climáticas têm de fato a assinatura do governo brasileiro, uma delas são investimentos em políticas de transição energética limpa, como forma de limitar ao máximo as emissões de gases do efeito estufa.

O que é verdadeiro nisso tudo é que o planeta continua aquecendo em níveis assustadores, saindo do aquecimento global para fervura global, cujas temperaturas vêm batendo recordes ininterruptos de calor todos os anos. Estudiosos do clima reiteram insistentemente que o território brasileiro está sendo um dos mais impactados pelas mudanças climáticas em curso.  Como negar essas afirmações depois de tantas adversidades climáticas ocorridas, como as enchentes catastróficas que devastaram quase a totalidade do território do RS, causando mortes e prejuízos bilionários?

A resposta que muitos gostariam de ouvir é como se comportará a delegação brasileira na próxima COP 29, Conferencia sobre o clima, em dezembro, no Azerbaijão, depois de tantas adversidades do tempo em seu território, como enxurradas, secas e queimadas? Se o Brasil tinha por compromisso assinado, principalmente na Cop de Paris, em 2015, em reduzir as emissões de gases do efeito estufa combatendo os desmatamentos, que não o fez, agora qual será a justificativa plausível ao aumento dos níveis de emissão de poluentes à atmosfera que estão extrapolando níveis inimagináveis com as queimadas?

E quais as estratégias que adotarão o Brasil para que a COP 30, que será sediada em Belém do Para, no próximo ano, 2025, não se transforme em um vexame universal? Isso porque o Pará é um dos estados brasileiros que mais sofreu e sofre desmatamentos ilegais e queimadas. Imagine a capital Belém totalmente coberta por nuvens de fuligem dos incêndios florestais durante a conferência. Certamente tenderá a ser um dos maiores micos ambientais que constrangerá não somente o governo brasileiro, mas toda a comunidade ambiental do planeta.  

Prof. Jairo Cesa       

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