NÚMEROS DO (PRODES) REVELAM O CRESCIMENTO DO DESMATAMENTO NA AMAZÔNIA
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Imagino
que muitos devem ainda ter na memória o funesto episódio da exoneração pelo
governo Bolsonaro do diretor do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais) Ricardo Magnus Osório Galvão, acusado de ter superdimensionados os
números relativos aos desmatamentos na Amazônia. Os números das áreas
desmatadas na Amazônia, apresentados pelo INPE e questionados pelo governo
Brasileiro como irreais, foram confirmados no dia 18 de novembro de 2019 por
meio do PRODE (Projeto de Monitoramento do desflorestamento na Amazônia Legal) cujo
desmatamento entre agosto de 2018 a julho de 2019, aumentou 29,5%.
A
área desmatada foi de 9.762 km quadrados, equivalente a 1.4 milhão de campos de
futebol ou seis vezes a cidade de São Paulo. Entre os estados que mais
desmataram estão: Roraima com 216%; Acre, com 55% e Pará, com 41%. E agora como se esquivar desses números que
revelam uma política sórdida do governo contra o meio ambiente e as populações
tradicionais que habitam essas áreas.
Lembram
da perseguição insana do governo contra a instituição IBAMA, ambientalistas e
qualquer um que ousasse criar algum empecilho ao avanço do agronegócio na
Amazônia. Pois bem, em 2019, como forma de
incapacitar o IBAMA de atuar na fiscalização a autuação dos infratores ambientais,
o governo cortou 24% dos repasses do orçamento ao órgão, e mais 34% destinados
ao combate das queimadas. Todo esse imbróglio administrativo envolvendo o
governo e seu ministério do meio ambiente, ambos acusados de incitar o
desmatamento e as queimadas, repercutiu negativamente em todo planeta.
Em
discurso proferido na ONU, o governo brasileiro esteve no epicentro das
atenções e motivo de chacota por parte dos chefes de estados presentes. Na sua
fala de abertura da sessão, teve a coragem de dizer que o Brasil vem
preservando suas florestas contra os desmatamentos. Ao mesmo tempo em que o
governo falava na ONU, o mundo vinha acompanhando apreensivo os noticiários
destacando o fogo que jaziam milhares hectares de florestas na Amazônia e no
restante do Brasil.
Se
não houver uma ação mais incisiva dos agentes internacionais através de retaliação
a compra de produtos comprovadamente produzidos em áreas de desmatamento
ilegal, os riscos de uma hecatombe climática tenderão a ser muito mais
devastador e próximo de acontecer. Quem achava que esses números recordes de
desmatamento apresentados pelo PRODE cessou a partir da apresentação do
relatório anual, se equivocou.
De
julho a outubro de 2019, ou seja, em um trimestre, os números já superaram os
cem por cento, em comparação ao mesmo período de 2018. É importante lembrar que
estamos apenas no primeiro ano do governo Bolsonaro. Certamente serão mais três
anos difíceis pela frente. O que temos que fazer é continuar nossa luta,
capitaneando mais e mais pessoas a se engajarem nessa difícil tarefa de colocar
um basta em toda essa insanidade que afetou expressiva parcela da sociedade e
da comunidade política.
Prof.
Jairo Cezar
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