quarta-feira, 20 de novembro de 2019


NÚMEROS DO (PRODES) REVELAM O CRESCIMENTO DO DESMATAMENTO NA AMAZÔNIA
https://www.wwf.org.br/informacoes/noticias_meio_ambiente_e_natureza/?74082/Desmatamento-Amazonia-9762-km2-maior-numero-desde-2008


Imagino que muitos devem ainda ter na memória o funesto episódio da exoneração pelo governo Bolsonaro do diretor do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) Ricardo Magnus Osório Galvão, acusado de ter superdimensionados os números relativos aos desmatamentos na Amazônia. Os números das áreas desmatadas na Amazônia, apresentados pelo INPE e questionados pelo governo Brasileiro como irreais, foram confirmados no dia 18 de novembro de 2019 por meio do PRODE (Projeto de Monitoramento do desflorestamento na Amazônia Legal) cujo desmatamento entre agosto de 2018 a julho de 2019, aumentou 29,5%.
A área desmatada foi de 9.762 km quadrados, equivalente a 1.4 milhão de campos de futebol ou seis vezes a cidade de São Paulo. Entre os estados que mais desmataram estão: Roraima com 216%; Acre, com 55% e Pará, com 41%.  E agora como se esquivar desses números que revelam uma política sórdida do governo contra o meio ambiente e as populações tradicionais que habitam essas áreas.
Lembram da perseguição insana do governo contra a instituição IBAMA, ambientalistas e qualquer um que ousasse criar algum empecilho ao avanço do agronegócio na Amazônia.  Pois bem, em 2019, como forma de incapacitar o IBAMA de atuar na fiscalização a autuação dos infratores ambientais, o governo cortou 24% dos repasses do orçamento ao órgão, e mais 34% destinados ao combate das queimadas. Todo esse imbróglio administrativo envolvendo o governo e seu ministério do meio ambiente, ambos acusados de incitar o desmatamento e as queimadas, repercutiu negativamente em todo planeta.
Em discurso proferido na ONU, o governo brasileiro esteve no epicentro das atenções e motivo de chacota por parte dos chefes de estados presentes. Na sua fala de abertura da sessão, teve a coragem de dizer que o Brasil vem preservando suas florestas contra os desmatamentos. Ao mesmo tempo em que o governo falava na ONU, o mundo vinha acompanhando apreensivo os noticiários destacando o fogo que jaziam milhares hectares de florestas na Amazônia e no restante do Brasil.
Se não houver uma ação mais incisiva dos agentes internacionais através de retaliação a compra de produtos comprovadamente produzidos em áreas de desmatamento ilegal, os riscos de uma hecatombe climática tenderão a ser muito mais devastador e próximo de acontecer. Quem achava que esses números recordes de desmatamento apresentados pelo PRODE cessou a partir da apresentação do relatório anual, se equivocou.
De julho a outubro de 2019, ou seja, em um trimestre, os números já superaram os cem por cento, em comparação ao mesmo período de 2018. É importante lembrar que estamos apenas no primeiro ano do governo Bolsonaro. Certamente serão mais três anos difíceis pela frente. O que temos que fazer é continuar nossa luta, capitaneando mais e mais pessoas a se engajarem nessa difícil tarefa de colocar um basta em toda essa insanidade que afetou expressiva parcela da sociedade e da comunidade política.
Prof. Jairo Cezar
        
http://www.obt.inpe.br/OBT/assuntos/programas/amazonia/prodes

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