sexta-feira, 30 de novembro de 2012


Ameaça à água em Araranguá não dá para engolir
01/08/2011

Na edição de quinta-feira, o Correio do Sul mostrou que boa parte da água do município está contaminada por metais pesados e que a situação é preocupante. Hoje serão revelados outros detalhes do estudo feito pelo professor Jairo Cesa, com base em análises do Samae. Entre os anos de 2006 e 2009 foram feitos análises das águas subterrâneas para averiguar a presença de nitrato. Das 170 amostras, 78 apresentaram anomalias.

 O dado mais alarmante, segundo o professor, foi obtido na comunidade de Manhoso, onde foi constatado um índice de 45,2mg/L, mais de quatro vezes a mais do que o permitido, que é de 10mg/L. Nos anos seguintes foram apontados problemas também em Rio dos Anjos, Lagoa Mãe Luzia e Fundo Grande.

 O professor explica que no sistema digestivo o nitrato é transformado em nitrosaminas, que são substâncias cancerígenas. “Embora o relatório fornecido pelo Samae apresente dados específicos de quatro elementos químicos encontrados nos lençóis subterrâneos de Araranguá, outras substâncias em maior ou menor proporção poderiam também ser detectadas na água,  como o cádmio, chumbo e níquel”, diz.
Níveis de metais são alarmantes

Depois de concluir o estudo, Jairo afirma que é importante que as autoridades municipais, principalmente aquelas ligadas a saúde pública, alertem a população. “A análise da água, para verificar a sua qualidade, pode garantir uma vida melhor para seus consumidores,” frisa. De acordo com ele, analisando os resultados das diferentes amostras realizadas em Araranguá nos últimos cinco anos, é fácil comprovar que a água proveniente do subsolo apresenta níveis de contaminação de algumas substâncias, principalmente alumínio e manganês. Mas isso não basta, é preciso saber o que provoca essa anomalia. “Algumas hipóteses podem ser lançadas, como o de caráter geológico, ou seja, os tipos de rochas e certos elementos orgânicos decompostos em uma determinada profundidade onde a água é capitada”.

 Jairo acredita que além desses fatores naturais, pode haver influência humana, principalmente nas áreas urbanas, através da liberação no solo dos efluentes industriais e domésticos. No campo, a contaminação é mais frequente por inseticidas, herbicidas, adubos químicos, calcário e outros.  “É preciso levar ao conhecimento das autoridades e em especial à própria população dos riscos à saúde e os cuidados que deverão ser adotados para que as pessoas não sejam contaminadas”.

 Além desse alerta, o ambientalista pondera que cabe ao poder público municipal estabelecer normas quanto aos procedimentos para a abertura de novos sistemas de captação das águas subterrâneas no município. A Fundação Araranguaense de Meio Ambiente (Fama), em parceria com o Samae, devem atuar juntos. “Poderia ser feito um levantamento dos números de poços e ponteiras existentes no município, recomendando os seus proprietários o monitoramento da água consumida,” sugere.

 Para o professor, os sistemas que apresentarem altos níveis de contaminação da água, devem ser recomendados a providenciar inspeção do poço ou ponteira. Não havendo solução para o problema,  solicitar ao proprietário sua desativação. Em casos específicos como na área rural, onde não há serviços públicos de abastecimento de água, é imprescindível exigir que quem tiver ponteiras ou aqueles que fizerem novas perfurações, monitorem a água até atingir uma profundidade ideal em que esteja livre de contaminação.

Fonte: Correio do Sul
Divulgado neste blog por
AURIBERTA E O MUNDO
compartilhado com
http://google.blogspot.com/profile/auribertaalves

Nenhum comentário:

Postar um comentário