MANAUS
FICOU SEM OXIGÊNIO
Quem
acompanhou os noticiários das principais mídias nacionais e internacionais em
2020, um dos assuntos mais divulgados e discutidos foram os incêndios
criminosos que causaram devastação na floresta amazônica. As próprias mídias
conservadores responsabilizaram o governo brasileiro por tais atrocidades,
devido a sua política antiambiental. Os impactos dessas queimadas ao
ecossistema amazônico e ao planeta são incalculáveis.
As
árvores ou as florestas em geral têm um papel estratégico no equilíbrio do
clima global. São elas as responsáveis pela fotossíntese, ou seja, a captura do
gás carbônico e a liberação do oxigênio, elemento esse tão necessário e
imprescindível à sobrevivência de todas as espécies vivas. Quem iria imaginar
que uma cidade como Manaus, capital do estado da Amazônia, onde está uma das
maiores florestas do mundo, a população viesse a morrer por falta de
oxigênio.
É
exatamente isso o que está ocorrendo lá, centenas de pessoas estão morrendo
pelo fato dos hospitais terem encerrado os estoques de oxigênio, recurso esse
imprescindível para manter vivos os pacientes contaminados pelo COVID-19 que
necessitam ser entubados. É inacreditável
um país tão grande e próspero como o Brasil, pessoas perderem a vida de um modo
tão terrível e desesperador, a falta de oxigênio. Era de se prever que no
instante que os estados e municípios passaram a flexibilizar as ações contra o
COVID-19 somada ao comportamento negacionista do presidente da república na
condução da pandemia, episódio como o de Manaus viesse a ocorrer.
Alguém
tem que ser responsabilizado por tamanha brutalidade contra uma população
desassistida do que lhe é de direito e assegurada pela constituição federal,
serviço de saúde de qualidade. A pergunta que acredito todos gostaria de fazer,
por que o Governo Estadual e o governo Federal não tomaram providências
antecipadas vendo que o número de contaminados pelo vírus crescia assustadoramente?
É impressionante que no mês de março ou abril, no início da pandemia, a adoção
dos lockdown pelos municípios e estados, evitou a disseminação do vírus e o
aumento número de mortes.
Atualmente,
o quadro da pandemia está mais crítico em alguns estados e municípios em
comparação ao seu inicio. Mesmo assim, nenhum programa mais rígido como, por
exemplo, restrição do deslocamento de pessoas, está sendo adotado. O que mais
se vê são pessoas contrariando regras básicas obrigatórias para evitar a
disseminação do vírus como a não aglomeração e usar máscaras. É sabido que
criar hábito é um processo um tanto complexo, muitas vezes se torna necessário
a presença de alguém que instrua servindo de referência.
Nos
países que tiveram bons resultados na condução da pandemia, alguém importante e
de destaque tomou a frente dando exemplo aos demais cidadãos. A Primeira
Ministra da Nova Zelândia é uma boa referência de como um estadista deveria se
comportar numa situação como essa. Infelizmente o caso da Nova Zelândia foi
quase uma exceção. O que mais se viu foram atitudes negacionistas e genocidas
de estadistas no tratamento de uma pandemia tão mortal como o corona vírus.
Depois
de ter dito que o COVID-19 não passava de uma simples gripezinha ou
resfriadinho, onde quase trezentas mil pessoas já perderam a vida, o
responsável por tais asneiras não seria passivo de prisão e condenação por
crime de genocídio? O que está
acontecendo em Manaus deve intensificar ainda mais esse debate genocida do
presidente. Mantê-lo a frente do comando do Estado brasileiro por mais tempo é
corroborar com tamanha insanidade de alguém que vibra com a desgraça alheia.
Prof.
Jairo Cezar
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