quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

 

MANAUS FICOU SEM OXIGÊNIO

Quem acompanhou os noticiários das principais mídias nacionais e internacionais em 2020, um dos assuntos mais divulgados e discutidos foram os incêndios criminosos que causaram devastação na floresta amazônica. As próprias mídias conservadores responsabilizaram o governo brasileiro por tais atrocidades, devido a sua política antiambiental. Os impactos dessas queimadas ao ecossistema amazônico e ao planeta são incalculáveis.

As árvores ou as florestas em geral têm um papel estratégico no equilíbrio do clima global. São elas as responsáveis pela fotossíntese, ou seja, a captura do gás carbônico e a liberação do oxigênio, elemento esse tão necessário e imprescindível à sobrevivência de todas as espécies vivas. Quem iria imaginar que uma cidade como Manaus, capital do estado da Amazônia, onde está uma das maiores florestas do mundo, a população viesse a morrer por falta de oxigênio. 

É exatamente isso o que está ocorrendo lá, centenas de pessoas estão morrendo pelo fato dos hospitais terem encerrado os estoques de oxigênio, recurso esse imprescindível para manter vivos os pacientes contaminados pelo COVID-19 que necessitam ser entubados.  É inacreditável um país tão grande e próspero como o Brasil, pessoas perderem a vida de um modo tão terrível e desesperador, a falta de oxigênio. Era de se prever que no instante que os estados e municípios passaram a flexibilizar as ações contra o COVID-19 somada ao comportamento negacionista do presidente da república na condução da pandemia, episódio como o de Manaus viesse a ocorrer.

Alguém tem que ser responsabilizado por tamanha brutalidade contra uma população desassistida do que lhe é de direito e assegurada pela constituição federal, serviço de saúde de qualidade. A pergunta que acredito todos gostaria de fazer, por que o Governo Estadual e o governo Federal não tomaram providências antecipadas vendo que o número de contaminados pelo vírus crescia assustadoramente? É impressionante que no mês de março ou abril, no início da pandemia, a adoção dos lockdown pelos municípios e estados, evitou a disseminação do vírus e o aumento número de mortes.  

Atualmente, o quadro da pandemia está mais crítico em alguns estados e municípios em comparação ao seu inicio. Mesmo assim, nenhum programa mais rígido como, por exemplo, restrição do deslocamento de pessoas, está sendo adotado. O que mais se vê são pessoas contrariando regras básicas obrigatórias para evitar a disseminação do vírus como a não aglomeração e usar máscaras. É sabido que criar hábito é um processo um tanto complexo, muitas vezes se torna necessário a presença de alguém que instrua servindo de referência.

Nos países que tiveram bons resultados na condução da pandemia, alguém importante e de destaque tomou a frente dando exemplo aos demais cidadãos. A Primeira Ministra da Nova Zelândia é uma boa referência de como um estadista deveria se comportar numa situação como essa. Infelizmente o caso da Nova Zelândia foi quase uma exceção. O que mais se viu foram atitudes negacionistas e genocidas de estadistas no tratamento de uma pandemia tão mortal como o corona vírus.

Depois de ter dito que o COVID-19 não passava de uma simples gripezinha ou resfriadinho, onde quase trezentas mil pessoas já perderam a vida, o responsável por tais asneiras não seria passivo de prisão e condenação por crime de genocídio?  O que está acontecendo em Manaus deve intensificar ainda mais esse debate genocida do presidente. Mantê-lo a frente do comando do Estado brasileiro por mais tempo é corroborar com tamanha insanidade de alguém que vibra com a desgraça alheia.

Prof. Jairo Cezar  

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