sexta-feira, 10 de maio de 2013


A luta dos estudantes catarinenses em defesa da Escola Pública: um exemplo a ser seguido por todos

Quando tudo parecia que os problemas na educação pública, saúde, segurança estariam chegando ao fim com notícias otimistas de que o governo de Santa Catarina iria disponibilizar milhões de reais provenientes de empréstimos federais para investimentos nesses setores, novos fatos negativos vieram a público, mais uma vez envolvendo a educação. O que fica cada dia mais nítido e que chama atenção até dos (as) cidadãos (ãs) mais desatentos, é que o atual governo não demonstra nenhuma sensibilidade e preocupação com a qualidade da educação dos (as) filhos (as) dos (as) trabalhadores (as) catarinenses, pois sua política é em direção ao sucateamento das escolas, transformando-as em ambientes sem vida, desagradáveis, sem perspectivas, que estimula a evasão progressiva.
 O problema agora que vem ocupando espaços da mídia catarinense é acerca da reenturmação das escolas estaduais, cujas tensões poderiam ser evitadas se o governo adotasse o diálogo aberto com a sociedade como também respeitasse a lei estadual 170/98, que nasceu também de um embate político, na qual estabelece diretriz acerca desse tema, onde o atual governo insiste em desrespeitar. São detalhes simples, porém difíceis de serem aplicados em decorrência do modelo de política que vem adotando, pautado na intransigência e autoritarismo, que se estendem as demais instâncias do governo como as Secretarias Regionais, Gerências Educacionais e nos Gestores das escolas.
Um dos caminhos possíveis para tentar minar a cultura autoritária que se alojou na estrutura administrativa do estado é através da mobilização social, e os estudantes das escolas públicas estaduais estão dando exemplo de postura cidadã, quando deliberaram sair às ruas nas últimas semanas protestando contra as medidas tomadas pelo governo de reenturmação nas escolas, ou seja, empilhar estudantes numa mesma sala tornando o processo pedagógico inviável.
Por ser um acontecimento novo na história recente do estado, de estudantes saírem às ruas para protestar em defesa da educação, pessoas ligadas ao governo do estado procuraram colocar a culpa nos (as) professores (as) ou no próprio Sinte, por estarem incitando os (as) estudantes a protestarem. Quando concluíram que as manifestações nasceram de forma espontânea no interior das próprias unidades de ensino e que o problema já estava colocando em risco a própria segurança dos estudantes, a mídia e o próprio Ministério Público Estadual passaram a dedicar maior atenção ao caso.  O resultado foi o que ocorreu na regional de Criciúma, onde o Ministério Público encaminhou liminar desautorizando a Gered em dar prosseguimento da reenturmação até o momento em que o órgão jurídico pudesse ter conhecimento do caso e dar seu parecer.
Seguindo o exemplo de Criciúma outras regiões do estado também tiveram manifestações e com resultados positivos para a educação. Araranguá não foi diferente, onde centenas de estudantes das duas principais unidades de ensino médio ocuparam as ruas e o centro da cidade com apitos e cartazes e proferindo palavras de ordem contra as políticas do governo. Não há como negar que a escola pública mesmo com todas as dificuldades estruturais que vem enfrentando, seus profissionais que ali atuam, vem desempenhando trabalho com muita responsabilidade, criticidade e compromisso ético, que reflete nas atitudes dos estudantes demonstrando atitude e consciência política. O que falta agora é a população seguir o exemplo e sair às ruas, mostrando o rosto e protestar contra as injustiças, exigindo transparência dos investimentos em serviços essenciais como a educação.   
Um dos legados que se pode colher das manifestações contra a reenturmação, foi o fato de que outros problemas crônicos vivenciado pelos (as) estudantes e professores (as) no interior das escolas públicas vieram à tona, como a depredação da estrutura arquitetônica, o sucateamento dos equipamentos, a precariedade das bibliotecas, invadidas por cupins, ginásios de esportes interditados, etc.
Prof. Jairo Cezar
             

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