O GENOCÍDIO
ESCANCARADO NA FAIXA DE GAZA
Havia
expectativa que o mundo pós pandemia do Corona Vírus pudesse tornar o gênero
humano mais tolerável, mais sensível, frente a sua fragilidade como que habita
o planeta terra. Guerras, realinhamentos geopolíticos e até mesmo planos
deliberados de extermínio em massa, a exemplo da Palestina, passaram a dominar
os noticiários dos telejornais do mundo inteiro. O conflito envolvendo a Rússia
e a Ucrânia, e os ataques aéreos israelenses contra o Irã fez brotar no imaginário
coletivo, Hiroshima e Nagasaki, cidades japonesas arrasadas por bombas
nucleares lançadas em 1945 pelos Estados Unidos.
Dos
dois conflitos acima mencionados, o que chama mais atenção é a investida
militar israelense na faixa de gaza, no sul de Israel, onde mais de 2 milhões
de palestinos vivem num enclave contendo pouco mais de 300 km quadrados de
extensão. Desde outubro de 2023, quando integrantes do Hamas, romperam a cerca
que separa Gaza do território israelense, sequestrando centenas de cidadãos judeus,
a vida dos civis palestinos virou um inferno. A ação militar israelense,
combinada com o cerco a entrada de ajuda humanitária à população de Gaza, já
resultaram em mais de 60 mil palestinos mortos, entre outras milhares que estão
sob os escombros das construções destruídas pelas bombas.
Diariamente
os jornais noticiam o lançamento de bombas sobre áreas densamente habitadas em
gaza, sempre gerando dezenas, centenas de vítimas fatais. A justificativa
apresentada pelo governo genocida de Israel aos ataques, tem como alvo os “terroristas”
do Hamas. Alega o governo que enquanto a força do Hamas não for completamente
destruída, não será possível avançar nos acordos de paz na região. Os ataques israelenses
ocorridos na capital da Síria, Damasco, em Teerã, e contra os grupos Houthis,
no Yemen, são provas incontestáveis do plano israelense de guerra permanente na
região, como estratégia de se “proteger”.
Quando
o governo iraniano respondeu aos ataques israelenses com uma chuva de misseis, incapacitando
até os “tombos de ferro” de impedir muitos de atingirem áreas densamente
habitadas de Tel Aviv, rapidamente, o governo de Benjamim Netanyahu tomou a
decisão de recuar suas ações de respostas contra o país persa. Agora isso não
acontece com o território palestino, cujo poderio bélico de reação do Hamas, é infinitamente
inferior ao de Israel. Essa desproporção garante o esmagamento não dos ditos
terroristas, mas dos civis, começando com os mais frágeis, crianças, mulheres,
idosos, se estendendo ao resto da população.
Não há
mais como duvidar que a política do governo israelense é pulverizar o povo
palestino. Os ataques com bombas principalmente em hospitais viraram rotina no
enclave de Gaza. O mais recente ocorreu nesse dia 25 de agosto de 2025, onde um
ataque aéreo destruiu o Hospital Nasser, matando ao menos 20 pessoas incluindo 5
jornalistas. O que é mais revoltante é saber que mesmo com toda essa
carnificina contra os palestinas, não há qualquer sansão ao governo israelense.
Grande parte das armas e do dinheiro que patrocinam esse genocídio deliberado,
vem dos Estados Unidos, um dos principais aliados de Israel. Nem mesmo a ONU
consegue impor suas políticas para frear a matança em Gaza.
Quando
assisti uma rede de televisão internacional com atuação no Brasil, reportando o
ocorrido em gaza, prestei a atenção nos comentários relatados abaixo do
noticiário. Fiquei pasmo quando detectei que expressiva parcela das opiniões
defendia tacitamente o governo israelense pelos ataques, porque os mortos eram
todos terroristas ou apoiadores destes. São
posições que ultrapassam os limites decência, e que comprovam que a existência
humana nesse pequeno planeta foi um equívoco cósmico.
Prof.
Jairo Cesa