domingo, 12 de janeiro de 2025

 

OS INCÊNDIOS APOCALIPTICOS NA CALIFÓRNIA SÃO SINAIS DE QUE O CLIMA GLOBAL ENTROU NA FASE DO NÃO RETORNO

https://www.metropoles.com/mundo/incendios-entenda-combinacao-de-fatores-que-leva-caos-a-california


As cenas divulgadas pela imprensa dos incêndios apocalípticos na região da Califórnia, Estados Unidos, mais parece sair daqueles filmes holywoodianos do gênero terror. É até de certo modo irônico um país como os Estados Unidos que negou assinar o acordo de Paris sobre mudanças climáticas, sendo alvo hoje de frequentes catástrofes climáticas a exemplo do furacão Milton, considerando um dos mais mortais que assolou a região da Flórida em outubro último.    

Os incêndios que devastaram a ilha de Maui, no Havaí, com cerca de cem mortos, também deve ser atribuído ao aquecimento global, cujo limite médio de temperatura de 1.5 graus Celsius, previsto para o final do século, foi já alcançado em 2024.  O que se sabe é que estamos entrando na fase do “não retorno”, ou seja, situação na qual que mesmo aplicando as políticas de redução das emissões dos gases do efeito estufa, não serão possíveis de impedir que a terra aqueça ainda mais, como consequência o aumento assustador das catástrofes cada vez mais devastadoras. 

Dados lançados por organizações que monitoram o clima, comprovaram que a região da Califórnia passou a ter maior incidência de incêndios a partir do ano 2000. Sem dúvida as mudanças climáticas estão influenciando tais fenômenos. Para se ter idéia, o clima da região tem forte influencia o oceano pacífico, que banha o seu litoral oeste. A verdade é que período de menor incidência de chuvas ocorre no verão, sendo, portanto, o inverno a estação das chuvas. Acontece que no inverno de 2024 toda a região foi acometida por enxurradas devastadoras.

Toda essa umidade ajudou no crescimento da vegetação em toda a costa territorial. O que os meteorologistas não esperavam era que 2025 fosse assim tão seco, com o agravamento no inverno. Falta de chuva associada a vasta vegetação seca se tornaram combustíveis essenciais para impulsionar os incêndios. Uma bituca de cigarro, por exemplo, lançada sobre o solo seco pode ser um gatilho causador de toda essa tragédia, que tende a gerar prejuízos estimados de 57 bilhões de dólares – 350 bilhões de reais à região. Agora se somarmos os 350 bilhões dos incêndios, com os 280 bilhões advindos do furacão Milton, o resultado se torna assustador, são 630 bilhões de reais em prejuízos.

Para análise de comparação, na Cop 29, no Azerbaijão, durante as duas semanas do evento, o debate principal no qual retardou em um dia o encerramento do encontro foi o valor da ajuda financeira a ser definido para conter a pobreza dos países pobres. De 1.3 trilhão proposto, no final os delegados presentes na Cop concordaram que a ajuda seria de 300 bilhões de dólares ao ano. Se pegarmos os gastos com os prejuízos resultantes dos fenômenos climáticos extremos que se abateram sobre os países ricos nos últimos dez anos, todo esse dinheiro seria suficiente para amenizar as precariedades de vida e da estrutura produtiva das nações pobres.

Como já citei em textos anteriores publicados nesse blog, o cenário climático futurista se mostra nada animador. Os conflitos em curso, tanto no oriente médio quanto na Europa, envolvendo Rússia e Ucrânia, ambos pressionam os países industrializados à utilização de fontes energéticas mais poluidoras, como o carvão. A própria eleição nos Estados Unidos que assegurou a vitória de Donald Trump para um segundo mandato, eleva ainda mais a expectativa negativa de um planeta mais quente e com mais desastres climáticos num futuro bem próximo.

A certeza disso se deve ao modo como Trump pensa acerca do tema mudanças climáticas. O questionamento que se faz é o seguinte: quantos incêndios devastadores e furacões avassaladores serão necessários para que regimes como de Trump e de outros governos negacionistas se sensibilizem que é preciso agir rápido para não virarmos uma espécie em extinção? 

Prof. Jairo Cesa          

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário