OS INCÊNDIOS APOCALIPTICOS NA
CALIFÓRNIA SÃO SINAIS DE QUE O CLIMA GLOBAL ENTROU NA FASE DO NÃO RETORNO
https://www.metropoles.com/mundo/incendios-entenda-combinacao-de-fatores-que-leva-caos-a-california
As
cenas divulgadas pela imprensa dos incêndios apocalípticos na região da
Califórnia, Estados Unidos, mais parece sair daqueles filmes holywoodianos do
gênero terror. É até de certo modo irônico um país como os Estados Unidos que
negou assinar o acordo de Paris sobre mudanças climáticas, sendo alvo hoje de
frequentes catástrofes climáticas a exemplo do furacão Milton, considerando um
dos mais mortais que assolou a região da Flórida em outubro último.
Os
incêndios que devastaram a ilha de Maui, no Havaí, com cerca de cem mortos,
também deve ser atribuído ao aquecimento global, cujo limite médio de
temperatura de 1.5 graus Celsius, previsto para o final do século, foi já
alcançado em 2024. O que se sabe é que
estamos entrando na fase do “não retorno”, ou seja, situação na qual que mesmo aplicando
as políticas de redução das emissões dos gases do efeito estufa, não serão
possíveis de impedir que a terra aqueça ainda mais, como consequência o aumento
assustador das catástrofes cada vez mais devastadoras.
Dados
lançados por organizações que monitoram o clima, comprovaram que a região da
Califórnia passou a ter maior incidência de incêndios a partir do ano 2000. Sem
dúvida as mudanças climáticas estão influenciando tais fenômenos. Para se ter
idéia, o clima da região tem forte influencia o oceano pacífico, que banha o seu
litoral oeste. A verdade é que período de menor incidência de chuvas ocorre no
verão, sendo, portanto, o inverno a estação das chuvas. Acontece que no inverno
de 2024 toda a região foi acometida por enxurradas devastadoras.
Toda
essa umidade ajudou no crescimento da vegetação em toda a costa territorial. O
que os meteorologistas não esperavam era que 2025 fosse assim tão seco, com o
agravamento no inverno. Falta de chuva associada a vasta vegetação seca se
tornaram combustíveis essenciais para impulsionar os incêndios. Uma bituca de
cigarro, por exemplo, lançada sobre o solo seco pode ser um gatilho causador de
toda essa tragédia, que tende a gerar prejuízos estimados de 57 bilhões de
dólares – 350 bilhões de reais à região. Agora se somarmos os 350 bilhões dos
incêndios, com os 280 bilhões advindos do furacão Milton, o resultado se torna
assustador, são 630 bilhões de reais em prejuízos.
Para
análise de comparação, na Cop 29, no Azerbaijão, durante as duas semanas do
evento, o debate principal no qual retardou em um dia o encerramento do
encontro foi o valor da ajuda financeira a ser definido para conter a pobreza
dos países pobres. De 1.3 trilhão proposto, no final os delegados presentes na
Cop concordaram que a ajuda seria de 300 bilhões de dólares ao ano. Se pegarmos
os gastos com os prejuízos resultantes dos fenômenos climáticos extremos que se
abateram sobre os países ricos nos últimos dez anos, todo esse dinheiro seria
suficiente para amenizar as precariedades de vida e da estrutura produtiva das
nações pobres.
Como
já citei em textos anteriores publicados nesse blog, o cenário climático futurista
se mostra nada animador. Os conflitos em curso, tanto no oriente médio quanto
na Europa, envolvendo Rússia e Ucrânia, ambos pressionam os países
industrializados à utilização de fontes energéticas mais poluidoras, como o
carvão. A própria eleição nos Estados Unidos que assegurou a vitória de Donald
Trump para um segundo mandato, eleva ainda mais a expectativa negativa de um
planeta mais quente e com mais desastres climáticos num futuro bem próximo.
A
certeza disso se deve ao modo como Trump pensa acerca do tema mudanças
climáticas. O questionamento que se faz é o seguinte: quantos incêndios
devastadores e furacões avassaladores serão necessários para que regimes como
de Trump e de outros governos negacionistas se sensibilizem que é preciso agir
rápido para não virarmos uma espécie em extinção?
Prof.
Jairo Cesa
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