É
INEQUÍVOCA, OU SEJA, INQUESTIONÁVEL A INFLUÊNCIA HUMANA NO CLIMA DA TERRA
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https://canaltech.com.br/meio-ambiente/5-motivos-para-se-preocupar-com-o-relatorio-da-onu-sobre-as-mudancas-climaticas-192397/ |
O
que era previsível aconteceu, segunda feira 09 de agosto, o IPCC (Painel
Intergovernamental sobre Mudança Climática) órgão da ONU, voltada ao clima,
apresentou relatório que sinalizou alerta máximo sobre o clima do planeta
terra. O fato é que chegamos ao fundo do poço.
Não há mais tempo, ou a civilização faz o que deve ser feito para tentar
reverter à agressão à mãe terra ou seremos, muito breve, uma espécie em
extinção. Muitos negacionistas, terraplanistas de plantão devem ter desdenhando
o documento produzido a partir de 14 mil artigos científicos, de 234 autores distribuídos
em 66 países, chamando-os de alarmistas desmedidos.
Entretanto,
o atual cenário do planeta, os episódios extremos do clima nos cinco
continentes já estão levando os mais céticos a repensarem suas posições. Na COP 15 em Paris, o alerta atribuindo o ser
humano como um dos protagonistas do aquecimento global havia sido lançado.
Porém faltavam mais pesquisas que referendassem melhor tal hipótese. Agora não
há mais o que questionar. As temperaturas escaldantes no Canadá, EUA, Japão, os
incêndios devastadores na Califórnia, Austrália, Portugal, Grécia, Turquia, até
mesmo na gélida tundra da Sibéria, são alguns exemplos do desequilíbrio do
clima do planeta provocado pela ação humana.
Quem
imaginaria que um dia viesse a ocorrer enxurrada de dimensões tão catastróficas
como as registradas na Alemanha e na Bélgica, países tão ricos. Tais
manifestações extremas são comuns em regiões tropicas, não em climas temperados.
O frio histórico que se abateu sobre o sul do Brasil no mês de julho de 2021
também é um sintoma de que algo de errado está ocorrendo. Fenômenos climáticos
que geralmente ocorreriam um a cada cem anos, atualmente estão acontecendo um
ou dois a cada ano.
A
queima de combustíveis fósseis e os incêndios em florestas tropicais, a exemplo
do Brasil, são fatores determinantes para a elevação da temperatura média do
planeta. Os acordos assinados nas COPs (Conferência das Partes) especialmente a
de Paris, era para que os países campeões em emissões de gases do efeito estufa
adotassem medidas para reduzi-las paulatinamente. Evitar que a temperatura
media chegasse ao limite de 1.5 a 2 graus até o final do século 21 era uma das importantes
metas a ser alcançada. Os pesquisadores do clima vinham e vem alertando que no
momento que o patamar limite de 1.5 graus foi atingindo, os efeitos deverão ser
devastadores ao planeta. Parece que já atingimos esse limite tão ameaçador.
Outra
dimensão de uma tragédia anunciada. Em 2019, a concentração de CO2 na atmosfera
foi maior que em outro momento nos últimos dois milhões de anos. Sem contar os
níveis de metano e óxido nitroso, maior que dos últimos 800 mil anos. Se fosse
começar hoje a execução definitiva das metas prometidas, a estabilização do clima
no planeta passaria ser sentida a partir de 2050.
O
Brasil, embora não esteja incluído entre os industrializados poluidores, aparece
entre os que mais emitem gases do efeito estufa. Isso acontece porque
atualmente as florestas brasileiras estão deixando de ser catalisadoras de CO2
para se tornar emissora. O desmatamento e as queimadas em níveis recordes estão
lançando um contingente de gás carbônico superior ao que é coletado pelas
florestas. Além do CO2, a liberação de gás metano por meio da atividade
pecuária é outro agravante preocupante.
O
que gera mais tensão entre as entidades do clima global é a pouca ou nenhuma
garantia de que o Brasil cumprirá com as metas de Paris, mantendo o atual
cenário catastrófico sobre todos os biomas. O que pode ajudar a uma possível
mudança nos rumos da política ambiental brasileira é a compreensão por parte
das autoridades e do seguimento econômico, o agronegócio, de que o Brasil já
sofre os efeitos do aquecimento. As elevações das tarifas de energia elétrica e
dos alimentos estão diretamente relacionadas à falta de chuva que compromete
dos reservatórios das hidrelétricas e a agricultura.
Porém
a preocupação acerca do futuro do clima global passa longe do parlamento
brasileiro. No mesmo dia em que o presidente da COP 26, que ocorrerá em GLESGOU,
na Escócia, estava no Brasil discutindo estratégias para a elevação da ambição do
país nas metas de CO2, na câmara federal, 296 parlamentares aprovavam projeto
de lei que assegurava anistia a grilagem em terras públicas, ou seja, proposta
de lei que intensificará o desmatamento e impactos irreversíveis aos complexos
ecossistemas na Amazônia.
Avaliando
o cenário pós pandemia, é possível o agravamento ainda maior da crise
climática. A explicação se deve aos possíveis investimentos públicos e privados
na reativação da economia. É possível que haja um forte retrocesso nos
investimentos em energias renováveis. Conforme o relatório, dos 16 trilhões
anunciados para enfrentar a crise do COVID-19 foi para medidas sanitárias e de
apoio às famílias e empresas. Dois trilhões para recuperação econômica. Para
estimular energias verdes o valor orçado ficou orçado em 380 bilhões de
dólares, que representa 2% do montante gasto.
Prof.
Jairo Cesa
https://www.ipcc.ch/report/ar6/wg1/downloads/report/IPCC_AR6_WGI_Full_Report.pdf
https://www.oc.eco.br/painel-da-onu-quantifica-influencia-humana-no-aquecimento-pela-1a-vez/
https://www.oc.eco.br/emissoes-de-co2-terao-recorde-em-2023-aponta-relatorio/
https://www.oc.eco.br/camara-abre-porteira-para-anistia-eterna-a-grilagem/
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