quinta-feira, 11 de abril de 2019


AS ENXURRADAS NO RIO DE JANEIRO E O AQUECIMENTO GLOBAL

A última enxurrada que atingiu a área metropolitana do Rio de Janeiro é um sinal nítido de que o clima global vem sofrendo mudanças bruscas em decorrência do aquecimento global. E não é somente o Rio de Janeiro que sofre as consequências, São Paulo, Fortaleza, Florianópolis, entre outras cidades de médio porte, também tiveram chuvas torrenciais acima do previsível em curto espaço de tempo.  De acordo com relatório apresentado pelo site Clima Tempo, a cidade de São Paulo nos últimos cem anos teve uma elevação média da temperatura em 3 graus centígrados; Rio de Janeiro, de um e meio a dois em pontos distintos da cidade.
Quem acompanhou os noticiários dos telejornais nos últimos dois meses deve ter ficado surpreso com as elevadas temperaturas que se abateram sobre a capital fluminense. Na realidade esse aumento acentuado das temperaturas não foi exclusivo no Rio de Janeiro e outras capitais, Santa Catarina como um todo a população sofreu com as terríveis insolações quase intermináveis. A enorme incidência de raios nos municípios litorâneos como Araranguá é uma prova de que sofrerão mais os efeitos do aquecimento que outros devido à proximidade com as águas quentes do oceano.
O que é intolerável frente a essa realidade climática preocupante é a postura tomada por governos como dos Estados Unidos que decidiu deliberadamente romper com o acordo do clima assinado em Paris em 2015.  Durante a ultima campanha eleitoral, o candidato a presidente da república e eleito Jair Bolsonaro, nos seus discursos, cogitava seguir o mesmo caminho do seu “herói” norte americano, abandonar também o acordo de Paris.
Embora não tenha ainda rompido, nos seus três meses a frente do governo, os biomas Amazônicos e Serrados sofreram violento revés com intensos desmatamentos em florestas públicas, áreas indígenas e unidades de conservação. Tudo indica que em conformidade com a agenda anti-ambiental do governo, os desmatamentos tenderão a se agravar ainda mais em todos os biomas, e a população permanecerá refém das intempéries climáticas extremas.
O Brasil somado a outros países industrializados são grandes emissões de gases poluentes. A saída dos EUA do acordo já compromete os planos de limitar o aumento da temperatura média do planeta em menos de dois graus Celsius, índice comparável ao período pré-industrial. O descumprimento desse e de outros acordos tenderá a aumentar as catástrofes climáticas em todas as regiões do globo.
Exemplos de tragédias do clima são os que não faltam para elucidar: os terríveis incêndios na Califórnia e Portugal que vitimaram dezenas de pessoas; as tempestades e furações como o que o que atingiu há pouco tempo Moçambique e Namíbia, com um rastro de destruição e mortes sem precedente.  O pior é que a cada ano essas tempestades estão se tornando mais fortes e destrutivas, resultando em milhares de vítimas fatais e de refugiados.
Será que teremos que conviver com mais e mais catástrofes climáticas até que governos tomem consciência da necessidade de supressão do modelo de produção vigente pautado na queima de combustíveis fósseis? Vários organismos internacionais vêm alertando as autoridades planetárias há tempo que a insistência nesse modelo de produção levara à terra a exaustão.  O furacão Catarina que se abateu sobre no sul do Brasil em 2004 é um exemplo de que o País também é alvo das mudanças climáticas.
Se a temperatura media do planeta continuar a aumentar e os desmatamentos não forem contidos rapidamente outras catástrofes semelhantes ao do Rio de Janeiro e no sul do Brasil, como o Catarina, poderão se repetir com mais freqüência do que se imagina. Os sinais já estão aí visíveis e se repetindo todos os anos, as enormes ondas de calor, secas prolongadas e chuvas torrenciais.
Prof. Jairo Cezar

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