quarta-feira, 13 de junho de 2012


O Complexo Processo de Construção da Consciência.

Um dos principais legados da espécie humana é a busca incessante da felicidade, do equilíbrio e da paz interior, ambas obtidas mediante gestos simples, atitudes muitas vezes adquiridas na tenra idade. A escola, continuando  o processo educativo iniciado na família assume a função de aprimorar as habilidades apreendidas e que se transformarão em novos saberes. Afinal, o que é educar? Seria apenas um instrumento de transmissão de conhecimentos e de valores ditos como saudáveis e que proporcionam bem estar a todos (as)? Educar é um processo tão complexo e tão dinâmico que só se finda com morte do indivíduo.
  
Sendo assim nossas atitudes, comportamentos estão vinculados ao grau de educação que recebemos na nossa infância na qual  repercutirá na fase adulta na construção da consciência, na revelação humana que o capacita a distinguir o que é certo e errado, bom e mau. Portanto se é a partir da infância que se inicia a construção da consciência (humanização) por que o ser humano mantém comportamentos desumanizados especialmente com o aquilo que deveria mais cuidar, a sua grande casa terra? Por que tanto desprezo a esse lar tão complexo, tão frágil onde habitam infinidades de espécies cuja existência de uma está relacionada a presença de outras. Tal dinamismo torna-se  condição elementar para a sobrevivência da própria mãe terra e da espécie humana.
Se o ser humano somente se constitui como tal quando adquire consciência dos seus atos, então é necessário repensar o conceito  de humano. Humanizar é cuidar, preocupar-se com o outro, com os animais, com os rios que cortam nossas aldeias e cidades, com  lagos, florestas, oceanos, ou seja, com a sua própria casa, “lar doce lar”. Qualquer indício de agressão a um dos  micro-sistemas que integram  a grande aldeia, repercutirá no conjunto ecossistêmico do planeta terra, proporcionando o desaparecimento de espécies vivas da fauna e da flora, fragilizando ainda mais a existência humana no planeta.
  
     É importante ressaltar que atitudes comportamentais estão vinculadas as regras organizacionais de cada sociedade, num determinado tempo e lugar. Porém esse argumento não mais condiz com atual realidade, cujos povos, embora habitem espaços tão distantes, comungam desejos e sentimentos semelhantes em decorrência do poder das tecnologias. Se atingimos  um estágio de progresso tão avançado, que permite as pessoas conectarem uma com as outras em tempo real, era de se imaginar que isso proporcionaria um maior desenvolvimento humano, uma maior consciência da sua existência.
  
Não é o que vem ocorrendo. O crescimento dos conflitos  globais associado ao progressivo processo de degradação dos recursos naturais são acontecimentos que marcam o atual momento histórico.   Não é possível desvincular esses problemas sem mencionar o modelo econômico capitalista que se sustenta mediante a exploração, o desperdício e a desagregação humana. Vive-se a cultura do consumível, descartável, cuja felicidade pode ser atribuída a quantidade de bens materiais adquiridos. Porém como podemos definir tal padrão como modelo de felicidade se quase tudo que consumimos, suas sobras tem como  destino o próprio ambiente em que vivemos.      

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