terça-feira, 12 de junho de 2018


A ENTREGA DO PRE-SAL AS GRANDES COMPANHIAS MULTINACIONAIS DO SETOR PETROLÍFERO


Na última semana o governo federal realizou leilão de mais três poços de petróleo do Pré Sal. É um processo contínuo e inconseqüente da entrega às potentes companhias do setor aquilo que anos atrás era cantado em verso e prosa pelos governos como sendo a redenção definitiva a dependência brasileira às importações do produto e seus derivados.  Os três campos juntos leiloados têm reserva de óleo equivalente a quase 12,5 bilhões de barris. A Petrobras, que também participou do leilão, terá direito apenas a quatro bilhões de barris, ou 33% do total a ser extraído.
As demais companhias como a norueguesa STATOIL e a americana EXXONMOBIL, ambas terão direito de prospectar cinco bilhões de barris, que serão exportados para suas matrizes, onde serão refinados e posteriormente comercializados no mercado brasileiro a preços exorbitantes. Só para ter idéia da dimensão do petróleo do pré-sal, um único poço perfurado contém cerca de 50 mil barris, que equivale a 63% de toda a produção da Itália e 35% da produção da Dinamarca. Tudo isso não parece ser contraditório? Um país com tamanha reserva de petróleo e a população tendo que pagar um preço exorbitante pelo litro da gasolina e diesel.
Isso é uma demonstração do quanto o Brasil nos seus mais de quinhentos de história se mantém ainda dominado das grandes potências industriais e capitais externos. Muitos devem estar relembrando a forte campanha liderada por seguimentos ligados à educação como a CNTE, pressionando o governo federal a destinar 10% do lucro líquido do pré-sal para o financiamento da educação? Lembra? Foram anos de campanha. Entretanto isso há poucos dias o governo federal anunciou medidas que certamente sepultará definitivamente qualquer expectativa de remanejamento de recursos do pré-sal para a educação.
Com a paralisação dos caminhoneiros, o governo tomou a decisão de reduzir em 0,46 centavos por litro de diesel, como forma de selar acordo firmado para por fim a greve. Quem acreditava que essa redução não seria paga pela própria população, deu com a cara no muro. De acordo com avaliações apresentadas pelo próprio governo, os quarenta centavos a menos pelo litro do diesel terão um custo a mais no orçamento federal de 9,5 bilhões e meio de reais.
Como forma de compensar o dito rombo das contas públicas, o governo Temer encaminhou medida provisória n. 839/2018, da qual cortará gastos já previstos para setores estratégicos como saúde, educação, saneamento básico, reforma agrária, moradia popular, etc. Somente a reforma agrária terá corte de 30, 779 milhões no seu orçamento. Já a pesquisa científica, que já andava capenga, o corte também foi tremendo. São 21, 750 milhões a menos para o financiamento científico de um país que caminha na contramão do desenvolvimento tecnológico.
Prof. Jairo Cezar         

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