MATRIZ
ENERGÉTICA A CARVÃO MINERAL É REJEITADA
EM LEILÃO DA AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA (ANEEL)
Foto - Greenpeace |
Na
quarta feira 24 de agosto de 2018, ativistas do Greenpeace promoveram protestos em frente a uma usina termelétrica a carvão na cidade de Candiota/RS, para
sensibilizar o governo a não inclusão no leilão do dia 31 de agosto, proposta a contratação de mais duas usinas a carvão, uma no RS e outra em SC. Essa iniciativa do governo contraria a
posição tomada nos encontros sobre o Clima para o cumprimento de metas de redução da emissão de CO2 à atmosfera até 2030. O Brasil embora as térmicas a carvão
representem 2,3% da capacidade energética produzida, contribui com cerca de 20%
da emissão de gases poluentes.
Outro
problema levantado pelos ativistas, que é de conhecimento da população, que
usinas a carvão exigem grande demanda de água para produzir eletricidade. A região de Candiota, que já
possui duas usinas, vem enfrentando há algum tempo diminuição progressiva do
fluxo de água de um dos seus principais mananciais, o rio Candiota. Para o leilão do dia 31 de agosto, dos 59
GW previstos para entrarem em funcionamento até 2024, a metade desse montante é
para energia não renovável, ou seja, fóssil, com 29,5 (GW). Quem acompanha as tarifas cobradas
pela empresas distribuidoras de energia elétrica já percebeu que periodicamente
os valores são maiores, isso sé dá devido à cobrança de taxas extras.
Essas
taxas adicionais, chamadas bandeiras tarifárias (amarela e vermelha) são decorrentes da entrada em funcionamento das usinas térmicas, cujo custo para produzir 1 MW é maior que as
hidrelétricas e outras fontes renováveis. Quando foi estabelecida a data para o
leilão para a contratação de novas geradoras, havia expectativa de que a estratégia do governo vitoriosa, com
empresas arrematando lotes maiores de
usinas térmicas. Embora tivesse havido mudanças nas regras de comercialização
da energia de matriz eólica, que deverá ser contratada por
quantidade e não por disponibilidade, que fez pular o valor comercializado de
67,60 para 90,45 MWh, mesmo assim a matriz manteve-se atrativa arrebatando
mais da metade de todo o pacote de energia oferecido no leilão.
Enquanto
esse sistema limpo, somou 1,250 MW vendidos, outros sistemas convencionais de
matriz fóssil, como gás, ficou com uma fatia bem menor, 363,2 MW. O resultado do leilão mostrou que energias
sujas como as provenientes da queima de hidrocarbonetos não são mais atrativas financeiramente e ambientalmente. Com os avanços nas pesquisas em tecnologias de fontes renováveis, eólica
e solar, somada ao grande potencial oferecido, cada vez mais torres eólicas e
placas fotovoltaicas estão transformando o cenário geográfico brasileiro.
O
carvão, bem como o petróleo, tende a se tornarem matrizes cada vez mais combatidas e rejeitadas pela sociedade. Os exemplos são vastos para comprovar essa repulsa a essa matriz poluidora. A região da bacia do rio Araranguá ainda
sofre os efeitos nefastos dessa atividade, vindo a se tornar uma das mais degradadas do Brasil. Milhões de toneladas
desse rejeito continuam espalhados por vasta área territorial, contaminando o solo
e a água que abastece a região. O rio
Araranguá, que corta o Município do mesmo nome é um bom exemplo desse perverso passivo
ambiental, composto de enxofre, chumbo, mercúrio e outros tantos metais
pesados, torna a água imprópria para o consumo e a reprodução da biótica aquática.
Prof. Jairo Cezar
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