PROPOSTAS
ANTIAMBIENTALISTAS DE PRESIDENCIÁVEIS PODEM GERAR MAIS DESMATAMENTOS E
VIOLÊNCIA NO CAMPO
Desde a ECO-92, RIO+20 e todas as dezenas
de Conferência das Partes Sobre o Clima, conhecidas por COPs, centenas de
chefes de Estados e de seguimentos ambientais, vem participando desses
encontros e assinando acordos que limitam as emissões de gases do efeito estufa.
Poucos foram os avanços significativos nesse seguimento, a resposta negativa
disso são os últimos três anos consecutivos de temperaturas médias do planeta superando
médias históricas. Não é somente a queima de combustíveis fósseis a responsável
pelas disfunções climáticas no global. A
supressão das florestas tropicais (Amazônia e Serrado), também são grandes emissores
de CO2.
A pressão do agronegócio tende a ser
um dos grandes obstáculos na execução dos acordos climáticos. A progressiva
desertificação de extensas áreas no nordeste e a redução contínua das chuvas
são provas concretas de que os governos precisam repensar suas políticas no
seguimento ambiental. O Brasil e dezenas de outros países assinaram em 2015, em
Paris, na COP 21, protocolos cujo compromisso é até 2033, entre outras coisas, combater
o desmatamento ilegal e investir em energias limpas.
Quase três anos depois do encontro de
Paris, discretas ou nenhuma foram as resoluções executadas. O que se constatou mesmo
foi uma avalanche de ataques a tudo que se refere a proteção ambiental. Por
trás desse retrocesso estão setores conservadores alojados no congresso
nacional, representando latifundiários e poderosas corporações do agronegócio
que faturam bilhões comercializando sementes modificadas e agrotóxicos.
Como já é rotineiro, as esperanças
contra tais retrocessos sempre se renovam a cada quatro anos, quando a
população tem nos dedos a oportunidade de eleger governantes e parlamentares
engajados com a causa ambiental. Analisando o atual cenário eleitoral, dos
treze candidatos à presidente, quatro apresentam propostas nítidas contrárias ao
meio ambiente. Desses quatro, o que provoca calafrios às comunidades
científicas e ambientalistas é o candidato do PSL, Jair Bolsonaro.
O que se vê no seu plano não são medidas
reparatórias ou ajustamento de normas tornando as regras ambientais mais ou
menos flexíveis no campo ambiental. É, com certeza, um verdadeiro ataque
criminoso contra tudo o que se conquistou nas últimas décadas nessa área. Sua proposta
é de fusão do MMA com o Ministério da Agricultura; o fim do acordo de Paris
sobre o clima; o enfraquecimento ainda maior do IBAMA e do ICMBio. Pretende também
avançar em áreas protegidas e florestadas; flexibilizar regras de licenciamento
ambiental e a liberação de armas para proprietários rurais.
A tendência será na hipótese de ser
eleito, o campo se transformar em palco de batalhas pela posse da terra. Isso terá
o agravante com a liberação do porte de armas para produtores rurais. Outro candidato com proposta nada animador
para o ambiente é Geraldo Alckmin, do PSDB, que defende a aprovação da PL dos
agrotóxicos ou “lei do remédio”. Também é
a favor do porte de armas para proprietários rurais - fazendeiros. O PDT,
chancelado por Ciro Gomes, também apresenta um plano de governo conservador na
área ambiental.
Não surpreende pelo fato de ter como
candidata à vice-presidente, uma das representas do agronegócio, defensora de
tudo que possa favorecer os seus pares ruralistas. É contrária a lei da lista
suja que expõe à sociedade os nomes daqueles que cometeram crime submetendo pessoas
a condição de trabalho análogo a escravidão.
Confessou ela que a lista suja é um apedrejamento antecipado, que não
deveria ser divulgado.
Prof. Jairo Cezar
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