IMPRUDÊNCIA NA GESTÃO DO PARQUE
ECOLÓGICO MARACAJÁ
Aproveitando
o dia ensolarado de domingo, 13 de maio data comemorativa ao dia das mães fomos
visitar o Parque Ecológico Maracajá, considerado atrativo para quem procura
tranqüilidade e contato com espécies da fauna e flora silvestre do Bioma Mata Atlântica. O que não esperávamos naquele domingo à tarde
era encontrar centenas de pessoas transitando ao mesmo tempo pelas dependências
do parque. Antes de iniciarmos o tour pelas trilhas, visitamos os alojamentos
ou viveiros, distribuídos um ao lado do outro, dos quais acomodavam espécies da
mata atlântica, aves, anfíbios e mamíferos resgatados de caçadores ou que
tenham sofrido algum ferimento. Chamou a atenção de não termos avistarmos junto
aos alojamentos dos animais, nenhum monitor ou fiscal, alertando ou informando
as pessoas sobre como deveriam se comportar no interior do parque e nas trilhas.
De
imediato constatamos que algumas melhorias haviam sido efetuadas no parque, dentre
alas a criação de novas trilhas. No início da caminhada alertei o grupo que me
acompanhava para que se mantivessem em silêncio, pois iríamos nos deslocar por
ambientes sensíveis habitados por animais silvestres, sendo que o barulho geraria
um possível estresse que alteraria suas condutas habituais. Quando nos
dirigimos à passarela, bem no início já era possível ouvir conversas,
gargalhadas, gritos, produzidas por centenas de pessoas que congestionavam
todas as passagens.
Já
no interior da floresta, em nenhum momento foi possível manter-se relaxado ou
em harmonia como o ambiente, ouvir o som do vento, das folhas e do silêncio,
pois ambos eram quebrados pelas centenas de vozes produzidas pela multidão e pelos
agitados macacos pregos, que quase atacavam os transeuntes na expectativa de
obter algum alimento ou fragmento de alimento deixado pelo caminho, que é
proibido. Mais uma vez, no trecho das passarelas, nenhum monitor foi avistado,
provando que o parque ecológico do Maracajá necessita urgentemente de uma
atenção especial das autoridades competentes, exigindo o cumprimento do que
rege a legislação reguladora de parques.
Mas
as incongruências não se limitaram apenas à falta de monitores, alimentação dos
macacos e ao barulho, outras tantas irregularidades foram pontuadas em vários
pontos do parque. Podemos até abrir exceção acerca do barulho produzido pelos
visitantes, podendo ser reparado com ações do tipo educação ambiental. No entanto,
quando o problema é agrotóxico, que está
sendo aplicado em vários pontos do parque (margem dos açudes, trilhas e no
entorno das árvores) para eliminar gramíneas, aí a situação se caracteriza como
muito preocupante. Não há como manter-se
indiferente a tais absurdos, pois são aditivos químicos extremamente perniciosos a ecossistemas frágeis como é o Bioma
da Mata Atlântica.
O
que é consenso é que em nenhum momento nos colocamos contrários aos parques ou a
qualquer outro sistema similar como Unidades de Conservação, que visam a
preservação de ecossistemas. O que não concordamos é a forma imprudente,
negligente, como certos parques ou unidades de conservação são gestados, que em
nada contribui para o desenvolvimento sustentável e a melhora da qualidade de
vida da sociedade
Prof.
Jairo Cezar
Nenhum comentário:
Postar um comentário